Arrumações, mudança e intruso

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-Não obrigada. Quando o Chat aparecer não te esqueças de te esconder.

-Sim. Boa noite, Mari.

-Boa noite Tikki.-ela foi deitar-se entre duas almofadas na minha cama. Assim, ficou escondida de uma possível visita e pode descansar em paz.

Continuei a arrumar as coisas da minha secretária e cómoda e sem querer, deixei cair um papel. Quando me agachei para o apanhar, vi que era uma carta do Chat para mim. (para quem não sabe, é a carta que o Chat escreveu no capítulo 9).

A carta dizia:

" Querida Mari,

Como ainda dormes, decidi que não te acordaria. Desculpa ter adormecido na tua cama, mas o cansaço foi tanto que eu não resisti. Se eu não tivesse dormido, tu terias tido uma noite mais quente e agradável.

Gostei muito de poder desabafar contigo e espero que faças as pazes com o teu amigo Adrien Agreste. Hoje à noite voltarei para te contar como correu a minha declaração.

Se ao pequeno-almoço te faltar queijo, isso é porque eu tive de alimentar o meu kwami. Eu depois explico-te o que é um kwami.

Cumprimentos do teu gatinho."

A carta já tinha uns dias, mas não tinha perdido o seu devido valor. Quando eu recordo esse dia em que tive de rejeitar o Chat, sinto-me pessimamente. Ele é tão atencioso e querido. Ele merece uma pessoa que o trate respeitosamente, ele não é um garoto qualquer que anda por aí, ele é... meu amigo. Sinto-me abalada de o ter rejeitado, mas não lhe podia dar falsas esperanças e mentir-lhe a dizer que gostava dele.

Com todo o cuidado que tinha, coloquei a carta num envelope, que por sua vez depositei na caixa com os meus pertences. Depois continuei a arrumar as coisas.

Uns minutos depois, ouvi umas batidas na janela. Verifiquei que era o Chat antes de abrir. Não queria ser confrontada com o Félix de novo. O Chat entrou e olhou para as minhas coisas com um ar desconfiado.

-Vais viajar princesa? Vais-me levar contigo?

-Não e não. Eu vou mudar-me para a casa do senhor Gabriel Agreste, o pai do Adrien e do... Félix.

-Tens muita sorte por um lado e muito azar pelo outro. Vais morar numa casa grande, mas vais ter de estar com o Adrien e o Félix.

-Para mim o Adrien já não é um problema. Eu decidi-me e vou mesmo pedir-lhe para voltarmos a ser amigos. Também lhe vou pedir desculpas por algumas coisas que disse. Ele pode ter sido muito estúpido, mas isso não me obriga a descer ao seu nível.

-A sério que o vais perdoar mesmo?- os olhos do Chat começaram a brilhar intensamente.

-Sim, e desta vez tenho a certeza absoluta do que estou a fazer.-ele deu um saltinho. Não percebi bem porquê, mas prontos.

Pov. Adrien

Ouvir aquelas palavras da boca da Mari, fizeram-me sentir o rapaz mais sortudo do mundo. E ela ainda me ia pedir desculpas. A Mari é mesmo a pessoa com um grande coração. Eu é que lhe fiz o mal e ela vai pedir me desculpas.

De tão feliz que eu estava, dei um pulinho de alegria. Ela reparou e fez uma cara estranha. Eu coloquei a mão na cabeça e comecei logo a processar numa desculpa.

-Ahm... Eu não gosto de ver bons amigos zangados, por isso, sempre que se resolvem eu dou um pulinho. Eu sei que é estranho, mas... o que se pode fazer? Tiques de super heróis. Ahaahahhahah...ah.

-É mesmo estranho, mas eu respeito o teu tique.-disse ela fazendo aspas com os dedos quando disse "tiques". Depois, soltou uns risinhos. Lembrei-me então dos nossos pensamentos. Mas se eu lhe dissesse que já não estávamos unidos por uma relação de ódio, ela descobriria logo quem eu sou. E isso não pode ser.

-Então, eu vou poder ir visitar-te lá nessa casa gigante?

-Por mim, tudo bem. Só não te quero arranjar problemas.

-Não arranjas. Eu faço tudo para visitar a minha princesa.- ela corou e eu também. O comentário saiu sem fundamento nenhum e eu não estava à espera de o proferir.-Queres ajuda para arrumar alguma coisa?

-Não obrigada. Eu já tenho tudo arrumado. Amanhã de manhã mudo-me para a casa deles.

-Ah... E como correu o teu dia? A primeira sessão de fotos, o akuma, foi cheio de ação hãm?

-Sim. Se tivesse de descrever este dia numa só palavra, a palavra era cansativo. E estou mesmo cansada.

-Eu vou deixar a minha princesa descansar. Amanhã encontro-me contigo às onze e meia no teu quarto. Combinado?

-Sim gatinho. Boa noite. - ela levantou-se da cadeira da secretária e veio até mim. Eu estava à espera de um abraço, mas em vez disso, recebi um beijo na face. Acho que corei dos pés à cabeça. Hoje o meu dia foi só alegria.

-Boa noite princesa. Sonha com gatos.- e saí para a escuridão da noite. Ao contrário do que muitos pensam, eu adoro estar ao escuro. Sinto-me bem e posso andar à vontade. Qualquer uma das minhas faces, de Chat Noir ou de Adrien, chama sempre à atenção, e eu nunca posso estar na rua descansado. Só à noite, quando não há ninguém que me possa chatear. Aproveito sempre para pensar e refletir sobre o que fiz. Enfim, eu sou um gato de qualquer maneira...

Voltei para casa e destransformei-me. Desta vez, a visita tinha sido mais rápida e o Plagg não se tinha queixado através do meu anel. Alimentei-o com o seu tão amado Camembert e fui-me deitar. Com o cansaço, nem troquei de roupa, limitei-me simplesmente a cair que nem uma pedra na cama e adormeci.

QUEBRA DE TEMPO... ( NO DIA SEGUINTE)

Acordei com um barulho de caixas a caírem. Não liguei muito e comecei a pensar que horas seriam. Olhei para o relógio do despertador e já eram nove da manhã. Aquele barulho devia ser da Mari a chegar e a instalar-se no seu quarto aqui ao lado . Aproveitei que já estava vestido e desci as escadas a correr. Cada segundo que passava era menos um segundo para estar com a Mari.

Quando cheguei à sala de visitas, o meu pai estava lá com a Mari e estava a começar a apresentar as divisões da casa. Ela estava um pouco desorientada, mas mantinha o seu sorriso lindo no rosto. O meu pai também aparentava estar feliz. Nunca o tinha visto assim antes. Mas até é um aspeto positivo. Ele também tinha um sorriso no rosto.

Eu cumprimentei-os e comecei a acompanhá-los na visita guiada. Foi então que voltei a ouvir mais um barulho de caixas. Mas desta vez parecia ser alguém a remexer nas coisas da Mari. Pelos vistos mais ninguém ouviu nada. Eu só devo ter ouvido graças à minha audição de gato. Pedi licença ao meu pai e subi de volta ao segundo piso. No quarto onde a Mari iria ficar instalada, estava o Félix a mexer nas suas coisas. Ele tinha um caderno cor de rosa nas mãos. Aproximei-me mais e apercebi-me de que era o diário da Mari.

-Mas onde se terá metido aquela maldita chave?-ouvi o Félix resmungar. Se fosse a ele tinha vergonha. Ler os segredos de alguém para fazer chantagem é um golpe mesmo muito baixo.

Não sei o que fazer. Não sei se lhe vou tentar tirar o diário ou se vou contar à Mari. Se tentar tirar-lho, sou capaz de me meter numa alhada. Se eu for contar à Mari, vou ficar a ser visto como um queixinhas por ela ou até mesmo pelo meu pai.

Só tenho a certeza de uma coisa. Não vou deixar que o Félix lhe faça mal ou tente ler as coisas privadas dela.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...

Notas Finais

Espero que tenham gostado.
Desculpem ter ficado tão pequeno, mas aqui em Portugal já são 00:06 e eu tenho de ir para a escola amanhã, ou melhor, hoje.
Se quiserem podem dar uma olhada nas minhas outras fics
.Ma belle princess
.Lua vermelha
Até ao próximo capítulo!

Reviravoltas amorosasWhere stories live. Discover now