Uma reguada mais do que dolorosa

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No último capítulo...

Um tempo depois, tocou para entrarmos. A nova professora, já que a Chloe tinha despedido a outra, chegou e começou a dar a aula. Ela pediu que tirássemos as coisas de ciências e que fizéssemos a página que eu tinha dito ao Félix que era o trabalho de casa.

Eu só me lembro de ter visto o Félix a fulminar-me com o olhar e depois comecei a rir-me. A Marinette olhou para mim e começou a rir também.

No final do nosso riso, toda a turma também riu, e eu e a Mari fomos mandados ao diretor.

Quando lá chegámos eu abri a porta e deparei-me com o diretor a ser sufocado por uma akumatizada.

Ela virou-se para mim e para a Mari e nós ficámos estupefactos.

-Professora Bustier? –gritamos em uníssono.

Pov. Adrien

-Ah, meus alunos. Tiveram saudades minhas? – eu e a Mari estávamos tão aterrorizados que não conseguimos falar. – Respondam-me! Será que querem saber a punição de quem não me responde?

Eu estava prestes a dizer qualquer coisa. Com as minhas capacidades de Chat Noir, era perfeitamente capaz de me safar. Mesmo assim, quando abri a boca para falar, a Mari deu-me uma cotovelada e sussurrou: "Foge".

Eu não tive tempo para responder, porque ela desatou a correr e agarrou no meu braço, de maneira a que eu também tenha começado a correr.

Tentámos sair por uma janela, mas foi em vão. Ela estava trancada. Enquanto a tentávamos abrir, a figura da nossa antiga professora apareceu outra vez.

Agora, ela estava com uma cara de fúria e batia com uma régua na palma da mão. O seu cabelo estava a flutuar no ar e parecia mesmo que tinham vida.

-Já alguma vez vos tinha dito que adorava a maneira como se dava aulas antigamente?- eu não percebi patavina do que ela disse, porque nunca tinha andado numa escola, mas a Mari deve ter percebido alguma coisa, porque começou a andar lentamente para trás.

-O que é que isso que dizer? –arrisquei eu.

-Já me tinha esquecido que tu só entraste numa escola há pouco tempo. Menina Marinette, quer fazer o favor de explicar? Se o fizer corretamente, não terão punição.

Eu vi que a Marinette respirou fundo e vi o medo nos seus olhos.

-Adrien, antigamente, sempre que os alunos falhavam ou faziam alguma coisa de errado, os professores podiam bater-lhes com uma régua ou puxar-lhes as orelhas.

Quando ela explicou isto, a professora virou-se para trás e começou a rir enquanto batia palmas.

-Adrien, eu não sei se reparaste, mas aquela régua que ela tem na mão não é muito normal. Tem lâminas. –sussurrou-me ela.

Foi a minha vez de me arrepiar. Naquele mesmo momento, eu peguei nela de uma maneira qualquer e comecei a correr. A professora, que estava distraída, só reparou quando já estávamos a virar a esquina. Ouvi-a gritar:

-Marinette e Adrien, podem pensar que se escondem, mas a professora tem sempre razão!

Depois de ouvir isto, eu levei a Mari para o balneário dos rapazes. Felizmente não estava lá ninguém para além de nós.

-E agora? –perguntei preocupado. Eu tinha de me transformar, fosse onde fosse. Mas antes tinha de me conseguir esconder e pôr a Mari a salvo.

-Eu sempre ouvi dizer que à vista estamos mais bem escondidos. Sobe para cima da sanita do último cubículo e deixa a porta aberta. Se tudo correr bem, ela não te vai ver nem desconfiar que estás ali.

Reviravoltas amorosasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora