19

435 41 4
                                    

- Mãe ?! - Exclamei prendendo a respiração.

Minhas mãos começaram a suar e eu tremia, minha mãe, me encarava como se eu fosse um fantasma. Boquiaberta, me olhava de cima a baixo.

- Denise. ... por deus ! o que aconteceu com você filha? Você desapareceu e céus, ninguém soube do seu paradeiro .. - Minha mãe me segurava com força, como se eu pudesse escapar de seus dedos e sumir.

- Calma, eu posso explicar - falei segurando sua mão firme. - vamos sair daqui, um lugar menos agitado ..

- Denise.. - Henri apareceu com uma iguaria nas mãos e olhou confuso para mim e minha mãe, desesperadas, se agarrando uma a outra.

- Henri, essa é minha mãe. - falei com terror na voz.

- Eu sei - ele falou surpreso - vamos sair daqui, venham.

Henri saiu caminhando e nos o seguimos ainda segurando uma na outra. Chegamos no carro entramos e ele se virou para minha mãe.

- Onde está Jason ?

- está no hotel... não se sentiu bem hoje - minha mãe falou confusa - como conhece meu marido?

- Marido ?! - exclamei surpresa.

- eu o mandei, a quase sete meses para lhe seduzir e eu poder ter acesso a Denise, em seguida era para ele te deixar mas em uma carta ele explicou como te amava e abandonou tudo aqui. - Henri deu partida no carro e suspirou - pelo visto voltou, e não quer ser reconhecido.

Minha cabeça girava.

- Me diga em qual hotel estão, por favor - pediu Henri com irritação na voz.

Henri dirigia em silêncio em quanto minha mãe me acariciava os cabelos.

- Está tão bonita.. mais adulta - suspirou ela . - por onde esteve? Porque não deu noticias?

Henri me olhou pelo retrovisor, e me deu sinal verde.

Contei tudo a minha mãe e até onde eu estava, ela parecia abalada, exausta.

- Você está presa aqui? Ele é seu sequestrador?

- mais ou menos, eu posso ir em bora e ele não é mais meu sequestrador. é meu amigo, e eu gosto dele. - Falei rapidamente.

- puxa vida.. é muita coisa para digerir - minha mãe falou fechando os olhos para descansar.

- vocês me procuraram ? - perguntei séria.

- claro que sim, seus amigos ficaram muito preocupados com você, saiu de uma festa sem dar noticia e sumiu, com roupa e mala e tudo. Procuramos mas não havia pistas... - ela me olhou triste e continuou - achamos que você queria espaço para si, com um tempo, pensar sobre o futuro e então..

- pararam de me procurar - falei com amargura, lagrimas escorreram por meu rosto - vocês me esqueceram e continuaram suas vidas, a senhora se casou e está viajando... sua filha não é nada certo?

- querida, não diga isso, você não sabe de nada - minha mãe falou balançando a cabeça desesperada.

- então me conte - falei com raiva.

- chegamos - avisou Henri estacionando. - conversaremos lá em cima, tem muita coisa para se falar.

Subimos o elevador e na suíte Jason abriu a porta animado, mas logo sua expressão mudou para terror quando Viu Henri.

- ola jason - Henri falou formalmente - há meses não tenho noticias suas.. desde que abandonou o barco.

- Henri.. nossa... esta diferente.. entre- balbuciou Jason nos deixando entrar.

- Comece a contar tudo - ordenou Henri com uma autoridade que nunca vi.

- Depois que o rapto deu certo eu estava bem, aprendendo a viver com ela e era bom. eu era livre, mas tinha dever a cumprir então logo comecei a armar algo para romper o namoro quando... - sua voz falhou, ele olhou para minha mãe.

- querida, eu não parei de procurar você, nunca pararia.. mas eu fui diagnosticada, nódulos na medula e cérebro. Tenho so 2 meses de vida no máximo e não tinha ninguém para me dar um apoio. Além do jason. - ela enxugou as lágrimas e continuou.- Ele me amou e me ama ... me deu o mundo e casou se comigo so para ter um motivo para sorrir. Ele viaja comigo por vários lugares... ele nunca quis vir aqui mas eu insisti.. - disse minha mãe emocionada.

Eu paralisei. Minha mãe continuou a falar, Jason tamborilava á mesa nervoso e Henri me avaliava perto da parede. As vozes ficaram difíceis de entender.

- querida ? - chamou minha mãe de mancinho.

- você vai morrer? - falei sem mesmo reconhecer minha voz.

Ela confirmou com a cabeça e começou a chorar, corri para seu colo e a abracei forte, soluçando.

Imaginei voltar para casa, contar de minha aventura, viver com minha mãe. Mas perdi os últimos meses de sua vida.. e agora ela estava indo. Chorei até não haver mais lagrimas.

- Denise ... - Henri falou pegando carinhosamente em meus ombros, me ajudando a levantar. - temos que ir para casa...

Não consegui dizer nada, so balançava a cabeça e soluçava, minha mãe abraçava a si mesma sem saber me confortar..

- voltaremos amanhã, temos muita coisa para falar ainda- garantiu henri dando um beijo em minha testa e me puxando para perto. - mas temos que ir agora.

Deu um último beijo em minha mãe e Henri me levou para o carro.

Não lembro da volta para o Hotel, mas me vi já em meu quarto.

- Quer que eu a deixe sozinha ? - Henri falou baixinho segurando minha mão.

- tudo que menos quero, é ficar sozinha - falei enxugando os olhos - pode passar a noite comigo ?

Henri se deitou comigo em minha cama e eu me confortei sobre seu peito quente. ele acariciava meu cabelo e sua respiração forte e constate me fez dormir. apaguei sem sonhar ou ter pesadelos, so dormir em um mar quente,conciênte do braço protetor de Henri a minha volta, de sua cabeça proxima a minha, de sua mão ainda segurando a minha.

Acordei com a cabeça latejando, um cobertor estava ao meu redor e Henri não estava no quarto. A porta se abriu e ele entrou com uma bandeja na qual depositou há cama.

- precisamos conversar. - falou ele sério.

- Claro - falei prendendo os cabelos e me sentando sem nenhum apetite.

- iremos ver sua mãe hoje, mas ela parte essa noite - ele disse sério, me entregando aspirinas e água. - Sei que não é facil a situação, se quiser ir com ela, vou entender mais que tudo.

Demorei um pouco a entender o que aquilo significava.

- ir em bora ?- Falei com a voz falhando.

Olhei para o quarto, meu quarto, organizado do meu jeito mesmo com todas as iguarias que não conhecia a 4 meses.

- sim, escute, se meu pai souber de sua familia aqui, haverá castigo. e jason morrerá por traição.. - ele me olhou triste - você entende tudo isso, certo?

Confirmei com a cabeça.

- Vá se arrumar. Vamos ver sua mãe.. até lá você escolherá, ficar ou partir. - ele falou me olhando com olhos tristes.

My LordWhere stories live. Discover now