Mas antes que ele pudesse falar qualquer coisa, um senhor usando um terno extremamente elegante juntamente com uma calça social preta, gravata vermelha e sapatos de couro entrou na sala. Ele tinha cabelos totalmente grisalhos, uma expressão seria no rosto e era um pouco alto.

-- Aqui está o meu pai. - Bernardo disse, mas sua expressão estava extremamente assustada e ele parecia que ia chorar a qualquer momento.

Os poucos alunos que haviam na sala - pelo fato de ainda ser cedo - olhavam para o homem parado perto da gente.

-- Então foi você o viadinho que corrompeu o meu filho? - o homem gritou tão enfurecido que todos se assustaram, inclusive eu.

-- S-senhor, me... - Eduardo tentava falar totalmente assustado e eu sabia que ele ia chorar a qualquer momento.

-- CALE A BOCA! - o homem gritou.

-- Pai... - Bernardo tentou falar e as lágrimas já desciam por seu rosto.

-- Cale sua boca também! - exbravejou irritado. - Seu viado de merda! Você não devia nem ter nascido, nem você e nem esse seu namoradinho.

E foi aí que toda a minha paciência acabou de vez. Me levantei e por impulso e raiva empurrei a cadeira na qual estava sentada no chão e o velho olhou pra mim.

-- Quem você pensa que é pra chegar aqui e falar isso para seu próprio filho e para uma pessoa que você nem conhece? Você é um estúpido! - gritei totalmente irritada fechando as minhas mãos em punho.

-- Quem é você pra se meter nos meus assuntos? - ele perguntou gritando.

-- Melissa Lauren Ohai, namorada do seu filho mais velho. Algum problema? - perguntei com pura ironia na voz.

-- Ah, então é essa desclassificada que meu filho resolver engatar em um relacionamento? - falou franzindo o cenho e rindo em seguida. - Tão ridícula quanto o pai.

Quê?

Senti toda a raiva consumir minhas veias, segurei com todas as forças as lágrimas que queriam descer.

-- É essa mesma desclassificada que aprendeu desde cedo a respeitar os outros! Diferente de você, um homem que parece ter tanto dinheiro, mas não tem dignidade. Quem você é pra falar do meu pai? Pelo menos ele era um homem bom! - exclamei firmemente.

Eduardo e Bernardo me olhavam com uma expressão triste e eu engoli em seco. Todos os alunos olhavam aquela cena perplexos e confusos.

-- Você não sabe de nada, menininha. - falou secamente e desviou o olhar para Bernardo. - Essa palhaçada vai acabar. - falou e saiu da sala em passos firmes.

Juntei todo meu fôlego para processar tudo que acabou de acontecer, mas antes que eu pudesse pensar em algo, peguei meu celular para ligar para Artus e vi que haviam duas mensagens.

Artus♡: Precisamos conversar.

Artus♡: Seriamente.

Mas que merda!

{ A R T U S }

Eu não sabia muito bem o que pensar no momento, não quando meu pai estava na minha sala de estar esperando Bernardo e eu para uma conversa. Na verdade, eu nunca soube muito bem o qie esperar do meu pai, afinal, ele sempre foi capaz de qualquer coisa para conseguir o que quer, mas no momento, tudo que eu me preocupava era com Bernardo e Melissa.

-- Vejo que vocês dois estão bem nessa mansão enorme, não é mesmo? - meu pai falava nos olhando enquanto descíamos as escadas.

-- Claro, mérito de ser filho de grande empresário Sales Bittencourt, não é mesmo? - falei totalmente debochado quando nos aproximamos dele.

Bernardo ia se aproximar para abraçá-lo, mas ele riu friamente.

-- Abraços são para bixinhas. - falou e eu revirei os olhos. - E aí, trazem muitas vadias para cá?

-- Mulheres não são objetos. - retruquei e ele riu.

Bernardo encolheu os ombros e eu sabia que ele estava assustado.

-- Bom... - ele olhou pra Bernardo. - Seu irmão está namorando, com uma qualquer, mas está. E você? Não está namorando, por quê? Um rapaz da sua idade já deveria estar. - falou e eu estava sentindo medo por Bernardo.

Mas ao contrário do que eu pensei, ele encarou nosso pai e eu sabia o que ia acontecer dali em diante.

-- Eu estou namorando sim! - exclamou e abriu um sorriso. - Mas não é com uma mulher, é com um homem. Eu sou o caralho de um gay! Feliz agora? - exbravejou e meu pai o encarava incrédulo.

De repente, tudo aconteceu rápido demais. Ele já havia acertado um tapa na cara de Bernardo e a única coisa que eu pude fazer foi entrar no meio para ele não agredí-lo mais.

-- Não encoste nele! - exclamei olhando para meu pai, que apenas riu.

-- QUEM É O VIADO QUE ELE ESTÁ NAMORANDO? DIGA! - gritou, mas eu não me intimidei.

-- Isso não te interessa. - afirmei, mas ele me empurrou no chão fazendo com que eu caísse e agarrou o braço de Bernardo com brutalidade.

Tentei me levantar, mas uma maldita dor atravessou minha mão e foi aí que percebi que havia quebrado um enfeite de vidro da sala e me cortado.

Olhei para cima e vi os dois saindo da casa. Suspirei sentindo lágrimas descerem por meu rosto e peguei com dificuldade o celular para mandar uma mensagem para Mel.

Ele poderia me tirar tudo, menos ela.

[☆]

Me perdoem se tiver algum erro!

Até a próxima att. Beijinhos.

Meu Médico Possessivo (EM REVISÃO)Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora