Cap. 19

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Azekel

Algum tempo depois chegamos em sua casa que fica perto do rio. Saímos do carro e logo um garoto loiro e dos olhos verdes, assim como ela, se aproxima de nós e abraça a mãe. Depois olha para mim curioso.

Acho que ele deve ter uns 6 anos.

Dou um sorriso rápido para ele que não é retribuído de volta, na verdade isso fez com que ele ficasse mais retraído do que ele já estava. Ele puxa a blusa da mãe fazendo ela se curvar e sussurra algo em seu ouvido e depois olha para mim.

- Você lembra do que eu te falei, Alan? - ela fala para o filho e ele concorda. - É ele, o anjo em nossas vidas.

O menino agora olha para mim e sorri.

- Vamos entrar.

- Vamos, moço. - o menino fala para mim bem tímido.

Adentramos o lugar, que é bem organizado. Ela faz menção para eu sentar em um sofá com uma enorme janela que dá para ver o rio em que eu me encontrava. O garoto parte em direção a algum outro cômodo dá casa e ficamos apenas nos dois.

- Você não quer alguma coisa? - ela pergunta e faço que não com cabeça.

O que eu quero agora não está aqui.

- Bom, você acabou de sair do hospital. Acho que o melhor que tem a fazer é esperar por amanhã. Não tem jeito de você ir hoje.

- Hm... - na verdade eu não prestei muito atenção no que ela falou. Meus pensamentos estão em outro lugar. Um lugar que é onde eu já deveria estar. Temo que ela tenha ido para um outro lugar. Talvez eu possa nunca mais vê-la.

Nossa, são tantas possibilidades inundando minha cabeça que fico desnorteado. Preciso saber logo se ela está bem senão não terei paz...

- Você não está me escutando, não é? - ela fala e eu apenas assinto. - Bom... Acho que você gosta mesmo dela...

- A única coisa que teve sentido até agora em minha vida foi ela.

- É... Eu entendo esse seu sentimento. Tenho meu filho e uma pessoa que me completa em tudo, nunca achei que pudesse achar amor​, mas eu o achei. Ficarei eternamente agradecida por você ter me dado uma segunda chance de viver. - ela fala emocionada.

- Eu não fiz... - quando iria terminar de falar a porta é aberta e entrar uma mulher com características asiáticas. Ela me olha e vejo o desagrado em seu olhar. Ela se direciona até a Andra que se levantar e vai em sua direção. As duas trocam um selinho casto. E sussurram alguma coisa uma para outra.

- Eu me chamo Rafaela, muito prazer em conhecer o salvador do amor da minha vida - ela estende sua mão e eu a aperto. - Desculpa eu estar sendo assim tão cautelosa, mas eu sou assim quando não conheço uma pessoa.

- Sem problemas, eu sou exatamente assim também.

- Eu sou a enfermeira daquele hospital em que você estava, a sua melhora foi surreal. Nunca vi uma pessoa escapar da morte e se recuperar tão rapidamente. Parece que você estava se agarrando a algo para continuar vivendo. - ela fala com admiração, mas depois sua expressão muda para mais séria. - Você sabe que sair do hospital sem mais nem menos não foi uma boa ideia, não é?

- Mas eu tive meus motivos​, preciso encontrar uma pessoa que já deve estar achando que estou morto. - o garotinho entra na sala correndo e abraça as pernas da Rafaela.

- Você chegou. - ele fala eufórico, mas logo volta a ficar retraído quando percebi que ainda estou aqui. - Faela, você vai brincar comigo?

- Sim, mas só se você já tiver tomado seu remédio. Você já tomou?

O Amor De Um PsicopataOnde as histórias ganham vida. Descobre agora