46 - Fim

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Eu paralisei. O pedaço de pão de queijo que eu estava comendo caiu da minha mão, eu não conseguia processar nada além daquilo que ele havia me dito. Senti algo quente em minha bochecha e logo em seguida vi as mãos de Murilo se aproximando do meu rosto e seu dedo passando exatamente onde estava quente e então percebi que eu estava chorando.

— Eu vou morrer? — não consegui conter as palavras.

— Não, nem pense nisso. Tá maluco! — disse ele chorando de soluçar — O médico disse que seu caso não é grave, mas que é difícil definir o seu estado, pois os exames não tiveram um resultado concreto.

Eu não segurei o choro e isso fez com que Murilo chorasse mais ainda.

— Vai ficar tudo bem, amor. Você vai melhorar e vamos passar por isso juntos. Eu quero estar do seu lado todos os dias. — falou Murilo entre um soluço e outro. — Eu te amo, eu te amo muito.
— Murilo, eu vou morrer? — perguntei de novo.
— Não, meu amor. Você vai ficar bem. — respondeu ele. — Eu não viveria sem você.
— Não sei como seria minha vida sem você também. — respondi — Luciano me disse uma coisa que é verdade. Eu sou muito dependente de você.
— Eu nem preciso dizer que eu também sou muito dependente de você, meu amor. — respondeu ele — Mas nós vamos passar por isso. Vai dar tudo certo!

Um mês depois...

— Bom dia, meu amor! Tenho ótimas notícias pra você. — Falou Murilo entrando em meu quarto.
Levanto meu olhar pra ele. — Prossiga!
— Vamos pra casa hoje! — disse ele animado.
— É sério?! — perguntei.
— SIM! O médico disse que você pode receber alta até o fim do dia. — falou com alto teor de entusiasmo na voz.
 — Ai meu Deus, então vamos embora desse lugar, antes que eu me torne uma nova maca. —  Falei louco pra voltar para casa. 

—  Calma, o médico ainda tem que passar aqui pra poder te dar alta.

— Nossa, estava realmente muito bom pra ser verdade. — falei bufando  — Mas ele pelo menos disse que horas ele iria aparecer por aqui? 

  — Não. Apenas disse que iria passar aqui — disse Murilo tentando me acalmar — Você sabe que não vai adiantar você ficar irritado, né? Então seria ótimo se você começasse arrumar suas coisas e esperar o médico. 

 Olhei de cara fechada para Murilo que estava sentado no sofazinho de acompanhante, mas acabei fazendo o que ele havia sugerido. Comecei a juntar as poucas coisas que estavam fora da minha mala. Minutos depois o médico bate na porta e em seguida entra no quarto. 

— Bom dia, senhor Diego!

— Bom dia, Doutor Roger... Pelo amor de Deus, me tire desse hospital antes que eu precise ser internado por desenvolver distúrbio mental. 

  —  Não é pra tanto —  disse ele rindo —  Bom, seu quadro ainda não é 100%, mas você vai ter que continuar vindo ao hospital para alguns exames e tratamento. E caso ocorra de você continuar sentindo náusea, fortes dores de cabeça, tontura e essas coisas, vá a um hospital. 

 — Essa parte é comigo — disse Murilo se levantando — Se depender desse aí, a gente nunca vai saber o que ele está sentindo.

  —  Bom, então os assuntos de agora eu vou tratar com você, pode me acompanhar por favor? —  Falou o médico saindo do quarto seguido por Murilo.  

   Minutos depois Murilo volta, com uma pasta com todos os resultados dos meus exames, sorridente e me abraçou.

  —  Estava doido pra esse dia chegar logo. Não aguentava mais ver meu bebê nesse lugar.

Seguimos para o estacionamento e Murilo me guiou até o carro dele e seguimos para casa. Estava um calor maravilhoso e fazia tempo que eu não sentia aquela sensação. 

Em Comum.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora