Capítulo 16

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Era domingo quando levantei bem cedo, era dia de visitar Zayn no hospital. Então lá estava eu terminando de me arrumar, vesti uma calça não muito justa, blusa básica e um sobretudo preto com cachecol e calcei minhas botas, fazia frio e chovia do lado de fora, já que o inverno se aproximava e as chuvas se tornavam frequente nessa época, eu detestava os dias chuvosos!

Desci as escadas para poder tomar meu café, sentia fome a todo o momento, os enjoos ainda continuavam, mas já não era tão frequente quanto antes, fato que eu agradecia feliz. Comi algumas torradas com um suco de melancia, assim que acabei lavei e guardei as coisas, fui até o banheiro e escovei os dentes, antes de sair deixei um bilhete dizendo aonde iria, peguei meu guarda-chuva e bolsa e fiquei esperando pacientemente até um táxi parar.

Após alguns, longos, minutos eu já estava caminhando dentro dos corredores do hospital, falei rapidamente com Amber que estava ocupada checando uma prancheta em suas mãos, todos ali praticamente sabiam da história que envolvia Zayn, eu e minha gravidez e era nítido o carinho que tinham por nós, especialmente de Sofia, que já tinha virado mais do que a minha obstetra, me ajudava constantemente, mesmo em dias fora de consulta me ligava só para saber se os bebês estavam bem e se eu sentia algo de diferente, ela era uma pessoa que definitivamente eu levaria pro resto da vida, se pudesse. Apertei o botão do elevador que indicava o andar do quarto de Zayn, por azar ou não, peguei o elevador junto de uma mulher que aparentava ter seus quarenta anos, muito bonita, diga-se de passagem, que olhava um pouco surpresa para minha barriga e rosto.

- É o seu primeiro? - sua voz baixa e calma soou pelas paredes de metal do elevador.

- Sim, na verdade, primeiros. São gêmeos. - respondi sorrindo de leve, ela pareceu espantada com minha resposta.

- Oh! Meus parabéns por isso está de quantos meses? - apesar de calma seu tom de voz demonstrava toda sua curiosidade.

- Obrigado, quase quatro! - dessa vez sorri mais abertamente com as mãos na barriga, falar deles me deixava totalmente eufórica.

- Desculpe minha intromissão, mas e o pai? - acho que pela cara que fiz ela percebeu que tocou em algo errado - Desculpe querida, não precisa responder.

- Não, tudo bem... - abri um sorriso que mais pareceu uma careta - O pai deles ainda não sabe que estou grávida, ele está aqui internado, em coma.

- Oh meu Deus, eu sinto muito e me perdoe por ter tocado no assunto. - ela estava completamente sem graça.

- Tudo bem. - sorri mais uma vez e por sorte a porta do elevador se abriu no meu andar - Bom, vou indo, tchau.

- Me desculpe mais uma vez, vai dar tudo certo! - ela disse antes da porta se fechar e eu sorri agradecendo.

Respirei fundo antes de caminhar até a porta já tão conhecida por mim do seu quarto, abri a porta e lá estava ele, ligado somente ao aparelho de respiração e aos fios da máquina de batimentos cardíacos. Os arranhões em seu rosto e parte dos braços estavam cicatrizando, mas mesmo assim ele ainda continuava lindo, seus lábios ainda me pareciam os mesmos e eu sentia um aperto no peito toda vez que lhe olhava e não via sua íris voltada para mim com um lindo sorriso brincando em seus lábios.

Caminhei até a poltrona próxima a cama e entrelacei minha mão na sua, era sempre assim, eu raramente dizia uma palavra quando estava ali com ele, eu só precisava senti-lo, precisava saber que, apesar de tudo, ele ainda estava ali e sentindo a minha mão na sua, sentindo a minha presença assim como eu sentia a dele. Mas isso sempre me trazia consequências e lágrimas, por mais que eu tentasse ignorar era impossível, elas demoraram a vim, mas quando vieram não estavam sozinhas, traziam consigo uma das memórias mais dolorosas. A última vez que estive com Zayn.

Six Months ;;zayn&perrie;;Where stories live. Discover now