Capítulo 38 - A guardiã de segredos (Parte 1)

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Muito provavelmente por essa razão a mulher de cabelos curtos saiu na direção de sua mãe a sua frente, afundando seu corpo junto ao dela, lhe dando um forte abraço e deixando suas lágrimas também tocarem ao chão.

— Eu sinto muito, filha. — Sua voz saiu pesada, pela primeira vez e talvez pela primeira oportunidade que teve, Leslie se desculpou com ela, tentando cicatrizar uma ferida que tinha aberto a tanto tempo.

Tália sequer disse alguma coisa e, afundada em choro e soluço continuou, deixando que suas emoções que a tanto tempo estiveram trancadas fossem jogadas para fora, deixando que todos pudessem lhe ver num momento de fraqueza, num momento tão diferente do que já estavam acostumados.

— Nunca foi nossa intenção... Não era para ser assim, filha, não era. — Ela disse, ainda com seus braços tão firmes ao corpo da mesma. — Nós iremos resolver tudo, eu prometo. — Falou, passeando no rosto dela seus dedos, deixando que os mesmo secassem as lágrimas.

— Será que é somente eu que não estou feliz com essa situação? — Adryan disse num tom acre. — O que realmente está acontecendo por aqui? Me diz, mãe, O que está acontecendo?

—  Se acalme, Adryan. — Ela o pediu.

— Me acalmar? — Disse e sorriu com ironia, dando alguns passos para trás daquele sofá de tons bege, não suportando a idéia de ficar ali parado. — Faz mais de vinte anos que eu chorei no seu enterro. Mais de vinte anos que você morreu, e agora você aparece e pede para eu me acalmar? Não... Não... Eu quero respostas, quero saber tudo que está acontecendo.

— Filho, por favor, me escute.

— Que droga mãe, eu mereço saber de tudo que está acontecendo!

Sua voz saiu tão áspera que o mesmo sentiu um gosto de fel em sua boca. Fechou os olhos naquele instante e balançou a cabeça num tom de negação. Deu algumas voltas de um lado para o outro e assim ficou, descontrolado no meio daquilo tudo.

— Adryan... — Camile ao perceber o quanto o dono dos olhos cor de mel estava em fúria, foi até ele. — Por favor, tente ao menos respirar devagar, tenho certeza de que há uma explicação para tudo isso.

— Ela estava morta, Camile. Esteve morta por mais de vinte anos, e agora isso? O que está acontecendo comigo? Porque isso?

— Vamos dar uma chance para ela dizer alguma coisa. Desse jeito não iremos resolver nada. — Disse, pedindo para que ele viesse com ela até o sofá. — Vêm, vamos resolver isso juntos.

— Vocês dois sempre foram tão próximos. — A mulher de rosto fino e até certo ponto mais magra do que Adryan se recordava falou, notando Camile guiar ele até o sofá em sua frente. — Ela sempre foi sua base quando você não conseguia fazer as coisas. — Dera um riso na direção de ambos.

— Por favor. Apenas nos explique o que esta acontecendo. — Camile disse seca.

— Tudo bem. Você têm razão. — Falou. — Bruno, por favor, me traga um chá. — E assim o mesmo fôra até a cozinha, querendo atender ao pedido enquanto Leslie começava a falar.

— Papai também está vivo? — Adryan perguntou antes dela dizer algo. — Ele também vai se juntar a nós?

— Não, Adryan, seu pai está morto, assim como eu deveria estar. — Ela disse. — No dia do acidente, nós dois estávamos voltando para casa, porém, algo de última hora me fez ficar no hotel. Cristian embarcou sozinho no vôo, mas como nossas passagens estavam compartilhadas no mesmo ticket de viagem, ficou registrado que eu também estava naquele avião. — Ela disse, e logo em seguida pegou o chá que acabara de ficar pronto, deixando o cheiro de camomila adentrar em suas narinas.

Alianças De Sangue 2 - TranscendênciaOù les histoires vivent. Découvrez maintenant