Filme de terror

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A semana tinha passado tão rapidamente que eu mal percebi. Depois do episódio "Almoço com o médico lindo" eu não consegui me concentrar em muita coisa e praticamente fiquei absorta sobre tudo ao meu redor.

Minha rotina consistiu em acordar, ir para a escola, arrumar a casa, estudar e dormir. Simplesmente minha cabeça doía só de pensar na conversa que tive com Artus naquele maldito almoço.

Minha mãe também veio conversar comigo e eu contei tudo. Ela confirmou que era verdade e ainda ligou para Artus agradecendo pelo "tratamento particular gratuito".

Isso já deveria ter saído da minha mente faz tempo, mas acontece que algo estava me intrigando mais que o normal e eu não conseguia entender o que era. Uma vez em uma das aulas de literatura, o professor mandou nós lermos um livro de romance e depois debater em sala de aula sobre o tal livro. E no meio do debate o professor perguntou "Quando você vê uma pessoa de repente, se encanta por essa pessoa e se acostuma com a presença dela, mas depois ela some, o que acontece?". Aí um dos alunos respondeu "Você sente um vazio, como se faltasse algo."

É exatamente assim que estou me sentindo agora. Vazia, como se estivesse faltando algo e eu não soubesse explicar o que era.

No momento, estou deitada na minha cama, fitando o teto branco enquanto minha playlist está tocando. É assim que tenho passado o meu tempo livre... Ouvindo música e pensando.

Ouvi algumas batidas na porta e suspirei. Eu realmente não queria falar com ninguém, ainda mais em um sábado que eu planejava não fazer nada.

Novamente as batidas na porta.

— Entra. — falei ainda fitando o teto.

A porta amadeirada se abriu e quando eu desviei o olhar para a pessoa que estava ali, me deparei com Eduardo. Provavelmente minha mãe ligou para ele falando sobre o quanto estou agindo estranho ultimamente.

— Oi, docinho. — ele disse e fechou a porta atrás de si enquanto caminhava devagar até minha cama.

— Oi, little twink. — falei e me ajeitei encostando minhas costas na cabeceira da cama.

— Como você está? — ele perguntou sentando na beirada da cama ficando na minha frente.

— Normal, e você? — perguntei o olhando, sem emitir nenhuma expressão, e ele deu um sorriso triste.

— Eu sei que você deve estar mal, eu te conheço. — ele falou e eu suspirei. — Sei também que você não gosta muito de falar o que está sentindo, então, eu vou respeitar seu espaço. Mas por favor, continue sendo a Melissa que eu conheço, que nunca deixou que nada te abalasse. — ele pediu me olhando nos olhos.

Logo senti uma maldita lágrima escorrer por minha bochecha.

— O que seria de mim sem você? — perguntei com a voz embargada.

— Vem cá. — ele abriu os braços e eu me aconcheguei no seu abraço apertado.

— Eu tô tão confusa... Sabe quando você simplesmente não consegue se distrair e tudo que você faz te leva a outros pensamentos? Eu estou exatamente assim. — confessei e ele acariciou meu cabelo.

— Eu detesto te ver assim... Vamos sair hoje por favor? — ele perguntou e eu neguei com a cabeça.

— Não. — falei.

— Vamos Mel! Podemos ir pra praia ou para o shopping, mas vamos por favor. — pediu acariciando meu cabelo.

— Ok, você venceu. — falei ainda meio incerta.

Meu Médico Possessivo (EM REVISÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora