Capítulo 18

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Daniel

Amanheci na terça super animado e decidido. Claro que essa animação toda tinha nome, cor, cheiro e sabor.

Decidi que não posso mais perder tempo. O tempo é algo precioso. Ele é responsável pelo amadurecimento de qualquer pessoa. E eu quero aproveitar meu tempo ao lado daquele "espantalho".

Se for para viver o novo e amadurecer, que seja ao lado dela. Ela que já tem feito parte de todos os meus pensamentos. Penso tudo isso agarrado a um lenço que Luciana esqueceu no chalé. Eu sei, é ridículo. Mas foi mais forte que eu. Não resisti. E agora estou aqui, cheirando e sentindo o cheiro maravilhoso que esse lenço exala.

Chego a clínica mais cedo do que o costume. Quase não dormi esta noite. Quebrei minha cabeça para elaborar um pedido de namoro para Luciana.

Estou me sentindo mesmo um menino idiotamente apaixonado. Isso é algo que nunca fiz. Pedido especial de namoro? Nunca. Mas ela merece todo o tempo e neurônios que gastei pensando.

Como não sou bobo nem nada parecido, pedi a Clara que avisasse que queria falar com Luciana assim que ela chegasse. Claro, que não seria nada de tão importante, a não ser o fato que eu estava doido para vê-la.

Apesar de querer manter toda uma postura profissional, ela se foi rapidinho, quando Luciana entrou na minha sala. Inventei uma conversa esfarrapada de documentação para contratação, e claro, que ela sabia que não era isso que eu queria.

Logo mandei todo formalismo para o espaço e a beijei. Já não estava aguentando mais de tanta saudade. E isso é um pouco ridículo, lembrando que não fiquei um dia sem vê-la, apenas uma tarde e uma noite. Que, diga-se de passagem, foi dificílima, já que as últimas duas noites, havia dormido com aquele espantalho.

O resto da tarde para mim foi de pura empolgação. Pois fui colocar a primeira parte do meu plano, em ação. E como nunca fiz isso, precisei da ajuda do Rafa para me ajudar nessa empreitada.

Com muita relutância e depois de muito esbravejar, Rafael decidiu então que me acompanharia na compra da primeira peça, e a principal, no meu ponto de vista, para a conclusão do pedido.

― E se ela disser não? ― Diz Rafael, com um sorriso debochado, olhando para mim e depois para a vendedora a sua frente. ― Pegue aquela para mim, por favor. ― Ele diz, mostrando uma aliança de prata.

― Ela vai dizer sim. E é só um pedido de namoro. ― Digo, sentindo meu coração acelerar. E acabo pensando na hipótese de ela dizer não.

― Por isso mesmo. Parece que você vai pedi-la em casamento. Está nervoso, confuso. E eu não estou te ajudando. Por que até agora, você não fez nada além de concordar ou discordar das alianças que pego. ― Diz Rafael, colocando mais um par na minha mão.

E ele tem razão. Preciso me acalmar. O que era aquilo? Para que tanto nervosismo? É só um pedido de namoro. O problema não é o pedido de namoro, e sim, a resposta da Luciana que está me deixando nervoso.

― Não sei, não gostei dessas. Vamos para outra loja. ― Digo saindo, e Rafael agradece a vendedora pelo atendimento.

Andamos não sei em quantas lojas. Já estava ficando desanimado. Queria algo que a encantasse. Ela merece a aliança mais bonita. Assim como a beleza dela. Estonteante.

― Olha só, Daniel. Essa é a última loja que entro com você. Se não achar nada que te agrade, juro que deixo você e vou embora. Estou cansado e não sou como a Luísa que anda um dia inteiro se deixar dentro de um shopping. ― Ele diz, apontando a mão para uma loja.

Seu sorriso  ( Degustação)Where stories live. Discover now