Cap. 17

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Nayomi

4 meses depois...

Quatro meses. Esse é o tempo em que ele se foi. Já faz pouco mais de quatro meses desde o ocorrido e até agora ainda não caiu a ficha que ele está morto. Meu corpo e mente ainda não aceitaram isso. E para falar a verdade, eu não quero aceitar, não posso aceitar que ele se foi assim tão de repente.

Ainda fico a espera dele. Quase todos os dias é o mesmo ritual. Eu me sento em frente a janela e fico atenta a cada movimento pela rua, a espera que ele apareça. Mas isso nunca acontece, ele nunca aparece.

Toda vez eu sempre me decepciono, mas toda vez retorno a fazer a mesma coisa, mesmo sabendo como ira acabar.

Pingos de água começam a cair lá fora, trazendo logo depois uma forte chuva.

Isso me lembrou da nossa primeira vez. E sem mais nem menos as lágrimas descem.

Fecho meus olhos e dou um leve sorriso, lembrando exatamente cada detalhe daquela noite mágica que ficará para sempre cravado em minha memória.

Me lembro exatamente de quando ele disse que me amava.

"É amor, o mais puro e singelo amor. Eu te amo. Nunca imaginei que eu diria isso e muito menos sentiria isso por alguém, mas eu te amo com todas as minhas forças. Não tenho mais como negar isso."

Quando ele falou isso eu vi a sinceridade em seu olhar. Não consegui esconder as emoções, as lágrimas ficaram tentadas a sair. Naquela hora também descobri que o que eu sentia também era Amor.

Pela primeira vez em minha vida alguém tinha dito que me amava. E seu amor era tão intenso e verdadeiro que eu me perdia toda vez que estava com ele. Ele sim, me amava do jeito que eu era. Ele curou todas as minhas feridas e me amou incondicionalmente.

Me lembro de cada toque seu em meu corpo, seu lábios quentes nos meus. De cada sensação ao fazermos amor. Elas sempre estarão comigo. Mesmo que ele não.

Abro meus olhos e volto a olhar pela janela, que agora tem alguns respingos de água.

Me dói muito lembrar daquele infeliz noite. Me dói lembrar que eu podia ter tentado feito algo para ajudá-lo, mas fiquei parada como uma estátua. Vi o amor da minha vida cair sem mais nem menos, para salvar minha vida.

Ele fez de tudo para me salvar. E eu o que fiz? Só assisti ele caindo daquele penhasco. Se eu tivesse acertado aquele ser desprezível com mais força e o empurrado, talvez o Azekel ainda tivesse aqui.

Aquela carta que ele escreveu só me deixou mais desesperada para tê-lo comigo. Chorei, chorei e chorei. Foi tão duro ler aquilo...

Flashback on

A pego sem vontade nenhuma e a abro. Tem uma carta escrita a mão com a letra dele, que até então era pouco conhecida por mim. Esfrego meus olhos tentando inutilmente parar as lágrimas.

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Se você está lendo isso é porque, bom... porque estou morto. Não chore por isso, eu não mereço. Aliás, eu nunca gostei quando você chorava ou ficava triste, isso me incomodava muito e eu nunca saberei o porquê, apenas não gosto disso. Eu sei que deve estar se desmanchando em lágrimas agora. Quero que sorria, pois um sorriso combina com seu lindo rosto.

O Amor De Um PsicopataOnde as histórias ganham vida. Descobre agora