Alianças De Sangue 2 - Transcendência

Capítulo 32 - O resgate

(Revisado)

Era noite, se fez noite. Adryan descia os degraus daquela escada quando por uma última vez olhou para o céu, o mesmo estava tão estrelado que brilhava intensamente. A lua era cheia, e ainda com seu olhar inclinado para cima ele pôde ver, existiam três estrelas tão brilhantes ao lado daquela lua, eram belas, assim como aquela noite.
O vento logo soprou um pouco mais forte do que noutros momentos e ele assim fechou a escotilha, desceu os outros cinco degraus e enfim pisou no chão outra vez. Camile, Elise e Tália já o esperavam ali.

— E agora? — Perguntou Elise, como sempre apressada em tudo. — Por onde devemos ir? — Olhou firme para ele, ainda confusa sobre qual caminho seguir.  — Esquerda ou direita?

— É por aqui. Pela direita, me lembro bem. — Falou, e assim com pressa começou a caminhar por aquele extenso corredor subterrâneo.

— Deveria ter dito que aqui em baixo era tão quente. — Tália reclamou, sentindo o vapor daquela tubulação lhe incomodar, a mesma ainda trajava uma blusa de mangas longas em seu corpo, mas devido ao calor, ela logo tirou, ficando apenas com a blusa branca curta.

Os passos dos quatro ali eram rápidos, não queriam perder mais tempo naquele lugar, e nem poderiam. O grande corredor no qual estavam nada mais era que o lugar onde todo o duto de aquecimento dos condôminos Atlas passavam. E lá estavam eles, bem embaixo do condomínio, ainda percorrendo aquele corredor de tubos num tom de cobre e com um calor excessivo. Porém, era o único jeito de chegarem até o setor trabalhista, não havia outra opção.

A cada novo minuto que se passava, Adryan ficava ainda mais apreensivo, o resgate de Wanda estava tão próximo que o mesmo não acreditava que estava acontecendo. Depois de todos esses anos sendo enganado por uma irmã desconhecida, tudo que ele desejava naquela hora era poder abraçar outra vez sua pequena irmã Wanda, e de uma vez por todas lhe tirar dali, daquele inferno.

Guiado por um mapa em seu celular, Adryan com seus olhos fixados na tela ficara, e a cada passo em direção ao setor trabalhista, o mesmo via que o ponto demarcado na tela era o local onde Wanda estava mantida, ao menos fôra isso que Tália havia lhes dito, e era em sua palavra em que ele agora confiava, depositando toda sua esperança numa mulher indiferente aos seus olhos, uma irmã tão desconhecida como qualquer outra pessoa que ele via pelas ruas de Bellmon, ou no condomínio.

Os minutos se passaram, e depois de uma breve caminhada por aquele corredor de paredes que chegavam a transpirar, eles enfim chegaram bem abaixo onde era marcado no celular, estavam tão próximos do quarto onde Wanda era mantida, e ao mesmo tempo tão distantes dela.

— Você tem certeza que é aqui, não tem?

— Confia em mim, é nesse corredor que ela está. — Tália lhe respondeu, ajeitando seu cabelo uma nova vez. — Você só tem que chegar até o quarto dela e traze-la até aqui, simples assim. — Falou, deixando que seu riso irônico surgisse de novo em sua boca.

— Tudo bem. Isso não será problema.

— Eu não apostaria muito nisso.

— O que você está escondendo, Tália? — Camile indagou, deixando que seu temperamento de paciência curta aparecesse. — Porque eu acho que você não nos contou tudo?

— Porque eu não contei. — Falou, enquanto ainda tirava as gotas de suor que residiam em seu rosto. — A cada cinco minutos essa área é monitorada, e se você for visto pelas câmeras, está tudo perdido.

— Como assim, tudo perdido? — Adryan questionou.

— Se for você for visto, o lugar inteiro será trancado e uma equipe de varredura chegará. Eles são basicamente os faxineiros de Marc. De um jeito bastante literal vão limpar a área, matando todos no perímetro, assim irão garantir que nada foi comprometido.