Capítulo 8 - Lumbras

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— Bem, vamos.

  Com isso, Henry apenas trancou as portas por onde entraram com a mesma corrente e cadeado para então se juntar aos outros que já passavam pelo portal um por um seguidamente.

  Um suspiro pesado o deixou quando os prédios de Lumbras se mostraram a suaa frente ao saírem por um beco.

  Henry estava em casa novamente.

— Esse chão... ? — London começou, pisando com força no solo e assim fazendo um barulho um tanto agudo.

— Sim, é de metal. — Lyra lhe respondeu a pergunta inacabada.

— Por que é assim? — London lhe perguntou.

— Você nunca veio aqui, não é? — Foi Henry quem lhe questionou.

   Ela negou com a cabeça.

— Só conheço o centro de Aureatus mesmo.

— Céus, temos que dar mais voltas com ela por aí, Henry. — Carl estava nitidamente indignado.

  London riu para ele. Diferente de quando Henry a conheceu, ela parecia mais... feliz.

— E aí, onde é? — Jun perguntou ao lumbriano.

— Ah — Começou, saindo de seu devaneio. — Temos que pegar um daqueles metrôs.

  London encarou a visão que tinha maravilhada. Haviam prédios e mais prédios brilhando com suas luzes, iluminando as ruas junto aos pontos de luz branca enormes por todos os cantos da noite que caía pelos céus dali.

   O metrô que Henry falara estava há uns cinco metros acima deles, pouco mais à frente, passando sobre trilhos numa ponte que parecia de ferro impecavelmente brilhante, como se tivesse sido construída naquele mesmo dia.

   Em silêncio, o pequeno grupo  seguiu o lumbriano entre os Senhores que passavam por ali.

   Logo todos já estávamos sentados em um extenso banco de vagão. Cinco minutos mais tarde, London perguntava a Jun o porquê da amiga deles, uma tal de Lily não ter vindo, ele apenas disse que ela tinha que fazer algo com a irmã mais nova e por isso não iria poder estar presente ali. London pareceu chateada, mas assentiu logo.

   Como Henry não gostava de escutar conversa dos outros e eles já estavam partindo para um novo assunto, algo relacionado ao fato de que enquanto ainda era dia no centro de Aureatus, Lumbras já se mostrava de noite, apenas deixou com que Jun lhe explicasse o fato de que tais terras só tinha a graça de ter a luz do dia uma vez por semana.

   Logo Henry se pôs de pé para segurar um daqueles canos de apoio que iam do teto ao chão. Lyra fez o mesmo para iniciou uma conversa:

— Não acha um pouco arriscado logo nos primeiros dias deixar a escola para ir a uma balada? E ainda em Lumbras? — Questionou-lhe baixo.

   Henry lhe esboçou um sorriso travesso.

— Se está com medo do meu pai nos pegar, pode voltar. — Respondeu em mesmo tom, provocando-a.

  O olhar da garota se estreitou para si enquanto um pequeno sorriso nascia em deus lábios.

— Você sabe que meu trabalho é lhe proteger e para que isso aconteça, eu tenho que ficar ao seu lado. — Lembrou-lhe. Era incrível como ela sempre tinha repetir tais palavras com frequência para ver se essas entravam na mente do outro.

— O faça então. — Respondeu tranquilo. — Mas lembre de se divertir também. — E lhe lançou uma piscadela.

  Lyra acabou por revirar os olhos. Se dependesse de Henry, os dois iriam viver em sérias enrascadas.

  Como resposta ao ato alheio, o garoto sibilou um som nos lábios numa nítida reprovação.

— Que feio. — Sussurrou. — Você sabe que eu poderia mandar te executarem por esse ato...

  Uma sobrancelha da lumbriana se ergueu.

— Estou esperando. Quero ver quem vai aguentar ficar no meu lugar com você. Não dou uma semana. — Contrapôs.

   Henry a fuzilou com o olhar, erguendo o dedo do meio em seguida.

  Lyra riu e ergueu as duas sobrancelhas por um momento, mostrando assim um sinal de vitória. 

  O metrô parou.

— Chegamos. — Henry anunciou alto o suficiente para nossos acompanhantes ouvirem.

   Em silêncio, saíram todos juntos entre mais alguns passageiros, encontrando com o novo cenário à frente.

  Haviam luzes para todos os lados, algumas brilhavam feito pisca pisca, outras eram holofotes iluminando grandes placas que davam para serem vistas a quilômetros de distância e outras eram de letreiros de enormes prédios modernos abertos para os que tivessem dinheiro.

— Aí está. — Lyra disse para London. — Qualquer lugar que entre, haverá gente dançando, bebidas e quem sabe até alguns se comendo.

   Henry prendeu um riso baixo com seu comentário. London a olhou surpresa.

— Só vamos logo! — Christian falou, já indo em direção a um dos prédios.

Os Senhores: O Segredo De AureatusOnde histórias criam vida. Descubra agora