Marota

Capítulo 9 - Acontecimento Histórico

Lily Evans

Eu tinha ido procurar James para parabenizá-lo pelo jogo. Era estranho como estávamos mais próximos esse ano, ele não estava sendo um babaca o tempo todo, na verdade, passar mais tempo com ele me fez perceber que ele é mais do que só um metido, arrogante. O problema com isso é que agora não paro de pensar nele. Por pouco não nos beijamos nas férias e eu quase surtei internamente, claro que ninguém percebeu. Agora, eu devia estar com os outros na sala comum, mas ao invés disso, vim procurá-lo antes que pudesse pensar sobre isso.

— Lily, espera — ele pediu, quando eu já estava voltando para a sala comum. Arqueei as sobrancelhas. James costumava me chamar para sair, mas parou desde o começo do ano letivo e acho que uma parte de mim secretamente queria que ele tentasse de novo. — Eu preciso te perguntar uma coisa.

— Sim — eu aceito antes que ele diga qualquer coisa, mas o que foi que deu em você Lily? Balanço a cabeça para os lados. — Digo, sim? O que quer perguntar?

— Lily, eu juro solenemente que se sua resposta for não, eu paro de te importunar, de arranjar um jeito de chamar a sua atenção, até de pensar em você. Bem, isso eu não prometo, mas vou fazer um esforço. — Ele sorri meio nervoso, e caramba, nunca tinha reparado que James fala demais. Tenho vontade de rir, é estranho ver o maroto, queridinho das garotas e dos professores, colecionador de detenções, todo sem jeito. — Você aceita sair comigo nas férias?

— Tá, eu aceito — digo com um sorriso contido, os braços cruzados na frente do corpo, sinto minhas bochechas esquentarem um pouco.

— Tudo bem, eu já imaginava. Bem, não vou mais te incomodar com isso Lily, prometo. — Ele passou por mim sério, me deixando um pouco confusa. Franzi a testa e me virei para ele que já tinha parado no corredor e se virou confuso. — Você disse sim?

— Às vezes você é meio lerdo, Potter. — Eu acabei rindo dele meio embasbacado, mas quem ficou embasbacada mesmo fui eu quando ele abriu um daqueles sorrisos enormes que combinando com o suéter de quadribol me fez conter um suspiro. Revirei os olhos para meus próprios pensamentos e fui na frente dele de volta para a sala comunal. — Vamos, as outras pessoas também querem te dar os parabéns.

Jordana

Depois de me divertir um tanto com Sirius no campo de quadribol jogando balaços em inimigos invisíveis e descontando a raiva, o que eu mais queria era voltar para o dormitório e contar tudo para Alice, contar também que me decidi a esquecer essa queda boba por Sirius. Afinal, ela era a única que sabia, além de Remus, claro, que é muito esperto e percebeu sem que eu precisasse dizer nada.

Entrei no dormitório e encontrei Alice deitada olhando para o teto e fiquei feliz que ela estivesse acordada e que tivéssemos o dormitório só para nós. Ela fingiu que nem me viu, então peguei um livro na cômoda e bati em seu braço.

— Aí! O que você pensa que está fazendo?

— Você é minha melhor amiga, não pode ficar sem falar comigo, tudo o que acontece é em você que eu penso em sair correndo, contar e soltar gritinhos, Al. — digo. E Alice já está com os olhos cheios de lágrimas, nem ela e nem eu temos muitos amigos no castelo. Um sorriso se abre em seu rosto redondo e fofo e ela se levanta e me abraça.

— Desculpe, eu fui tão boba e ciumenta. — Ela riu.

— Foi sim, mas ta perdoada, quem mais vai ouvir meus dramas? — pergunto me sentando na cama dela e ela me acompanha. — Aliás, eu decidi uma coisa e só posso contar pra você. Nunca vou deixar que Sirius saiba sobre...