Capítulo 25

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Luciana.

O grande dia do almoço chegou. Eu estava nervosa. Almoçar na casa da mãe do Daniel, como uma amiga é uma coisa, mas almoçar como namorada é diferente. Apesar de me sentir feliz, há um peso nesse nome: Namorada.

Quando namorei com o João, eu não conheci a mãe dele, ou seja, minha sogra. Apesar de achar que eu não ia querer conhecê-la mesmo. Afinal, não tínhamos nada profundo. E eu sei o que você está pensando agora.

Com uma semana apenas de namoro eu já vou almoçar na casa da sogra. Bom, acho que isso é algo realmente estranho. Mas ultimamente anda tudo tão estranho, que sinceramente, estou achando o máximo este almoço.

A mãe do Daniel é um doce de pessoa. É uma guerreira. Ela tem cara de mãe. Sabe aquelas pessoas que você conhece e apenas ao olhar para ela, percebe que ela tem cara de mãe. Simples assim. Ela transmite isso a você. Ou seria minha carência de mãe que me fez sentir assim ao ver o carinho dela com o Daniel? Que seja carência, mais o importante é que hoje serei apresentada oficialmente como a namorada do Lindo!

Saio dos meus pensamentos bobos referentes à sogra com a Juliana me chamando e avisando que o idiota do Felipe tinha chegado para nos levar. Idiota é por conta dela.

― Está bem, Ju. Faça companhia para ele enquanto termino de me arrumar. ― Falo, passando um batom e conferindo se estou com cara de uma moça direita, bonita e que vai agradar a sogra.

― Pode parar, Luciana. Felipe é de casa. ― Ela para de falar e se assusta quando escuta a voz de Lipe logo atrás dela.

― Uau, Luciana cara de banana! Você está linda! ― Ele fala por cima do ombro da Ju, que por um instante, tenho a sensação de que nem se mexe.

― Gostou, Lipe? Estou com cara de mulher direita? ― Falo, girando e sorrindo. Fiz uma trança no cabelo e vesti mais um dos meus vários vestidos floridos. E a Ju tem razão, preciso mudar meu guarda-roupa.

― Lu, meu amor. Você está linda. Sua sogra vai te amar. ― Ele fala, piscando e passando pela Juliana e entrando no quarto. Me dá um beijo no rosto e virando-se para Ju, a elogia também. ― Você também está linda, marrenta! Sempre esteve. ― Ele fala a olhando com um sorriso sem graça e ela revira os olhos e agradece.

― Obrigada. Agora vamos, porque é feio chegar na hora que a comida está sendo servida. ― Ela fala nitidamente irritada e sai andando para a sala.

No caminho para a casa de dona Laura, Felipe conversou mais do que o normal. Ele estava nervoso e ansioso. Eu estava no banco de trás e observei que Juliana também estava nervosa, não falava nada, e vindo dela que conversa demais, era muito estranho.

Aliás, estranheza com esses dois estava ficando rotineiro. Eu sei que algo acontece ou aconteceu com eles. Juliana nunca me contou, e apesar de achar que ela tinha que compartilhar comigo, nunca a pressionei. Cada um sabe onde aperta o calo. Mas de hoje ela não escapa. Ela que se prepare para abrir o bico.

Daniel insistiu que me buscaria em casa, mas eu não aceitei. Sabia que ele tinha que ajudar a mãe em algumas coisas.

Logo quando estávamos chegando mandei uma mensagem, avisando. Ele disse que nos esperaria no portão. Ao virarmos a esquina Daniel já nos esperava na porta da sua casa. Como sempre, ele estava lindo e perfumado, tinha feito sua barba e eu sentia facilmente o cheiro da sua loção pós barba.

Tinha um cheiro de camomila. Provavelmente era porque tinha irritação ao tirar a barba. Mas o que eu estou pensando? Com certeza não é a falta de ter coisas mais importantes para pensar, como por exemplo, como vou agir neste almoço.

Seu sorriso  ( Degustação)Where stories live. Discover now