16 - Uma xícara de chá

364 47 23
                                    

Os investigadores enviaram os produtos em pó e os líquidos para o laboratório de criminalística, depois eles se dividiram.

Turner ficou encarregado de retornar a Universidade para falar com o reitor Brown enquanto Thompson rumou até um hotel três estrelas, localizado próximo ao Wardown Park, onde Gerard trabalhava no museu.

Falou desse fato para o diretor Ward, citando como se isso seria uma nova coincidência, mas ele lhe afirmou que o professor Green mantinha esse quarto no hotel sempre ao seu dispor, quando desejava permanecer na cidade, afinal, concluiu o diretor, no dormitório escolar você não tinha privacidade.

Quando chegou ao hotel, descobriu com a recepcionista que o Sr. Green não permanecera por lá nos últimos dias e que informou na recepção que precisava resolver alguns assuntos em Londres.

Thompson teve acesso ao seu quarto com nova ordem judicial em mãos e novamente vasculhou tudo em busca de provas, mas aparentemente nada existia ali para colaborar com a investigação.

Retornou a recepção e questionou a funcionária quanto aos hábitos do professor, se ele saia muito a noite quando por ali se encontrava ou se trazia outras pessoas.

A mulher virou a tela do monitor que ficava a sua frente para Thompson poder observar que o hotel tinha um sistema eletrônico sofisticado de entrada e saída dos hóspedes.

Pediu que ela fizesse uma consulta e descobriu todos os dias nos últimos dois meses que o professor visitou o seu quarto do hotel e após a recepcionista refinar a consulta, chegou nos dias em que ele viera acompanhado.

Não havia registro dos dados dos acompanhantes, mas existia uma câmera de vídeo nos corredores com filmagens destes períodos.

Adoro tecnologia — pensou Thompson, enquanto ela o conduzia para uma sala com diversos monitores, onde viu os vídeos que lhe interessava e pediu que as cópias fossem remetidas para a central de polícia aos seus cuidados.

Deu alguns telefonemas para seus contatos na Scotland Yard e pediu apoio para localizar o professor e menos de uma hora depois já estava na London Rd a caminho da capital.

🔷🔷🔷🔷

Tuner teve mais sorte que seu parceiro, pois o reitor Brown, com exceção dos domingos, estava sempre na Universidade.

— Hoje não tomarei muito do seu tempo reitor — iniciou o investigador ao vê-lo — Quero somente sanar algumas dúvidas em relação a um grupo de trabalho artístico, com alunos daqui e da MES.

Turner comentou com o Sr. Brown os detalhes que colocavam Gerard, o professor Green, a Srta. King e Emilly numa só tarefa como mencionado pelo diretor Ward e imediatamente o reitor pediu licença para ligar seu laptop.

Nele apresentou uma planilha com os diversos trabalhos realizados pela Universidade nos últimos anos e rapidamente encontrou um que ocorreu na semana da arte contemporânea de 2010.

Tinha o nome dos quatro participantes, inclusive vídeos e imagens de todas as etapas do trabalho e da sua concretização.

— Eles realizaram uma exposição de arte por uma semana que foi um sucesso, cobrando um valor simbólico para aquisição do ingresso, onde o valor arrecadado foi revertido para uma casa assistencial de Luton.

— O senhor teve alguma participação na organização deste evento? — questionou Turner.

— Não, o professor Green foi o responsável por tudo. Ele tem ampla experiência no assunto, muita dela adquirida em museus de Londres. Realizou com maestria a condução deste trabalho.

Encenação MortalWhere stories live. Discover now