A Surpresa

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NARRAÇÃO DE LOLA

Isso não era justo. Eu estava esperando ansiosamente por este dia e já tinha planejado tudo dias antes com o meu pai para não ter desculpas de não me levar no dia. E agora ele me vem com essa história? Faça-me o favor! Mal conheceu essa mulher e já pensa que é pai do filho dela, sendo que não tem nem capacidade de cuidar da própria filha.
Na verdade ele nunca teve. Desde a minha infância, quando a coisa apertava ele jogava as responsabilidades para cima de minha mãe. Se ela estivesse viva nada disso estaria acontecendo.
Dessa vez eu não fiz como sempre faço que é me trancar no quarto e chorar até pegar no sono. Cansei disso tudo. Resolvi sair do meu próprio refúgio e dar ao meu pai a filha que ele merece ter.

*******

– Sofia, estou chegando na boate. Me espera na entrada. - avisou pelo celular.
– Mudou de ideia? E a chatice da visita à galeria?
– Mudança de planos. As vezes as coisas não saem do jeito que esperamos. Estou chegando.
– Ok. Estou indo para a entrada.

Chegando no local, Lola pagou o taxista, saiu do carro e foi para a entrada da boate que se chamava : '' Purgatório''.
Sofia, sua colega de outra classe da escola, com seus cabelos ruivos naturais, estava esperando-a na entrada.

– Que bom que você veio!  - deu dois beijos na bochecha de Lola.
– E aí, como você está?
– Ótima! Mas oque aconteceu para ter mudado de ideia? Você estava tão animada.
– Tive uma briga feia com o meu pai, mas depois eu te conto. Vamos entrar logo. Preciso de uma vodcka , urgente!

Como eram menor de idade, as garotas falsificaram as identidades. Entrando na boate o clima era despojado, jovens dançando ao de música eletrônica, som alto, luzes dando um efeito na escuridão do lugar e tinha um bar com homens fazendo várias bebidas alcoólicas.
Lola foi direto ao bar e pediu uma dose de vodcka. Depois veio mais três seguidas. Na quinta dose já estava se sentindo tonta e vendo tudo girar ao seu redor. Ela era fraca com bebida e por não ter se alimentado só piorava.
– Vem, Lola. Vamos dançar! - puxou a amiga pelo braço.
As duas começaram a dançar e na pista de dança, dois rapazes da idade delas estavam as observando.
Os dois eram altos e musculosos. Um deles chegou perto de Sofia e com uns minutinhos dançando juntos, resolveram se afastar e ir para um canto.
Na pista Lola ficou dançando e sensualizando para o outro cara que tinha permanecido. O garoto se aproximou de Lola. Os dois começaram a dançar juntos. O menino pegou-a pela cintura puxando-a para mais perto. Lola colocou as mãos na nuca do rapaz, apoiando os braços no ombro dele. A mão do garoto foi deslizando pela coxa dela e foi subindo até o bumbum. Lola não se importou e resolveu beijá-lo. Os dois se beijaram ardentemente. O cara puxou-a pelo braço e levou para um canto. Jogou-a na parede e quis explorar o corpo de Lola audaciosamente. Lola se afastou mas não conseguiu se desvencilhar de seus beijos e afagos.

– Me larga! - gritou a moça.
– Você estava gostando. Porque está de palhaçada agora? Vem cá, sua safada.

O menino puxou-a com força pelo braço, machucando-a, deu um chupão no pescoço dela e prendeu seus braços no alto da parede. A menina pensou rápido e para escapar do assédio dele deu um chute com o joelho nas partes íntimas do menino. O garoto gritou de dor e Lola aproveitou para fugir.
Na entrada da boate ela abriu a bolsa e tentou ligar para chamar um táxi mas de repente o garoto surgiu por trás dela.
– Para onde você pensa que vai, danadinha? - lambeu os lábios maliciosamente.
– Me deixa em paz! - gritou Lola.
O rapaz a segurou por trás e tampou sua boca para não gritar.
– Hoje você é minha! - sussurrou no ouvido dela.
A menina se debatia mas era inútil pois ele era muito forte. Então ela deu um chute com o pé por trás,acertando a virilha do sujeito. Ela se abaixou e avistou uma garrafa vazia de cerveja no chão. Segurou a garrafa nas mãos e ficou na defensiva.
– Não chega perto de mim, seu tarado!
– E eu posso saber o que você pretende fazer com essa garrafa? - deu um riso abafado, esfregando as mãos.
Lola não pensou duas vezes, apertou a garrafa em sua mão, deu um impulso e quando finalmente iria acetar na cabeça do garoto um barulho de carro estacionando a interrompeu.
A porta do carro preto se abriu. Lola arregalou os olhos e ficou boquiaberta.
– O que você pensa que está fazendo, rapaz?
Lola poderia esperar que qualquer pessoa saísse do carro, menos que esse alguém fosse a sua nova professora.

A Cor Púrpura de Teus CabelosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora