1 - Nada como uma festa livre.

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Willa Sterling

Califórnia. Havia chegado ao meu destino aguardado, afinal.

Após atravessar a saída do Aeroporto Internacional de Los Angeles e ficar de frente a ensolarada rua de L.A, tão povoada de gente (não tanto quanto Nova York), da qual senti tanta falta, embora tenha sido apenas sete dias que tenha passado distante ao ir visitar os meus pais, fechei os meus olhos e soltei um longo - e exausto, considerando que havia acabado de chegar de exatas 3 horas de viajem - suspiro. Em casa, pensei, ainda de olhos fechados e alargando os meus lábios em um sorriso. Enfim, em casa.

Comecei a arrastar a minha grande mala pelo caminho, da qual achei estritamente desnecessário tê-la levado, já que não iria passar nada menos que uma semana em outro lugar, mas que por insistência de Sophia, minha colega de apartamento e trabalho, resolvi levá-la. Segundo ela - apesar de eu sentir uma leve e pequena impressão de que era apenas porque tentava se livrar de mim -, qualquer coisa inesperada seria capaz de acontecer em uma semana, obrigando-me a ficar por mais tempo e com isso seria necessário levar praticamente o meu guarda-roupa inteiro dentro de uma única mala para Nova York.

Avistei um táxi acabando de encostar próximo ao meio fio e senti alívio imediato, pois não iria ter que esperar. Estava exausta e a primeira coisa que me ocuparia a fazer assim que chegasse ao meu apartamento, seria encher uma banheira com aromáticos sais de banho e relaxar dentro dela por umas boas e longas horas. Isso era tudo o que precisava... Sim, sem sombra de dúvida.

Assim que me acomodei no acento e, depois de muito esforço, consegui pôr a mala para dentro, indiquei até aonde o motorista deveria me levar e recostei-me ao banco de trás, suspirando novamente e agradecida por enfim estar voltando para casa. Não demorou muito para que sentisse o celular, que estava no meu bolso da calça, começar a vibrar em uma chamada. Sophia.

- Willa! - exclamou ela dramaticamente do outro lado da linha, o jeito típico "Sophia" de ser. - Você já deve ter chegado há horas, eu me esqueci de que marquei de ir te pegar. Me perdoa?

Abri um sorriso. Havia sido somente uma semana, mas senti sua falta.

- Está tudo bem, o voo atrasou e com isso eu acabei chegando mais tarde do que o previsto. E já consegui um táxi, não se preocupe. Como vai aí?

Ela bufou.

- Você sabe, o mesmo de sempre... Trabalho, casa e trabalho. Depois que você viajou, Carolyn despejou todas as atividades da biblioteca para cima de mim e ainda me colocou no seu lugar como recepcionista e encarregada da seção de livros de romance para cada turma que a visitaria durante a semana. Acredita? Eu sei que foi só por alguns dias... - suspirou. - Mas acho que já dá pra deduzir o quanto foi cansativo. Às vezes eu acho que aquela mulher me detesta.

- Sinto muito, Sophia.

- Bom, o que importa é que você está de volta agora, não é?

- Claro. Terá alguma surpresa esperando por mim quando chegar? - brinquei.

- E deveria ter? - retrucou Sophia.

- Mas é claro. Hoje é o meu aniversário, esqueceu?

Ela demorou a responder, então soltou uma risadinha nervosa.

- Se esqueci? É claro que não!

- Eu acredito em você... - menti.

- Ah, que ótimo. O seu aniversário será uma perfeita desculpa para que a vaca da Carolyn nos dê pelo menos um dia de folga. Feliz aniversário, a propósito! - eu ia responder, mas fui interrompida assim que entreabri a boca. - Sabe, acabo de ter uma ideia. Que tal se saíssemos à noite? Você que escolhe, amiga. A qualquer lugar. Considere um presente!

The Other Man - O AmanteWhere stories live. Discover now