25 - Chega disso, America Singer!

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Ele levantou-se apressado na defensiva:

- Eu não corri! Eu-u... Só estava... - gaguejou - Procurando uma galinha melhor! Foi isso! Eu só queria escolher a mais forte para comermos no ensopado.

America balançou a cabeça, rindo a toa, da péssima mentira.

- É claro que foi por causa disso, porque não pensei nisso, não é? - zombou.

Ele passou as mãos nos cabelos, e voltou a se sentar, envergonhado.

Que droga! Eu não deveria ter gritado que nem uma hiena.

Mas eu tomei um susto quando vi a velha assassina com um facão correndo atrás de mim, e das galinhas.

Pelo menos o meu pescoço ainda está aqui.

- Maxon relaxa... Seu pescoço nem deve ser tão gostoso assim. Então para de ficar alisando ele como um troféu. - brincou, Ames, sorrindo.

Ela voltou a se sentar, cansada de mexer nas tralhas da casa.

Maxon abaixou a cabeça, e tamborilando os dedos na mesa, nervoso.

- A culpa é toda sua. - reclamou, Maxon - Se você não tivesse insistido em entrar nesta casa, estaríamos a caminho do hotel.

America arqueou a sobrancelha, afrontada, não acreditando que ele estava mesmo a culpando.

- Você está dizendo que a culpa é minha de termos nos perdidos do nosso grupo? Você está dizendo que a culpa é minha por eu ter deixado um idiota como você ter me arrastado? É isso? - ela esbravejou, jogando toda a merda no ventilador.

- Idiota? - repetiu, enfurecido - Você acha que fui eu que quis me perder justamente com você? - ele a desdenhou, olhando a de cima a baixo, tentando diminui-la.

America sentiu os olhos arderem, ofendida. Mordeu o lábio, e se segurou firme.

Chega disso, America Singer.

Já deu! A culpa não foi minha que ele perdeu a memória.

Eu não posso continuar aceitando um ser humano tão desprezível me humilhando desse jeito.

Ele pode ser quem ele for.

Maxon. A culpa não é minha.

E isso não te dá direito.

- Fala alguma coisa America. - ele falou, sério. Percebendo a burrice que havia feito. - America... Eu...

- Cala a boca. - ela disse baixinho mais para si mesma.

- Quê? Que foi, America? - ele se aproximou, envergonhado. Tentou tocá-la, mas ela o afastou com um tapa.

Ela secou as lágrimas traiçoeiras com rapidez, se recompondo.

- Se afasta. - falou calma demais.

Ele piscou, sem entender.

- Se afasta. - ela repetiu enfática, encarando seus olhos, profundamente magoada.

Ele abriu a boca. Fechou-a. Abriu novamente, e nada saiu, assustado.

- America... Eu não tive a intenção... - ele começou, se aproximou novamente, ela deu dois passos para trás, se afastando.

Sentindo o peito subir e descer acelerado, ela tentava lutar contra seu próprio ego.

Por que dessa vez doeu tanto ser desmerecida por ele?

Se Um Dia Eu Fosse O MaxonOnde histórias criam vida. Descubra agora