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No escuro do meu quarto, encarava Henri. Ele estava quieto e pensativo, suas olheiras indicavam cansaço.

- por onde devo começar... - murmurou ele pensando.

- fale daqui - pedi e ele concordou.

- eu faço parte de uma familia antiga, uma familia grande. E a certas tradições que ainda são seguidas.

Ele fez uma pausa e depois continuou.

-" A muito tempo minha familia comanda uma sociedade que retém as tradições dos antigos povos Árabes. Um senhor que comanda, escolhe sua esposa de descendência igual a sua e casa. seus filhos disputaram seu cargo, mas não por idade. Mas por merecer, e assim vem sendo. Mas a cerca de 50 anos, meu avô, se apaixonou por uma serva.."

- uma serva? - falei curiosa.

- eles casavam para continuar a linhagem masculina, não por amor. E com isso eles se relacionavam com quem bem entendesse. - explicou rapidamente, permaneci calada.

- " as nossas servas, não são quais quer mulheres. eram escolhidas a dedo por todo o mundo, e com essa paixão do meu avô, ele decretou que os homens de linhagem de sucessão escolheriam a mulher com quem deveria se casar. E agora é o que nos fazemos.

- Esta dizendo que seu pai raptou sua mãe? - perguntei curiosa

- ele lhe ofereceu uma proposta, e ela aceitou - Henri disse me avaliando. - a mesma que lhe ofereci.

- e eu não a aceitei. - falei respirando fundo - vou me embora, assim que possível.

- Tudo bem, mesmo meu pai sabendo de sua existência lhe libero. - ele disse se levantando e ficou andando. - serei expulso da linha de sucessão. Talvez volte a percorrer o mundo..

- porque expulso ?

- por ter apostado minhas fichas na mulher errada - ele disse como se as palavras o ferissem.

- Seu irmão assumirá ?

- Sim - ele falou me encarando - ele é duas vezes pior que meu pai, seu governo trará guerras e vergonha ao meu nome e de meu pai. Fora que tenho planos para tudo aqui.. mudar várias coisas.

- está dizendo que se eu aceitar hm.. ficar com você, você assume o governo ?

- Talvez.. So se eu passar no teste, mas ainda estaria no jogo.

- isso é muita coisa para minha cabeça - falei sacudindo a cabeça. - não pode por isso nas minhas costas..

- eu tenho outra proposta - ele falou rapidamente - me dê um prazo, fique comigo. o que tem a perder? já provei que não vou lhe machucar.

- um prazo para que?

- para eu fazer você se apaixonar por mim - ele falou me olhando nos olhos.

Poderia rir mas vi que não era brincadeira, ele falava serio, quase suplicava.

- porque eu escolheria ficar aqui ? - perguntei um pouco nervosa.

- porque agora que terminou a escola, você se sente perdida.. sabe o que quer e tem medo de alcançar. eu posso te dar o mundo, so precisa me dar tempo - ele falou sorrindo levemente - me mostre seu mundo, você me encantou de mais e a cada momento continua a me encantar.

- poderei ir em bora a qualquer momento ? - perguntei .

Ele concordou com a cabeça.

- se for de seu desejo..

- você tem um prazo - falei sem realmente reconhecer minha voz. o que eu estava fazendo ?!

- você não vai se arrepender - ele disse beijando minha mão - volte a dormir, querida.

- so mais uma coisa - falei rapidamente - como me achou ?

Ele parou um segundo e se virou para mim:

- no aeroporto Denise...

E saiu.

A lembrança de tropeçar em um cara, o flerte na despedida a conversa furada no voo. Era ele, um pouco mais velho, mas era o estrangeiro que me deixou uma noite em claro. Ele me encontrou.

Eu sem perceber estava sorrindo, deitei novamente mas não consegui mais dormir.

My LordWhere stories live. Discover now