QUINZE

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Cas acordou cedo naquele dia.

 Seu humor estava bem melhor do que no anterior. Isso porque pela primeira vez em seus dezoito anos de vida ele tinha acordado namorado de alguém. Isso era engraçado na cabeça dele. Quando desceu para tomar café e encontrou sua família na mesa por algum motivo sorriu. Pegou uma torrada doce e passou mel cantarolando alguma canção que tinha ouvido, mas não sabia o nome. 

Era incrível. Todos olhavam o quão feliz ele estava enquanto ele não dava a mínima para nada.

- Pelo visto a margarida se divertiu ontem. - exclamou Lúcifer pegando quase todas as torradas para si deixando apenas uma para Miguel que quase o matou com o olhar.

- Talvez?

- Acho que eu vou voltar com minha pegadinhas então. - brincou Gabriel. - Era tão legal te ver com raiva.

Cas rolou os olhos. Ele preferia o Gabriel bonitinho que chorava e pedia desculpas, por mais estranho que isso possa soar. Ele ainda lembra quando o irmão aplicou pasta de dente em seu rosto e pegou seu sketchbook no ônibus. Talvez Gabe tenha ficado abalado com tantos problemas acontecendo na família e por isso tenha dado um tempo, mas lá estava ele querendo voltar a ser um pirralho.

- Onde está nosso pai? - perguntou Castiel desviando o assunto da mesa. Chuck era o único que não estava lá e Rafael ainda dormia no berço. 

- Ele foi verificar a estufa, ele vem ouvindo uns barulhos estranhos as vezes vindo de lá de noite.

Os irmãos continuaram comendo em silêncio até Chuck abrir a porta da frente, entrar enxugando a testa coberta de suor e se dirigir até eles parando bem atrás de Castiel que sentiu a presença de seu pai em suas costas. Aquilo não é e nunca foi um bom sinal.

- Castiel e Miguel. - ele chamou. Sua voz como sempre séria e sem animo.

- Sim? - inquiriu sem o olhar, mas sentiu os ombros encolhendo de medo em resposta, apenas Miguel o observava calmo.

- Vão ver a estufa, agora! Lúcifer fique aqui que eu quero conversar com você. - Castiel largou lentamente o resto de torrada no prato e se levantou da cadeira tentando ao máximo não tremer. O que tinha acontecido?

Ele passou pelo jardim com Miguel logo atrás. O céu estava com prenúncio de chuva, mas depois dessas tentativas falhas de chover ficava meio difícil acreditar no jornal do tempo ou até mesmo no próprio céu. Não era porque estava quase cinza que uma chuva despencaria. Não era mesmo. 

Cas parou em frente a porta da estufa e abriu devagar.

- Mas o quê? - Sua mão foi até a boca em pânico.

Grande parte dos vidros estavam quebrados. Haviam diversos cacos caindo por cima das plantas, tomates e legumes jogados e esmagados por todo lugar, vasos derrubados. Estava tudo uma bagunça sem fim.

Haviam arrombado lá e feito a farra. Só não tinham mexido na caixa com as abelhas como Castiel havia notado quando caminhou lentamente desviando dos pedaços de vidro. Ao menos os idiotas foram espertos de não quererem ser picados. 

Mas puta merda.

- Castiel...  O que é isso? - Exclamou o irmão apontando para uma das janelas de vidro no alto. Cas fechou a tampa da caixa de madeira onde as abelhas estavam e foi até ele. Por algum motivo ele não se sentiu bem e esperava que o pai não tivesse visto aquela mensagem lá no alto, quem sabe tivesse passado batido. Era o que ele queria acreditar já que com letras bem feias e quase incompreensíveis estava lá pichado. 

"Plantação de viados - promoção: dois por um"  

Primeiro com a Kombi.

E agora isso. Algum homofóbico sabia sobre ele. E pior...

You can be my cure (Destiel) || CORREÇÃOWhere stories live. Discover now