DEZESSETE

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As semanas passaram rápido.

Os preparativos para o encontro com Dean tomavam grande parte do tempo de Castiel. Ele também se habituou a correr na quadra da escola após as aulas, precisava voltar com os exercícios para a próxima corrida. Bem como era uma desculpa para evitar de ficar sozinho com Dean, porque o garoto estava bem empolgado e as vezes essa energia o fazia esquecer que Cas queria se resguardar para a noite especial.

Ainda mais por estar organizando uma surpresa.

Cas aprendeu nessas duas semanas que fazer uma torta não era tão difícil assim, só precisou de umas trinta vezes, até acertar. Claro que ele gastou quase todo o dinheiro que o restava, que já não era muito. Chuck quando chegava próximo das festividades se tornava bem generoso e acabava dando uns trocados para os filhos, mas nada que mudasse a conexão entre ele e Cas. Chuck era um banco: Dava roupas, sapatos, dinheiro e comida, mas sempre havia aquela barreira, como o fato dele não perceber que seu filho não queria saber de namorada. Nem de nenhuma garota e enquanto preparava a torta, ele tentava puxar assunto, meias palavras para falar a verdade, algo do tipo:

"É para Meg? quando vocês vão sair?"

Chuck tinha lembrado até do nome da futura-não-namorada de Cas. Sinceramente, como ele não percebia o revirar de olhos de seu filho continuava uma incógnita. Castiel não só teve que aguentar esses tipos de comentários como teve que ouvir Lúcifer rindo de sua cara enquanto cada uma das tortas saia crua, queimada, ruim ou doce demais e também porque Castiel usava um avental. Era da mãe, então pode-se dizer que era um tanto feminino. Jo não sabia fazer uma torta... Ela entendia de carros e esporte, contudo era um desastre na cozinha tanto quanto Cas. Então o plano de auxiliar foi por água abaixo.

A polícia bateu em sua porta no máximo duas vezes. Eles não pareciam estar dando a atenção correta e Cas imaginava que era pelo fato de serem pobres e não alguém de importância que provavelmente iria para a mídia. Se tivesse ocorrido com Dean, no entanto, os pais escritores famosos estariam em todos os jornais agora. Isso até o fez divagar sobre Sam, o filho mais novo que tinha ido para uma escola em Londres, provavelmente ele tinha fugido da mídia devido ao seu vício em drogas... E agora tinha voltado. Cas ainda não tinha falado com ele, mas Dean e Sam passavam grande parte do tempo juntos para matar tudo que foi perdido, disso ele sabia. Dean sempre mandava mensagens para ele de noite contando o que havia acontecido, sobre como Sammy parecia bem melhor, apesar dele continuar mantendo um olho no irmão. Dean e Castiel tinham parado de ir ao purgatório nesse tempo, tudo para esperar por hoje.

Dean parecia tão diferente, no sentido bom, toda vez que atendia o telefone e escutava a voz de Cas era como se estivesse falando com alguém de extrema importância. Inclusive nos momentos que Cas batia a massa da torta e tentava prestar atenção nele ao mesmo tempo.

"Então eu disse 'Sammy eu sou gay' e sabe o quê ele disse?"  falava a voz agradável do garoto na linha - "Eu sempre desconfiei que você gostava de pintos. Esquece sempre de fechar aquelas paginas horríveis do computador."

— Isso foi quando? - Cas jogou a massa sobre a bancada cheia de farinha de trigo e começou a mexê-la enquanto prendia o celular com o ombro sobre o ouvido. Dessa vez se Deus quiser ele ia acertar o ponto.

"Eu tinha quinze e ele onze. Imagine a minha cara, Cas. Meu irmão de onze anos sabia."

— Posso imaginar... - respondeu sorrindo enquanto ouvia a voz de alguém falando ao fundo. Possivelmente de Sam.

"Ei Cas, eu e Sammy vamos sair. Comprar fantasias e essas coisas, falo com você mais tarde no purgatório, ok?"

— Tudo bem... - Ele já ia desligar, mas lembrou de um pequeno detalhe e gritou para chamá-lo. - Dean! Quando eu vou poder conhecê-lo?

You can be my cure (Destiel) || CORREÇÃOWhere stories live. Discover now