24 - As Celestes de Galaxon

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Eu consigo. É claro que eu consigo.

Maxon de volta em meia, olhava para trás para conferir se ela estava bem. Ele queria dar lhe a mão. Queria muito.

Queria tanto sentir o calor novamente que sentiu com as mãos dela outrora.

Mas ele sabia. Ele sabia que no momento em que ele não foi sincero com ela, não tinha mais esse direito. Não tinha o direito de encará-la novamente. Por isso, fugia dos seus olhos como um covarde.

Fui eu que dei a ideia de cinco-minutos, por que no momento em que ela me perguntou sobre meu passado, em vez de simplesmente eu falar a verdade, eu menti.

Ela foi sincera comigo. Confiou seu medo em mim. Diferente de mim. Eu fui covarde. Eu fugi.

Ele inclinou a cabeça novamente, e conferiu-a. Tudo okay. Ela não teve outra crise.

- America... - chamou-a, sem perceber. Ela abaixou os olhos da lua, e encarou suas costas.

- Sim. - esperou ele.

- Me faça outra pergunta. - ele sentiu a bile subir. Por favor, que não seja nada demais.

Eu preciso me sentir um pouco mais aliviado, então, por favor me faça outra pergunta. Tentarei ser honesto.

America abriu a boca, desorientada. Esperando os pensamentos se formarem em palavras.

- Por que você se casou com Celeste? - ela perguntou, acertando em cheio o gol sem goleiro.

Maxon parou no mesmo instante. Se virou, calmamente. E a encarou-a.

Essa eu posso responder.

Ele puxou os lábios num sorriso sacana, e disse:

- Porque ela foi a melhor coisa que me aconteceu após o acidente.

America arqueou a sobrancelha descrente do que ouvia.

Se Celeste é a melhor coisa que aconteceu a ele, que desgraça de vida, hein!

Ela mordeu o lábio, controlando uma risadinha.

- Então você não se arrepende de ter casado com ela? - perguntou, astuta.

Ele sorriu, aquele maldito sorriso de quando ele abaixa a cabeça, e sorri pra si, pensativo. Com os olhos brilhantes, ele disse:

- Não era uma pergunta por pessoa? - deu de ombros, rindo.

America arqueou a sobrancelha, e riu descrente.

- Faça a sua. - ela estendeu a mão, autorizando-o.

Voltaram a caminhar, enquanto ele se divertia, como sempre, as custas da impaciência dela.

Ele segurou as alças da mochila, fingindo pensar, balançava a cabeça repetidas vezes, deixando-a nervosa.

- Não... Eu não posso perguntar isso. - ele pausava, e ria, America impaciente, batia os pés no chão. - Ah já sei.

- Faça-a. - desafiou-o.

Ele estalou a língua, e perguntou, astuto:

- Por que você e seu noivo demoraram tanto para marcar o casamento? - ele pausou, e começou a rir - Não me diga que ele fugiu de você este tempo todo.

America desatou a soltar gargalhadas, teatralmente, provocada.

- Eu deveria te matar aqui no meio da mata. - disse séria. Ele piscou ainda rindo.

Se Um Dia Eu Fosse O MaxonOnde histórias criam vida. Descubra agora