A Cor Púrpura de Teus Cabelos

A Voz do Coração

NARAÇÃO DE MIRANDA

 Após ouvir todo o desabafo de Dolores e ter todo o caso esclarecido, senti meu coração se apertar como nunca antes. Ver uma menina que aparentemente não era frágil, passar por tudo aquilo corroía meu coração .

   Apesar do fato de termos nos relacionado amorosamente, eu guardava um carinho e amor maternal por Lola, ainda mais por ela não ter a presença da mãe em sua vida. Eu sei como é importante a figura e presença materna na vida de uma criança, é claro que em muitos casos a criança é criada e bem cuidada pelo pai, avó ou por outro ser que a ama intensamente e a protege. O caso é que a minha pequena rebelde de cabelos coloridos não tem uma relação boa com o próprio pai, e como entrei em sua vida me afeiçoei não apenas pelo exterior dela mas como o interior, pelo o que ela verdadeiramente é. E a cada dia que se passava eu estava mais encantada por ela e envolvida  em sua vida, eu já havia bagunçado demais e ao vê-lá sofrendo me senti na obrigação de apóia-lá como nunca antes. Cada chore proteger como estava fazendo com ela, mas isto é um segredo que não quero revelar tão cedo para alguém.

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 - Meu amor, eu sei que é difícil para você ouvir isso depois de ter passado por tudo o que me contou - percebi que seus olhos haviam se arregalados quando pronunciei a palavra "amor", solteira isto de uma forma tão natural que havia batido despercebido por mim - Mas devo lhe dizer que você deve compreender seu pai em termos.

 - Compreender me pai? Você está brincando não é mesmo? - Lola se exaltou.

 - Eu sei, eu sei, ele agiu extremamente errado e foi insensato, porém você deve entender que ele anseia por construir uma nova família e por mais que isso pareça estranho e novo para você, é assim que as coisas são. As coisas ruins acontecem e devemos seguir as nossas vidas.

 - Mas as vezes parece que só coisas ruins acontecem na minha vida.

 - Eu sei o quanto é difícil esta fase na adolescência, onde você descobre coisas novas à todo instantebo ainda tenta entender a si próprio e sobre o que pretende ser no futuro e tudo mais.

- Mas isso tudo piora por eu não ter a minha mãe por perto. Isso dói meu coração, me machuca de uma tal forma que você não imagina. Não tenho ninguém com quem contar...

 - Esqueceu que você tem a mim? - levei uma das mãos em seu ombro e esbocei um sorriso.

  - É verdade. - sorriu entre as lágrimas, a menina - Eu fico feliz em ter você em minha vida, por isso não pensei duas vezes ao vim aqui pra sua casa, desculpa se incomodei.

 - De maneira alguma você me incomoda, já lhe disse isso. Pode vir aqui sempre que quiser e eu adoro estar perto de você. - declarei me pegando apreensiva com que havia desabafa do por último.

  A menina sorriu quando ouviu tais palavras e então me aproximei dela e limpei suas lágrimas. Me surpreendido quando ela se aproximou de mim e me deu um abraço apertado. Ficamos abraçadas por um tempo e quando iríamos nos desvencilhar, olhei no fundo de seus olhos e ela mirou em minha boca. Meu coração se acelerou pois sabia o que viria a seguir. Ela se aproximou de mim fechando os olhos, quando eu iria fazer o mesmo me abateu de Lola e fiquei petrificada ao ouvir os passos de meu marido chegando novamente na sala.

 - Então meninas, eu...

 Ele parou de falar abruptamente e ficou bos olhando ainda muito próximas.

 - Está tudo bem por aqui?

 Lola e eu ficamos nos olhando enquanto respiravam os afoitas sem saber o que dizer.