Dúvidas

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[ A R T U S ]

Cada dia que passava pior eu ficava. No começo eu realmente pensei que era só fase de ínicio de término, mas não. Cada dia sem Melissa era como um dia nebuloso e melancólico.

Depois do dia em que tentei falar com ela na saída da escola, as coisas só tem piorado. O Bernardo foi embora na semana passada para ir morar com a nossa mãe, eu tentei mandar mensagens para Eduardo para saber como o mesmo estava, mas ele não me respondeu. E eu também tentei falar com Melissa, mas nada estava parecendo funcionar.

Eu já estava realmente cansado dessa palhaçada e como se não bastasse, meu pai quer que eu vá para um jantar na casa dos Walls junto com ele. Ele pensa que há alguma possibilidade que eu fique com a Daniele, mas ele está altamente equivicado.

Olhei meu reflexo no espelho e suspirei. Realmente me esforcei para ficar bonito, mas a expressão cansada no meu rosto, o cabelo maior que o normal e a barba por fazer demonstravam o quanto eu estava acabado. Não sei exatamente o porquê de eu ainda ir a esse jantar, mas de qualquer forma, se eu não fosse meu pai faria mais alguma chantagem barata.

Depois de pegar minha carteira e as chaves do carro, sai do meu quarto, desci as escadas e fui para a garagem. Mas antes que eu pudesse entrar no meu carro, recebi uma mensagem que paralizou meu coração.

Minha Mel: Será que podemos conversar?

[ M E L I S S A ]

Os primeiros dias realmente foram os piores, eu chorei, sofri, parei de comer e fiquei totalmente desanimada pra tudo. Mas depois que comecei a recobrar a consciência, eu raciocinei sobre tudo que aconteceu e cheguei a uma conclusão.

Por que Artus terminaria comigo daquele jeito? Logo depois de todas as confusões que aconteceram com o seu pai?

Demorei cerca de três dias, mas tomei a decisão e enviei a ele uma mensagem pedindo para que ele viesse aqui para conversarmos.

Parece meio inesperado, e realmente é, mas eu preciso ter certeza do que está acontecendo e acabar de uma vez por todas com essa palhaçada.

Me olhei no espelho, vendo o vestido bater em minhas coxas e estar um pouco apertado pelo fato de eu ter, estranhamente, engordado nesses últimos dias. Eu estava nervosa, mas eu sabia o que eu tinha que fazer e foi uma decisão bem pensada.

Escutei o som da campanhia ecoar pela casa e gelei por um momento. Eu pedi que minha mãe mandasse ele subir quando chegasse e agora estou um pouco arrependida.

Ainda virada para o espelho, ouvi duas batidas leves na porta e logo em seguida a mesma se abriu. Me virei e vi ele, como sempre irresistível, com uma blusa social azul escura que caiu muito bem nele, o cabelo maior que o normal, a barba por fazer e o seu tão tipíco perfume era perceptível no ar.

  -- Oi... - falou me olhando e tentando quebrar o silêncio.

  -- Olha, você sabe que eu não sou de ir direto ao ponto, mas dessa vez eu vou. - ele arqueou uma sobrancelha e se aproximou mais de mim, ficando frente a frente.

Proximidade perigosa.

  -- Pode ir direto ao ponto, você sabe que eu prefiro assim. - eu apenas assenti fitando suas íris castanhas.

  -- Sabe, quando você terminou comigo eu realmente fiquei totalmente acabada. - ele estava olhando no fundo dos meus olhos e eu me senti estremecer. - Mas, agora que eu recobrei a minha consciência eu percebi que não fez o minímo sentido tudo isso.

  -- Por quê? - eu dei um sorriso sarcástico ainda olhando em seus olhos.

  -- Apenas me diga. - me aproximei um pouco mais ficando com o rosto a centímetros do seu. - Diga olhando no fundo dos meus olhos que não me ama mais e eu juro que desisto de você e desapareço da sua vida.

O ambiente pareceu esquentar, seus olhos no fundo dos meus, nossas respirações descompassadas.

  -- Eu te amo com toda a minha alma, Melissa. - meu coração apertou.

Suas mãos instintivamente me puxaram pela cintura colando nossos corpos de vez. Levei minhas mãos até sua nuca e num ato de desespero selei nossos lábios iniciando um beijo feroz, cheio de volúpia, paixão e principalmente, saudade. 

[ E D U A R D O ]

n/a: essa parte é quando Bê foi embora... Já sabem, se não gostam, apenas pulem. 

  -- Eu não consigo fazer isso... Você sabe. - Bernardo falou e eu simplesmente não conseguia olhar em seus olhos. 

 Eu sabia que era agora, mas eu não conseguia aceitar isso. Não dava para simplesmente deixar Bernardo ir embora assim, não depois que ele virou o que me faz forte. Eu preciso dele junto comigo de qualquer forma e eu não consigo dizer adeus. Não posso aceitar que ele venha até a minha casa se despedir de mim e depois vá embora da minha vida. 

  -- Não torna isso mais difícil, Edu. - as lágrimas já corriam desesperadamente pelo meu rosto e pequenos soluços saiam de minha boca. 

  -- Você não pode ir! - ele suspirou chegando perto de mim, mas eu me afastei encostando minhas costas no meu guarda-roupa. - Tudo que nós passamos juntos não foi um passatempo, nós enfrentamos tanta coisa e agora você está desistindo. - ele segurou meus ombros e olhos nos meus olhos. 

  -- Você acha que não dói em mim? Você acha que é fácil pra mim enfrentar todos ao redor desaprovando? Nos vendo como algo nojento? Dói quando eu saio com você na rua e não posso segurar sua mão em público, ou quando estamos na escola e temos que fingir ser apenas amigos porque as pessoas sentem repulsa do que somos. Mas eu te amo, e eu nunca vou te esquecer. Só quero que você entenda que o que for pra acontecer, vai acontecer. - as lágrimas escorriam por meu rosto assim como no rosto dele. 

  -- Prometa que nunca vai me esquecer. - pedi olhando em seus olhos. 

  -- Você é minha casa, você faz com que eu me sinta em casa e eu sempre volto pra casa. Cedo ou tarde. - sorri minimamente em meio as lágrimas. 

 Ele selou nossos lábios, iniciando um beijo lento para gravar cada pedacinho de mim, porque é o adeus. 

[sz]

 Oi amores... Desculpem a demora. Enfim, estou pensando em criar um grupo fechado no facebook, o que acham?

Meu Médico Possessivo (EM REVISÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora