O Amor De Um Psicopata

Cap. 20

Nayomi

Acordo com ele me apertando em seus braços. Olho para ele que dorme com uma expressão tão angelical. Derramo uma lágrima de pura felicidade e dou um sorriso.

Ele voltou. Ele finalmente está aqui comigo. Um pouco diferente, mas continua o mesmo.

Me encosto mais nele e dou um beijo em sua bochecha barbuda. E ele sorri de olhos fechados, ainda sonolento. Tento me levantar, mas ele não me deixa ir.

- Fica mais um pouco aqui comigo. - ele fala ainda sonolento. Não tive como negar o seu pedido. Continuei deitado em seu peito enquanto sentia seus batimentos cardíacos. E isso me trouxe uma melancolia novamente.

O abraço forte e choro em seu peito o fazendo acordar. Tenho certeza que isso são os hormônios.

Droga, estou tão sensível. Odeio estar assim.

- Ei... O que foi? Porque está chorando assim? - me pergunta com seus olhos fixos em mim.

- Não é nada não, é só besteira minha. Não sei porque estou chorando. Sou tão idiota. - ele me olha atentamente com seus olhos amendoados. E como é bom receber seu olhar curioso e observador. Senti tanta falta desse olhar, muita mesmo.

- Tem certeza? Parece ter algo diferente em você. E vai além do físico, só não sei o que é. - ele continua a me olhar a queima roupa.

- Vem cá... - ele me faz me aproximar mais dele e me abraça mais forte. - eu te amo tanto, sabia? Eu sei que foi uma barra você ter passado todo esse tempo sem saber notícias minhas, mas está tudo bem agora. Não tem motivos para essas lágrimas, ou tem?

- Bom, não... É que... - será que eu conto agora? Porque esse medo repentino se apossa em mim agora?

- É que... - ele me incentiva a falar, mas as palavras ficam presas em minha boca.

- Apenas saudade acumulada. - ele assente, mas vejo em seu olhar que ele não acreditou muito nisso. - Mas eu quero saber o que aconteceu com você...

- Você está desviando o assunto.

- Não, é claro que não. Eu só quero saber o que aconteceu nessa últimos quatro e angústiante meses. Já pensei em tanta coisa. E todas não eram nada animadoras sobre o que tinha acontecido. Foram os piores dias para mim... Eu pensava que você... Eu passei esse tempo todo remoendo sobre o que aconteceu naquele dia. Eu não fiz nada para te ajudar. Só assisti você caindo. Eu me culpo por isso, eu não fiz nada, apenas fiquei parada. Desculpa por não ter feito nada por você... - droga, e lá vem a maldita melancolia.

Ele segura meu rosto e me faz encarar seus lindos olhos, que agora brilham.

- Você não tem que se culpar por nada, entendeu? A culpa não é sua. Eu fiz aquilo por você e não hesitaria em fazer novamente. Sabe porquê? Eu te amo mais que minha própria vida. E não deixaria que ele te machucasse. Você não tem culpa de nada. E também, eu mesmo me encarregaria de te matar se você fizesse um absurdo desses. O que aconteceu comigo não importa. Você está bem e isso já vale por tudo. Nunca mais pense nesse absurdo. - ele falou tudo isso olhando profundamente em meus olhos. As lágrimas agora cessaram, dando lugar a um sorriso meio triste. Eu apenas concordo e ele me dá um selinho.

Depois disso ele falou do que aconteceu com ele até aqui. Falou de como ele foi parar em um rio, de como acordou muito tempo depois em um hospital e conheceu a mulher pela qual ele tinha ajudado a escapar daquele monstro e de como chegou até aqui. Ele teve que passar por tudo isso e eu apenas aqui sem fazer absolutamente nada. Passei esse tempo todo não fazendo absolutamente nada. Todo o dia a mesma rotina, enquanto ele estava entre a vida e a morte...