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Passei a madrugada toda sonhando que tinha dormido com Murilo em casa. - caso que nunca aconteceria, pelo menos não na casa da minha avó. - Mas quando acordei vi que tudo realmente não era um sono. Estávamos de conchinha e Murilo ainda estava dormindo, no que parecia ser um sono profundo.
Levantei tentando me livrar de seus braços - que aliás eram pesados - e quando finalmente consegui fazê-lo sem que o acordasse, fui para o banheiro tomar um banho.
Assim que saí Murilo ainda estava dormindo e percebi que ele ainda estava nu em minha cama. Observar aquele corpo, me fez lembrar de tudo o que havia acontecido na noite anterior. Onde tudo parecia um sonho. Voltei para cama, ainda com pena em ter que acordá-lo. Com leves beijos em seu corpo, fui fazendo com que ele despertasse aos poucos. - sem sucesso - Então, fui para algo mais tradicional.

- Murilo, acorda! E é melhor que você acorde mesmo.
Ele tentou dizer algo entre resmungos que eu não consegui entender. Tentei novamente e ele finalmente despertou.

- Bom dia amor. - disse ele com os olhos estreitos tentando identificar o ambiente onde se encontrava.
- Bom dia - disse eu sentado na beira da cama. - Levanta, se arruma e vamos tomar café.
- Sua avó não vai encrencar? - perguntou ele.
- Relaxa, já sei a desculpa que darei.

Ele levantou ficando sentado ao meu lado ainda nu e começou a rir. Eu eu estava com olhos vidrados nas mensagens em meu celular não percebi. Levantei o olhar pra ele que retribuiu o olhar ainda com o sorriso no rosto.
- Que foi? - Perguntei ainda sem entender a situação.
- Não foi apenas eu que acordei - respondeu ele meio sem jeito e tirando as mãos de cima de seu pênis que estava completamente ereto.
Imediatamente comecei a rir entendendo o que ele queria dizer.
- Talvez um banho frio resolva o problema dele. - disse voltando o olhar para o celular.
- É um ótima opção, mas não tem outras um pouco mais excitantes, não?
- Até tem, mas não agora. - respondi colocando meu celular na escrivaninha e jogando uma toalha pra ele - Agora, já pro banho.
- Poxa. - disse ele ainda chateado e foi para o banheiro tomar banho.
Uma coisa que eu admirava em Murilo era a forma como ele nunca demorava nos banhos. Pouco tempo depois volta ele enrolado na toalha e com o cabelo ensopado.
- Di, viu minhas roupas? - perguntou ele.
Elas estavam jogadas em um dos cantos do quarto, juntei-as e dei à ele que as vestiu rapidamente e descemos pra toar café.

- Bom dia, vó. - disse eu entrando na cozinha com Murilo ao lado.
- Bom dia, meu filho. - disse ela levantando o olhar e vendo Murilo ao meu lado, todo escolhido de vergonha.
- Bom dia, Murilo? - disse ela esboçando levemente um sorriso.
- Bom dia - respondeu ele timidamente.
- Vó, desculpe por não ter avisado que Murilo iria dormir aqui. - disse eu enquanto colocava uma fatia de queijo em meu pão. - Nós íamos sair, mas eu comecei a me sentir mal, aí subimos pra ver um filme e acabamos dormindo.
- Tudo bem - disse ela - Mas o que você sentiu?
- Fiquei enjoado e com dor de cabeça.
- Eu fiquei preocupado e não quis deixar ele sozinho. Ficamos esperando a senhora chegar pra que eu pudesse ir embora, mas acabamos dormindo. - disse Murilo.
- Entendi. - respondeu minha avó. - Quando precisar dormir aqui de novo, pode ficar à vontade. É até melhor do que você sair daqui de carro de madrugada. Eu vi teu carro aí na frente e realmente até estranhei que você ainda estivesse aqui naquela hora.
"Ótimo, ele ganhou a confiança da minha avó" pensei.

Terminamos de tomar café e voltamos para o meu quarto. Eu mostrava algumas fotografias, alguns brinquedos que eu nunca conseguia desapegar e todo o resto do meu quarto pra ele.
- Quer saber? Vamos almoçar lá em casa? - convidou ele com os olhos brilhantes.
- Como assim? Você nem avisou aos seus pais que íamos pra lá.
- Não tem problema. Vamos! - disse ele determinado.
Me arrumei com ele me olhando e fazendo comentários enquanto eu trocava de roupa.
- Meu Deus, é tortura ter que olhar pra você e me controlar pra não te agarrar.
Eu tentava ignorar, mas era impossível não rir das caras que ele fazia.
Antes de sairmos de casa, avisei minha avó que íamos sair e seguimos caminho para a casa de Murilo.
Durante todo o caminho, nós passamos conversando ou cantando alguma música que tocava no rádio.

- O que fez você me trazer na sua casa? - Perguntei
- Você me mostrou o seu cantinho, seu mundo. - disse ele olhando pra frente enquanto dirigia - Eu acho isso lindo. Então, acho que está na minha vez agora.
O caminho para a casa de Murilo agora se tornava numa estrada pouco movimentada. Até que chegamos na portaria de um condomínio de casas. Todas elas muito bonitas e de cores variadas, mas a que mais chamava atenção era uma casa que ficava no alto. Além de ter sido pintada com um tom de azul lindo, era de cara a maior do condomínio inteiro.

- Nossa, que casa bonita. Aquela azul lá em cima. - disse eu
Murilo olhava ainda pra frente dirigindo e nem falou nada à respeito do comentário. Ele virou para direita com o carro e logo depois para esquerda passando por uma linda casa verde clara, com um lindo e muito bem cuidado jardim. Ele seguiu direto e começamos a subir uma certa elevação. Ele acelerou com o carro e dois minutos estávamos em frente à casa azul que eu havia comentado.
Havia dois carros - importados - na frente um branco e um outro azul escuro na garagem da casa e um preto na frente.
- Merda! - disse Murilo.
- O que aconteceu? - perguntei enquanto saíamos do carro de Murilo.
- Nada não - respondeu ele levemente irritado. - Vem!
Ele pegou minha mão e subimos pelas escadas que dava até a porta principal.
A porta dava pra sala, onde se encontravam três pessoas conversando enquanto assistiam televisão. - Uma mulher alta, muito bem vestida com um vestido preto, sandálias baixas e tinha lindos cabelos castanhos claros e longos, soltos pelos ombros. Tinha os olhos parecido com os de Murilo Assimilei que fosse sua mãe. Um dos homens presentes, estava com uma bermuda e sandálias de couro e usava uma camisa pólo verde musgo e seus cabelos eram levemente grisalhos. Assimilei que fosse o pai de Murilo e o segundo homem presente na sala era bem mais novo, mais ou menos da idade de Murilo. Era lindo. Tinha cabelos preto muito bem cortados, olhos verdes e um lindo sorriso que se abriu assim que ele avistou Murilo. Ele vestia uma calça jeans preta, uma blusa vermelha e lindos sapatos de marca. Mas ele não tinha nenhum traço parecido com Murilo
Senti um leve apertão na mão que Murilo segurava e levantei o olhar para ele que ainda se parecia bastante irritado. Eu não entendi o que se passava, então permaneci quieto e levemente nervoso.
- Murilo - disse a mulher vindo se levantando com um lindo sorriso - Você não disse que Fred viria almoçar conosco hoje.
Agora eu entendia o motivo da irritação de Murilo, pois ela havia se estendido à mim. Era óbvio o segundo homem não ter nada parecido com Murilo, aliás não tinha nenhum grau parentesco com Murilo, mas era o ex namorado dele.

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