Tirava agora a leve maquilhagem que preenchia a minha pele. A minha irmã vestia o pijama e eu conseguia sentir o olhar dela em mim. Suspirei por saber claramente o que ela queria saber.
Após terminar de me desmaquilhar e lavar a cara e os dentes, saí da casa de banho, enquanto prendia o cabelo num rabo de cavalo. Estava demasiado cansada.
- Marta? - Ela pareceu acordar dos seus pensamentos embora o seu olhar continuasse em mim. - Podes perguntar. - Atirei-me para cima da minha cama. Ainda nem acreditava que estava finalmente em casa.
- Do que falaram? - Ela perguntou finalmente fazendo-me soltar uma gargalhada falsa ao relembrar a nossa suposta conversa. - Estás a rir-te do quê?
Encolhi os ombros e deixei escapar um longo suspiro de cansaço pelos meus lábios.
- Aquilo não foi conversa nenhuma. Sabes que a única coisa que ele gosta de fazer é provocar-me. E foi o que fez.
- Não é a única coisa que ele gosta de fazer e tu sabes bem disso.
- Foi a atitude que teve para comigo quando lhe disse que tinha sido colocada em Lisboa. Mudou totalmente. Para além de se ter tornado num ser arrogante e super convencido. - Ela olhava-me atentamente. - Isso comigo não dá. Ele lixou-se para mim.
- Mas vocês..
- Vocês? Que vocês, Marta? Não existe vocês. Deixou de existir há uns quatro anos.
- Eu bem vi a maneira como olhaste para ele quando entrou no bar. A forma desconfortável como começaste a agir. Ele ainda mexe contigo, quer queiras quer não.
- Isso não quer dizer nada! - Retorqui rapidamente.
- Será que não?
- Achas que quero saber dele para alguma coisa? Depois de tudo?
- Ele ainda mexe contigo. E tu com ele.
- Podemos não falar disto? Só quero esquecer. E dormir, estou bastante cansada! - Encostei a cabeça na almofada fechando os olhos e ouvi a gargalhada dela.
- Já tinha saudades de te ver a dormir aí! - Abri os olhos.
- Tu és tão lamechas! Como é que és minha irmã?
Ela riu-se e o meu telemóvel vibrou em cima da minha mesinha de cabeceira. Ainda hesitei em pegar nele pois estava demasiado cansada, mas sentia a pressão que a minha irmã me estava a fazer só com o olhar.
- Não me digas que ainda é o rapazinho de Lisboa? - Ela provocou e eu peguei no telemóvel.
- Achas? Já não falo com o rapaz há imenso tempo!
Desbloqueei o telemóvel vendo o símbolo do instagram nas notificações. Abri a aplicação vendo um insta direct por ler.
@andresilva9: ainda bem que isto dá para enviar mensagens sem a outra pessoa me seguir. Não penses que vais fugir como fizeste há três anos. Temos conversas pendentes.
Aceitar pedido de mensagem?
- Mas este rapaz quer gozar com a minha cara à força toda? Ele não deve ter a noção das coisas. - Olhei para a mensagem lendo e relendo. Ele queria mesmo irritar-me com este assunto.
- O que se passou?
- O que se passou é que o André é um palhaço e deve ter falhas na memória. - Voltei a bloquear o telemóvel e coloquei-o de novo em cima da mesinha de cabeceira com alguma brutalidade. - Não posso voltar para casa em paz, levo logo com estas merdas em cima?
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Closer × André Silva ✔
Fanfiction"E mostramos depois que nada se constrói, sem que antes, tenhas errado ao tentar" Colaboração: chxrrywrite & dbieberg