QUARENTA TRÊS

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Quando Castiel achou que ia cair, ele não esperava que fosse cair de uma maneira tão dolorosa. O corpo parecia estar dormente como se suas pernas e braços perdessem a sensibilidade. A voz da mulher passava pelo ar e chegava aos seus ouvidos enquanto seu coração batia forte no peito. Ele sentiu a garganta de algum modo se fechando sufocando um grito ou choro, difícil realmente saber, mas estava lá quase escapando.

"[...] O voo LA 446 continua desaparecido. Ainda não se tem notícias do paradeiro da aeronave. Inúmeras mensagens circulam pelas redes sociais do mundo todo sobre a possibilidade de um sequestro ou ameaça terrorista. Cerca de 145 pessoas estavam a bordo e parentes dos passageiros já se dirigem ao aeroporto em busca de respostas."

Castiel passou a mão no rosto e apertou trêmulo o botão para desligar a TV assim que o noticiário acabou.

Ainda estava no chão.

De todas as coisas que poderiam acontecer. Tinha que vir essa. Depois do Dick, depois da morte do seu irmão. 

Ainda havia a porra desse acontecimento.

— Cas... – seu irmão Miguel passou o braço por seu ombro o erguendo do chão. As pernas bambas de Castiel quase o derrubaram novamente.

— Eles não encontraram o avião. Isso é bom... Talvez ainda tenham sobreviventes. Talvez tenham pousado em algum lugar.

Era dificil. Não impossivel, só...

— Bom, eu não sei como funciona isso de aviões e toda a parte mecânica nem nada, mas... – Miguel tentou explicar o mais docemente possível para Cas, para que ele não se iludisse, para que não se prendesse nem se agarrasse a falsas esperanças de algo que não ia acontecer, porém ele não conseguiu. 

Não conseguiu tirar a faísca de esperança que ainda restava.

 — É... Talvez, irmão.

Castiel olhou para Lúcifer como se esperasse que ele também confirmasse. Como se todo mundo concordando fosse fazer com que sua esperança crescesse. Era uma mentira para disfarçar a dor.

— Quer ir no aeroporto? – perguntou Lúcifer ainda sentado no sofá. O cabelo loiro dele bagunçado. Cas nunca reparava muito em seu irmão e ele hoje estava particularmente estranho. Desde o momento que Castiel perguntou se eles iam ficar bem, antes da missa de Gabriel.

Era isso. Lúcifer e seus pressentimentos.

— O quê houve, Lúcifer?

Ele bufou mordendo os lábios de leve e jogando o seu cabelo como se todo ato fosse o fazer ganhar tempo para evitar assuntos piores.

— Eu estava com um pressentimento ruím. Muito ruím. Era algo dentro de mim... Eu tive esse pressentimento desde que você foi sequestrado. Eu achava–

— Não se culpe, Lúcifer. Você não podia fazer nada. – Miguel tentou atrair sua atenção.

— Eu achava que você ia morrer, Cas. – continuou – Eu nunca tive tanta convicção. E eu nunca quis tanto estar errado, mas não adiantou de nada. Eu perdi um irmão da mesma maneira. – Lúcifer curvou as pernas para cima do sofá olhando para ambos.

Miguel e ele nunca o tinham visto agir desse jeito. Geralmente Lúcifer era o estressado. O que em momentos como esse jogava as coisas no chão. Destruía tudo.

Pela primeira vez estava mal a ponto de se culpar...

— Eu sou o mais velho. Eu poderia ter feito alguma coisa como você fez quando salvou Dean. Até Gabriel que tinha apenas oito anos fez mais do que eu! Eu sou um péssimo irmão e agora seu namorado está–

You can be my cure (Destiel) || CORREÇÃOWhere stories live. Discover now