Me recomponho e entro em casa como se tudo estivesse bem. Avanço na direção da Emma que abre um sorriso largo ao me ver e a abraço forte, óbvio que recebo um grito e protestos dela, que esperneia com braços e pernas. Uma das coisas que me ansiava, era o momento que Emma aceitaria e daria valor pro meu abraço, que no momento era apenas uma chateação para ela.

-E aí como foi? - Pergunta Derek.

- Por enquanto nada, vamos esperar para ver. Obrigado por terem ficado com a baixinha. - Digo e deixo os dois a sós, levando a Emma comigo pro quarto.

Dou um banho nela, a visto, e enquanto ela enche a barriga com uma mamadeira, que agora já consegue segurar sozinha, vejo uns anúncios de emprego em sites de busca.

- Papai precisa encontrar um emprego logo, não quero ter que gastar as nossas economias para nos sustentar aqui.

No dia seguinte acordo cedo, Derek está saindo para empresa e eu ofereço um café para Vick ela me olha com desconfiança e aceita a caneca.

- Não precisa ser legal comigo porque seu irmão mandou. Eu sei que não deveria estar aqui, mas Derek é a pessoa mais próxima que eu tenho na cidade, não tô tirando proveito dele, se é isso que pensa. - Ela fala me olhando firme nos olhos.

- Para ser sincero eu acho que é um pouco disso sim, porque você sempre procura ele quando as coisas não estão bem, até onde eu sei. Mas, de qualquer forma, a vida é dele. Eu não devia ter falado com você daquele jeito e sinto muito que esteja passando por essa situação.

- Tudo bem. Eu entendo, mas acho que devia pensar melhor antes de julgar as pessoas.

- Talvez. Bom eu vou levar a Emma pegar um sol. Licença. - Digo colocando a minha xícara sobre a pia e pegando minha baixinha.

Caminhamos pelo bairro e Emma já olha curiosa para todos os lados.

- Quanto tempo você vai demorar para andar, você ta ficando gorda demais para ser carregada. - Digo quando avisto um dos charmosos cafés do bairro. Escolho uma mesa e me sento com Emma, eu tinha acabado de tomar o desjejum casa, mas decidi experimentar um pouco da culinária italiana.

O garçom, um rapaz alto vestido com uma camisa risca giz e um avental preto, se aproxima para anotar meu pedido. Percebo o sotaque americano dele e não resisto perguntar.

- Você não é daqui, é?

- Ah sério? Quatro anos aqui e ainda não consigo passar por um italiano nato? - Ele diz com ares de decepção.

- Não mesmo. Eu sou do Canadá, mas morei um tempo nos Eua. Prazer Noah Johnson, e essa baixinha aqui, é a Emma.

- Sou Samuel Branch, sou de Boston. E você pelo jeito é novo por aqui?

- Sim cheguei a menos de uma semana.

- É sua filha? - Ele pergunta intrigado.

- Sim, tem cinco meses.

- Ah... Eu também sou pai, ele tem três anos.

- Não vejo a hora dela ter essa idade e não depender de mim para tudo.

- Haha. Acredite, quando ela tiver essa idade, vai desejar que ela volte a ser um bebê. Miguel é terrível, isso que só ficamos com ele a cada quinze dias, mesmo assim ele consegue destruir a casa.

- Ah você é separado?

- Não, eu briguei com meu namorado, fui curtir uma noite e acabei me metendo nessa encrenca, e agora sou pai e tenho um companheiro que desconfia de mim o tempo todo e você? Parece jovem para ter um filho.

Minha vida em pequenas Escalas  [COMPLETO]Where stories live. Discover now