CAPÍTULO VIII

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E as coisas começam a esquentar entre os nossos mocinhos!

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E as coisas começam a esquentar entre os nossos mocinhos!

XXX

Subiu as mangas até os cotovelos e analisou a louça na pia, me encostei ao assento ao seu lado e fiquei lá o observando conforme fazia o trabalho. Ele era todo calmo e paciente, seu maxilar travado era anguloso, encoberto pela barba por toda a extensão dele. Seus olhos compenetrados no que fazia me davam espaço para olhá-lo.

Seu braço esquerdo parecia coberto por tatuagens que eu não conseguia decifrar, mas, de uma coisa eu sabia, por baixo daquela camisa branca, ele era forte, tinha músculos não exagerados e, por Thor, era bonito. Não eram aquelas belezas exibicionistas, estava mais para algo velado, disfarçado sob uma camada de charme que ele não fazia questão de usar. Embora eu tivesse certeza de que ele tinha consciência do poder que parecia ter.

E tem o fato de que ele é escritor. Eu poderia enumerar listas de profissões sobre as quais eu julguei que ele pudesse ter, mas, nunca teria apostado em escritor. E, enquanto ele respondia a pergunta que eu tinha feito, eu me perguntava por que a voz dele tinha que exercer um fascínio tão complexo nos meus sentidos.

E, por falar em sentidos, eles deveriam estar me dizendo pra fugir. Ao invés disso, eu não conseguia ver mal nele, eu estava inclinada a outra coisa. Então, parei de observar e me afastei. Longe o bastante para não correr perigo.

─ De onde você é? ─ Volto à realidade a tempo de ouvir sua pergunta.

─ Nasci aqui em New Orleans, amo esse lugar ─ enuncio. Não pense que eu não pensei em mentir, mas, assim que meus lábios pronunciaram cada palavra, eu percebi a extensão do fato de que eu não tinha conseguido. ─ E, por falar nisso, eu preciso ir embora ─ digo, amarga.

Então, ele se vira a tempo de pegar meu olhar vagando por suas costas largas, agora eu estava encarando seu peito que exala num sobe e desce angustiante. Ele se aproxima a passos lentos, me fazendo apertar minhas costas contra a ilha, o espaço de um braço entre nós, sim, era isso que o separava da minha respiração presa.

─ Ou você poderia ficar ─ murmura baixo. E, sim, eu tenho consciência de que ainda estou prendendo a respiração. ─ Ainda não está totalmente recuperada ─ completa, me deixando sem voz. ─ Sei que Abby concordaria comigo.

─ Oh, meu Deus! Você é tão terrível quanto sua mãe ─ digo, rindo ─, usando essa sua voz de "isso é o melhor para sua saúde".

Definitivamente, não, eu não estava preparada para o riso rouco que escapou dos seus lábios, aquele som reverberando a partir de sua garganta e chegando aos meus ouvidos. Foi incrível ver um estranho, aparentemente, muito enrustido, rir daquele jeito. Sorrindo ele era um charme, mas, rindo, ele era... Indescritível.

─ E que voz seria essa, senhorita Collins? ─ diz, se recompondo.

─ Está zombando de mim ─ digo, fingindo uma falsa indignação ─, não creio, está mesmo zombando de mim ─ repito, rindo. ─ Só por isso, você fica me devendo.

Simplesmente Dominic - Samuell's - Livro IOnde as histórias ganham vida. Descobre agora