NOVE

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Quando a terceira musica acabou Cas continuava nos braços de Dean, mas não era como se ele não se sentisse culpado. Um milhão de pensamentos o rondavam enquanto as mãos de Dean ressoavam em sua cintura. Elas subiam e desciam até quase os quadris e se dobravam querendo tocar sua bunda, algo que Cas fazia o favor de segurar a mão dele e trazer para o lugar natural em uma dança. Cas tentava ao máximo não pensar em Lisa, em como ele estava arriscando a dignidade que o restava ao estar tão perto daquele garoto, mas fazia tanto tempo... Tanto tempo em que ele não tinha esse calor humano. Uma das mãos de Dean subiu até sua nuca enquanto ele repousava seu queixo no ombro de Cas.

— O que estamos fazendo parados sem musica? – Sussurrou Castiel vendo que apenas eles dois restavam em pé naquela pista de dança improvisada no meio da lanchonete. – Estão todos nos olhando, Dean.

— Eu estou aguardando a próxima... – Exclamou com um ar gracejador se afastando para o olhar diretamente nos olhos.

A próxima musica que vibrou no ambiente era lenta. Era a primeira de todas tão lenta assim. A primeira dança com a musica animada se resumiu a Dean girando ele pela pista e o casal do lado deles sendo esquecido. Eram apenas eles dois, tudo sumiu, por mais clichê que isso podia soar era como se todo mundo fosse desfocado... Cas não conseguiu parar de lembrar de sua mãe ensinando alguns passos e quando os aplicou em Dean se sentiu tão leve, o garoto conseguia acompanhar tão perfeitamente ele que os dois pareciam quase flutuar pela pista.

Cas pegava pelo canto dos olhos Benny tirando fotos, aquele cara tinha adorado ver clientes dançando e a coreografia foi tão bem feita que atraiu mais três casais para a pista, por pelo menos mais uma dança.

Mas agora era só eles de novo.

Cas fechou os olhos agarrando o tecido marrom do terno de Dean encaixando sua cabeça de leve em seu peito. Aquilo causava ondas em seu interior, uma ventania forte. Se seu estômago fosse o céu pode-se ter certeza de que estaria garoando. Dean o deixava nervoso como ninguém nunca antes havia deixado.

— Essa musica... – ele murmurou olhando para o lado sem encarar o garoto com quem dançava ainda deitado sobre seu peito.

— Nossas aventuras até agora tiveram mais músicas que muitos casais não? – argumentou seu parceiro de dança.

— Não somos um casal. Somos amigos.

— Pfff... Claro, amigos dançam assim como estamos... Por que é tão teimoso, Castiel Shurley?

— Você que tenta apressar tudo, Dean Winchester.

— Eu não tenho culpa. Com você é como se eu quisesse tudo de uma vez... – Cas surpreso levantou a cabeça do peito dele.

— O quê?

Dean deu de ombros olhando para as mesas com os casais os observando, ainda não dava para saber se todos os estudavam de modo normal ou se alguém ali tinha algo contra aquele tipo de romance, ao menos o dono do estabelecimento não tinha.

Cas abaixou a cabeça em direção aos pés deles, eram tão sincronizados que trabalhavam em perfeita harmonia. Era quase um tipo de valsa moderna. Como se fosse o baile anual da escola, porém mil vezes melhor.

— Fala Dean! – tentou novamente.

— Agora você quer apressar as coisas? – ambos se encararam e riram. – Eu só queria entender a razão de estar quase te escolhendo ao invés da Lisa. Isso é muito... muito, sabe. Eu sei que eu sou bi, tenho noção disso, já fiquei com alguns garotos e garotas suficiente para saber. Eu só estou confuso.

— Eu já te disse... Estar confuso ou querer achar uma razão não muda nada. A questão é você decidir de uma vez por todas a quem quer se dedicar. Eu não devia estar aqui fazendo isso com você, porque você fica confuso. Tem que escolher no neutro, você está flertando com um cara e vai sair mais tarde com uma mulher, sabe o quanto isso é louco? – Cas arqueou o corpo pronto para se desvencilhar dele e acabar com a dança, eles até chegaram a se separar totalmente apenas ficando um de frente para o outro.

You can be my cure (Destiel) || CORREÇÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora