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A Diana olhava atentamente para o guia turístico que tinha em mãos. Estava difícil decidir onde seria a nossa primeira paragem. Olhei em redor apreciando a paisagem à nossa volta, tirei algumas fotografias com o telemóvel e mandei umas quantas ao meu irmão, apenas para ele saber por onde andava, visto que não lhe tinha dito nada. Ao voltar a olhar para a Diana reparei naquilo que se aproximava de nós, hesitei se devia ou não avisá-la, mas acabei por não o fazer. Limitei-me a sorrir e a preparar o meu telemóvel.

A estátua aproximou-se de nós e eu tentava ao máximo segurar as gargalhadas, já a imaginar o que aconteceria a seguir. Comecei a gravar discretamente e no segundo a seguir já se ouviam os gritos da Diana e ela corria desesperada à minha volta enquanto eu gravava tudo. Não consegui evitar mais e comecei a rir das suas figuras, o rapaz estátua ficou sem saber o que fazer tal foi a reação de pânico dela. Pediu desculpa e a Diana parou de correr limpando as lágrimas que escorriam pelas suas bochechas, parei de gravar e agarrei nos braços dela.

- Foda-se André, sabes perfeitamente que tenho pânico destas merdas. - Tentava controlar a respiração.

- Desculpa bebé, não consegui resistir! - Ri-me, vendo-a a revirar os olhos. De seguida deu um murro no meu braço e escondeu-se atrás de mim. Olhei para o rapaz reparando no olhar confuso dele.

- Eres jugador del Porto, verdad? - Sorri com a sua pergunta, confirmando. - A mí me gusta ver algunos juegos. 

Acabei por tirar uma foto com o rapaz que pouco depois voltou à sua posição inicial, desculpando-se mais uma vez à Diana que lhe mostrou o sorriso mais falso que conseguiu.

- Foi impressão minha ou ele perguntou se jogavas no porto e disse também que gostava de ver alguns jogos? Mas que grande lata! Assusta-me e ainda é pseudo portista, só me faltava esta! - A Diana resmungou, fazendo-me rir e roubar-lhe um beijo. - Devia ir ali mostrar-lhe o melhor de Portugal.

- O quê? - Perguntei rapidamente e ela olhou para mim começando a rir logo de seguida.

- O Benfica, André.

Voltou a olhar para o guia turístico enquanto eu a observava. Após alguns minutos em silêncio o olhar dela mudou e um sorriso nasceu nos seus lábios. Levantou finalmente a cabeça, olhando para mim e eu arqueei a sobrancelha.

- Então já decidiste onde ir primeiro? - Ela assentiu, mostrando-me o guia turístico. Apontou para a Universidade de Salamanca e eu encarei-a confuso. - Uma Universidade Diana, a sério?

- Não comeces já a desdenhar! É suposto irmos procurar o sapo. - Entrelaçou os nossos dedos enquanto falava, começando a puxar-me para que andasse ao passo dela.

- Sapo? Mas que sapo?

- La rana de Salamanca. É uma lenda, temos de encontrar o sapo na fachada da universidade sem a ajuda de ninguém, dizem que dá sorte!

- Vamos lá procurar esse sapo então.

Andamos cerca de dez minutos até à tal famosa Universidade de Salamanca. A fachada era realmente bastante bonita e antiga. Tal como nós, estavam lá imensas outras pessoas de olhos postos na Universidade. Passei os olhos pelas altas paredes tal como a Diana, ou eu era muito cego ou essa história do sapo era mentira.

Closer × André Silva ✔Where stories live. Discover now