𝐶ℎ𝑎𝑠𝑖𝑛𝑔

63

"Mal almoças-te. Está tudo bem?"

"Sim." Fecho a porta do dormitório da Marie e sento-me confortavelmente ao fundo da sua cama. "A imagem da Emma e do Niall enrolados no sofá tirou-me o apetite."

"Viste alguma coisa em especial?" Inquire curiosa.

"Não! Credo, não!" Fecho os olhos por momentos. 

"Então porque é que estás tão perturbada?" Pergunta abrindo o roupeiro. "São namorados. É normal que façam destas coisas."

"Eu sei disso, mas é estranho quando se trata da minha prima." Defendo-me sacudindo os ombros. "E do sofá onde me sento."

"Ok, tens razão." Assente franzindo as sobrancelhas. "Por falar em namorados, onde é que a Danielle e o Taylor se meteram?"

"Foram passar o fim-de-semana fora e deve estar tão bom que decidiram prolongar para o resto da semana." 

"Toda a gente a fazer do bem bom e nós aqui." Murmura com um suspiro aborrecido direcionado às suas roupas. "Não tenho nada para vestir." Queixa-se colocando as mãos na cintura. 

"Posso saber porque é que queres trocar de roupa a meio da tarde?"

"Porque vou sair. O que te parece?" Resmunga virando-se para mim. "Estou bem?" Inquire apontando para si mesma. 

"Sim. Está bem."

"Bem para que tipo de situação?"

"Bem para uma terça à  tarde." Encolho os ombros sem saber o que lhe dizer ou o que quer ouvir. "Não?"

"Este tempo também não ajuda em nada." Reclama apontando para a janela. "Estamos na primavera e continua a chover torrencialmente! Só mesmo aqui."

"Onde é que vais? Posso ajudar-te muito mais se me disseres o que pretendes."

"Vou ter um encontro."

"Um encontro?" Disparo sendo apanhada de surpresa. "Com quem?"

"Não! Não te vou dizer!" Nega com o indicador dirigido a mim.

"Porque não?" Deixo cair os ombros mas ainda sustento um sorriso. 

"Não faças essa cara, Anna. Não é esse tipo de encontro. É um encontro mais... amigável." Esclarece com algum receio. "Não quero ir depressa demais."

"Maquilha-te." Sugiro. "A roupa está ótima."

"Tens a certeza?"

"Sim, tenho. Porque é que não posso saber quem é ele? Conheço-o?" Cruzo os braços, pronta para insistir até arrancar-lhe tudo o que quero saber. 

"Conheces e é por essa razão que não quero que saibas por agora."

"Nunca te escondi nada, Marie." Murmuro fazendo-lhe olhinhos. 

"Promete-me que isto fica entre nós." Pede ainda receosa. "Não quero que ninguém saiba."

"Prometo." Junto as mãos em frente ao peito. "A minha boca é um túmulo." 

"Vou sair com o Max." 

"O meu Max?"

"Sim, o teu Max." Murmura aproximando-se de mim. "Não quero que ninguém saiba porque ele era o melhor amigo do Tate e... as pessoas falam." Admite passando as mãos pelo cabelo. "Pensando bem, parece-me uma má ideia."

"Não é uma má ideia. O Max é um amor de pessoa e o Tate iria ficar feliz por ti, caso dê certo. Não importa o que os outros pensam."

"Estou a ir depressa demais."