[...]

Eu já havia pago a corrida e o táxi já tinha ido embora. Agora, eu estava em frente a mansão, esperando um dos garotos abrirem o portão pra mim.

Suspirei enquanto olhava a rua cheia de casas luxuosas. Ser rico é outro nível.

Logo o portão automático se abriu e eu entrei calmamente na mansão dando de cara com o lindo jardim. Atravessei rapidamente até chegar na porta principal, mas antes que eu pudesse entrar, um ser descabelado, sem camisa, usando uma calça moletom apareceu na minha frente enquanto bocejava.

Artus.

  — Boa tarde, Melzinha. — ele falou com uma pitada de ironia.

Estava demorando.

  — Olá, queridinho. — falei mais irônica ainda.

  — Ao que devo a honra de sua ilustre presença em minha humilde residência? — indagou com toda a ironia possível.

  — Vai à merda! Eu quero saber onde estão Bernardo e Eduardo. — falei e ele riu.

  — Foram no shopping com Marcos, eles disseram que voltam em algumas horas. — explicou e eu arregalei os olhos.

Eu sozinha numa casa com esse bastardo?

  — Ou seja, somos só eu e você. — ele continuou falando e na última parte deixou sua voz mais rouca, o que me causou arrepios.

  — Infelizmente. — rebati revirando os olhos e entrei porta à dentro da casa.

Entrei na enorme e linda sala, andei até o sofá e depois de tirar minha mochila das costas, me joguei no mesmo. Mas o maldito tinha que vir também.

  — Pode subir para seu quarto, eu realmente não me importo de ficar sozinha esperando pelos meninos. — falei calmamente olhando para a TV desligada.

  — Prefiro lhe fazer companhia. — falou sentando ao meu lado no sofá e eu senti meu coração acelerar.

  — Dispenso a sua companhia. — respondi sem olhá-lo e ele riu baixinho.

  — Qual o seu problema comigo? — ele perguntou e dessa vez tinha um tom sério, olhei em seus olhos e senti um arrepio percorrer a minha espinha.

  — Meu único problema é que não consigo entender o motivo da sua perseguição! Sinceramente, eu não engoli essa história de que você quer tanto cuidar da minha saúde sem ganhar nada em troca. Até entendo que gostava muito do meu pai, mas por que exatamente tem que se aproximar de mim? — falei tudo rapidamente.

E foi um alívio dizer tudo que estava entalado na minha garganta.

  — Você não entenderia. — ele disse com um olhar cabisbaixo.

  — Prefiro não entender. — rebati e senti ele se levantar do sofá, saindo do cômodo e me deixando sozinha com meus pensamentos.

[...]

Me olhei no espelho e sorri com o resultado. Eu estava vestindo uma calça de couro preta, um body de mangas longas cinza e uma jaqueta de couro com meus cuturnos pretos, o tempo estava frio então tinha que ir bem coberta. Prendi o cabelo num rabo de cavalo alto e uma fiz uma maquiagem leve e bonita.

Enfim, depois que Eduardo, Bernardo e Marcos chegaram, eu vim para um dos quartos de hóspedes para me arrumar. E por incrível que pareça o quarto é bem mais bonito que o meu quarto na minha casa, cada detalhe dessa casa era chique demais.

Me olhei uma última vez no espelho, peguei meu celular em cima da cama e sai do quarto lentamente. Desci as escadas e quando cheguei na grande sala, todos os três estavam sentados no sofá assistindo um programa qualquer na TV.

  — Vamos? — falei e logo todos viraram para mim.

  — Tá linda! — Eduardo exclamou e eu sorri.

  — Linda mesmo. — Marcos falou e eu sorri novamente.

  — Vamos logo. — Artus disse com uma carranca e se levantou, logo todos se levantaram junto.

Saímos da parte interna da casa e andamos rapidamente enquanto conversávamos até o estacionamento. Quando chegamos, houve uma pequena briga entre Bernardo e Artus para ver quem iria dirigindo, mas acabou que Bernardo venceu.

Logo, Bernardo ficou no banco do motorista, Eduardo no banco do passageiro, eu fiquei no banco do meio de trás, Artus à minha direita e Marcos à minha esquerda.

No caminho, a música Counting Stars começou a tocar no rádio e todos estavam cantarolando junto.

Quando chegamos na tal boate, estacionamos e descemos, mas eu me surpreendi ao ver como o lugar estava animado.

Pegamos uma pequena fila e ao que parece Artus era amigo do dono, então não precisamos mostrar nossas identidades. Apenas entramos e a música já estava alta, várias pessoas dançando, bebendo, se pegando. Luzes piscavam como em uma típica balada.

Andamos por entre as pessoas e fomos até um balcão onde ficavam as bebidas. Cada um pediu uma long neck de cerveja.

  — Eu e Eduardo vamos dançar! Você quer vir com a gente? — Bernardo perguntou bem próximo de mim devido ao som alto.

  — Não, podem ir, vou ficar aqui por enquanto. — respondi e eles saíram.

Logo, estávamos eu, Artus e Marcos no balcão bebericando a cerveja e observando o ambiente lotado. Mas foi quando começou a tocar Thinking out loud, que Marcos se aproximou de mim.

  — Quer dançar? — perguntou com um sorriso.

  — Claro. — respondi retribuindo o sorriso.

Então, ele pegou na minha mão, me arrastou até o meio da pista da pista de dança passando entra as várias pessoas que ali estavam, colocou as duas mãos na minha cintura, me puxou mais pra perto e instintivamente coloquei meus braços ao redor do seu pescoço.

Logo nós estávamos dançando calmamente, ele me olhava com um sorriso e eu também sorria levemente enquanto nos mexíamos no ritmo da música.

Estava tudo muito bom, mas tudo foi por água abaixo quando de repente senti um braço me puxar fortemente e sair me arrastando por entre as pessoas.

Não deu nem tempo ver quem era, porque essa pessoa me arrastou até perto do banheiro onde o som não estava tão alto. E foi quando me largou que eu percebi quem era.

  — VOCÊ TÁ FICANDO LOUCO?  — gritei extremamente irritada.

  — Se acalma! — Artus falou e eu senti vontade de esmurrá-lo.

  — Por que você me arrastou de lá, idiota? — perguntei ainda irritada.

  — Porque eu quis, não gostei de ver você dançando daquele jeito com o Marcos. — ele disse sem emitir nenhuma expressão.

  — Você só pode estar ficando louco, né? Quem você pensa que é? — indaguei sentindo a raiva me consumir e virei as costas pra me afastar, mas sua mão me puxou novamente fazendo com que nossos corpos se chocassem e ficassem numa proximidade extremamente perigosa.

  — Mel, me escuta. Não complique as coisas, nós vamos pra casa agora. — ele falou me olhando nos olhos e um arrepio percorreu meu corpo ao fitar suas íris cor de mel.

  — Não! Quem você pensa que é pra mandar em mim? — questionei e ouvi sua risada sarcástica.

  — Sou seu médico e estou te levando para casa agora. — ele disse me olhando nos olhos e eu senti outro arrepio percorrer minha espinha.

Maldito!

[☆]

Oi seres humanos :) Como estão?

O que acharam desse capítulo?

Até a próxima att.

Beijinhos.

Meu Médico Possessivo (EM REVISÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora