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Os nossos corpos já estavam totalmente secos, depois de nos termos passado pela água dos chuveiros da praia, para tirar o excesso de sal. Assim que vestimos as nossas roupas começamos a caminhar de volta para o carro. Várias pessoas passavam por nós e comentavam. Acho que nestas alturas gostava de não ser tão conhecido.

A Diana tentava secar o cabelo com a toalha, o que era um bocado impossível.

- Não sei se me deixam entrar assim no cinema! - Ela exclamou. - E ainda quero trocar de roupa!

- Podíamos ir a minha casa tomar banho, assim podias secar o cabelo! - Atirei para o ar e ela encarou-me com um sorriso.

- Às vezes consegues ser inteligente!

- Nem tu sabes o quanto. - Pisquei-lhe o olho e ela arqueou a sobrancelha enquanto tirava a chave do carro da mala.

- O que é que já estás para aí a pensar? - Perguntou e eu fingi-me de inocente roubando-lhe as chaves da mão. - André Miguel devolve-me as chaves. - Ela parou de andar e esticou a mão para que lhe desse novamente as chaves.

- Nem pensar, agora quem vai a conduzir sou eu!

- O meu carro? Era o que mais faltava. - Tentou tirar-me as chaves, embora não a tenha deixado. Andei apressado até ao carro destrancando-o e entrei logo no lugar de condutor sem lhe dar tempo para nada. Ela ficou parada no meio do estacionamento a chamar-me imensos nomes enquanto eu me ria e ligava o motor. - André, sai daí!

- Queres ficar aqui na praia é? - Comecei a fazer marcha atrás e ela levantou-me o dedo do meio. Parei novamente o carro e a Diana suspirou derrotada caminhando até ao lugar do pendura. - Sabia que ias ceder. - Comecei a conduzir e senti uma chapada no meu braço.

- Não te habitues André. Para o cinema vou eu a conduzir.

- Claro que sim. - Lancei ao ar de forma irónica. Pelo canto do olho percebi que revirava os olhos o que me fez rir.

Fiz questão de ligar o rádio, ouvindo os seus protestos sobre não me apoderar do seu carro. Por incrível que pareça as músicas que passavam nesta estação eram todas animadas. A Diana cantoralava algumas, e eu fazia esforço para não me rir. Cantar nunca foi mesmo o forte dela, nem sei como a conseguiram convencer a participar no karaoke ontem à noite.

Começou a dar uma das músicas do Justin Bieber. Let Me Love You. A voz dela sobressaía por cima da música fazendo-me gargalhar. Baixei o volume e alternei o meu olhar entre ela e a estrada.

- Lamento informar-te mas os teus dotes para a música continuam abaixo de zero. - Ri-me vendo-a a revirar os olhos.

- Fica sabendo que ontem fui bastante elogiada!

- Diana.. Foi por pena. Desculpa desiludir-te. - Ela abriu a boca fingindo-se ofendida e lançou-me também um olhar reprovador. Soltei uma gargalhada voltando a olhar para a estrada.

- Tu és um desmancha prazeres André!

- Desculpa?! Posso ser tudo menos desmancha prazeres! - Lancei-lhe um olhar malicioso e a Diana tentou esconder um sorriso.

- Para de ser porco e conduz mais depressa ou ainda perdemos a sessão!

Deixei escapar uma gargalhada e acelerei. Ela continuou nas cantorias e, apesar de me ter a reclamar ignorou-me totalmente.

Em pouco mais de quinze minutos chegamos finalmente a minha casa. A Diana puxou a mala que tinha nos bancos de trás do carro e saiu do mesmo. Fiz o mesmo que ela, trancando o carro.

- As minhas chaves, na minha mão já André Miguel. - Roubei-lhe um beijo antes de lhe devolver as chaves. - Sabes muito tu!

- Dizem que sim! - Abracei-a pela cintura e caminhamos até à porta. Assim que a abri chamei para ver se alguém estava em casa. Em vão porque estava vazia.

- Eu vou primeiro porque demoro mais tempo! - Ela disse enquanto corria para a casa de banho.

- Vais primeiro vais. - Surrurei para mim, começando a despir as roupas que tinha no corpo. Fiquei encostado à porta da casa de banho até ouvir a água a correr, porque se entrasse antes não ia ter sorte nenhuma. Abri a porta sem fazer barulho e aproximei-me da banheira vendo-a de olhos fechados. Aproveitei para entrar e ela mandou um berro quando me sentiu a agarrá-la, fazendo-me soltar várias gargalhadas.

- André o que é que estás aqui a fazer? - Virou-se para mim.

- Não te querias despachar? Banho a dois é muito mais depressa. - Pisquei-lhe o olho juntando de seguida os nossos lábios. Alguns segundos depois ela afastou-nos deixando escapar um sorriso.

- Duvido que assim nos despachemos!

- Que se foda o cinema! - Voltei a juntar os nossos lábios enconstando-a à parede. As nossas respirações ofegantes misturadas com o barulho da água a cair era tudo o que se ouvia. Estava-me sinceramente a lixar para o cinema. Naquele momento nada mais me importava e sabia que dali, não íamos sair tão cedo.

Closer × André Silva ✔Where stories live. Discover now