Decisão

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Eu o beijei.

Beijei o bastardo e idiota do meu médico que é onze anos mais velho que eu. E agora, eu só consigo pensar em duas coisas:

1. Como foi bom.

2. Como eu estou com raiva.

E tudo que eu queria era sumir nesse momento. Porque estar olhando para a cara do meu médico logo depois de beijar ele é bem constrangedor.

  — Mel? — ele chamou ainda me olhando.

E foi aí que minha ficha caiu. Eu tinha mesmo o beijado.

  — Qual o seu problema? Ficou louco? — gritei atônita, ainda tentando digerir o que aconteceu.

  — Desculpa, eu agi por impulso. — E foi quando ele falou aquilo que eu não me segurei.

  — Impulso? Sério? É isso que você vai me dizer depois de ter me beijado? — falei totalmente irritada.

  — Calma... — ele pediu me olhando cautelosamente.

  — ME DEIXA EM PAZ E NUNCA MAIS ME PROCURE! — gritei e logo em seguida me virei para abrir a porta do carro, que por sorte estava destravada.

Desci do carro, bati a porta e parei para olhar onde eu estava. Era uma rua próxima da minha casa, então dava para eu ir a pé tranquilamente.

Comecei a caminhar pela rua calmamente e eu estava um pouco aérea.

Como isso foi acontecer? Beijar um idiota que nem Artus? Sinceramente, eu esperava mais de mim mesma.

Foi quando eu estava no meio do caminho que eu decidi mudar o trajeto. Eu iria para casa de Eduardo, afinal, eu precisava conversar com alguém.

Quando cheguei na casa de Eduardo , que era relativamente média e tinha a frente pintada de verde, apertei a companhia e suspirei esperando alguém atender. Logo, a porta foi aberta revelando Eduardo com uma calça moletom cinza, uma blusa regata branca e o cabelo todo bagunçado.

  — O que aconteceu, Mel? — ele perguntou dando espaço para eu entrar, e assim eu fiz.

  — Aconteceu uma grande merda. — falei pensativa.

Ele pegou minha mão e me puxou até o sofá, onde sentamos um de frente para o outro.

  — E que merda seria essa? — perguntou erguendo a sobrancelha.

  — O idiota do Artus me beijou! — exclamei e ele pareceu raciocinar um pouco, mas logo em seguida, sorriu.

Por que caralhos ele estava sorrindo?

  — Tá sorrindo por que, idiota? — perguntei irritada e ele continuou com um sorriso bobo na cara.

  — Porque isso é fofo. Vocês brigam, mas na verdade se gostam. — ele disse e eu arregalei os olhos, incrédula.

  — Tem noção da bosta que acabou de falar? — indaguei.

  — Tenho sim, e é a mais pura verdade. — explicou e eu ri sarcasticamente.

  — Nunca! E mesmo se fosse, eu jamais iria dar o gostinho do Artus de me ver correndo atrás dele. — falei convicta, afinal, aquilo nunca ia acontecer.

[...]

{ A R T U S }

Não foi fácil deixá-la ir, não foi mesmo. Mas eu tenho noção de que ultrapassei todos os limites e teria que dar tempo pra ela pensar.

É uma coisa estranha e foi muito de repente, mas eu não consigo mais parar de pensar nela. Nos olhos azulados, no sorriso, nos lábios, no cheiro. E isso está me assustando bastante, porque eu nunca fui assim.

Confesso que no início eu a irritava só por irritar, e eu também achava que ela iria se apaixonar por mim facilmente e eu poderia ter algo com ela. Mas ela é totalmente diferente, toda cheia de marra, com uma personalidade forte e um pouco difícil de se lidar, mas isso é o mais interessante nela. Com ela são obstáculos, são aventuras e é diferente.

Mas eu estou realmente ciente de que ultrapassei os limites. E agora, tenho medo de que ela nunca mais queira saber de mim.
Estacionei o carro no estacionamento do consultório, desci do carro e quando travei o mesmo, me virei para sair, mas me surpreendi ao ver uma das enfermeiras ali.

Daniele Machado Walls.

Há uns meses atrás eu sai com ela, e tivemos um breve "romance". Mas ela era um pouco grudenta e eu apenas cai fora na primeira oportunidade. Aliás, todos os "relacionamentos" que tive foram assim.

A mulher de cabelo castanho escuro, estatura média e olhos castanhos estava parada na minha frente com um sorriso.

  — Olá, doutor Artus. — ela falou e eu apenas dei passos próximos a ela no intuito de cumprimentá-la amigavelmente e sair dali.

  — Olá, Daniele. — falei sem emitir nenhuma expressão e quando ia passando ela segurou meu braço. 

Ergui uma sobrancelha e me virei para ela com uma expressão de interrogação.

  — Deseja algo? — perguntei olhando para a mão dela segurando meu braço.

Ela apenas se aproximou, levou seu rosto próximo a minha orelha e sussurrou roucamente:

  — Espero poder te ver em breve. — e se afastou com um sorriso sacana.

Isso certamente soou bem malicioso e eu apenas revirei os olhos, para logo voltar a caminhar.

Quando adentrei o hospital, vi várias pessoas na sala de espera, então apenas dei um sorriso amigável e fui andando calmamente até minha sala para continuar os atendimentos do dia.

Quando entrei na minha sala, caminhei até minha cadeira e me sentei. Suspirei, mas logo ouvi batidas na porta.

Era um enfermeiro.

  — Doutor Artus! Preciso que o senhor assine alguns exames. Posso deixá-los aqui mais tarde? — perguntou ainda na porta.

  — Claro. — respondi amigavelmente e ele apenas assentiu e saiu dali fechando a porta.

Suspirei mais uma vez. Minha mente não parava de repassar a cena do beijo. Aqueles lábios delicados tocando os meus... Foi como estar no paraíso, mas eu precisava fazer alguma coisa para que ela não ficasse irritada comigo.

E foi então que eu decidi.

Eu conquistaria Melissa de um jeito ou de outro.

[☆]

Oi seres humanos ;)

O que acharam do Artus narrando? Amei fazer esse capítulo. sz

Até a próxima att.

Beijinhos.

Meu Médico Possessivo (EM REVISÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora