Capítulo 23 - Memórias

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(Revisado)

— Vocês não vão dizer nada? — Tália encarando os três a sua frente indagou. — Vamos, digam alguma coisa... Ou querem que eu repita tudo de nov...

A sua voz saía prepotente e cheia de ironia, quando já cansada de ouvi-lá, Elise lhe desferiu um grande golpe em seu rosto.

— Cale a boca! Apenas cale a boca! Me diga, onde está a Bela? — Indagou firme, ainda sentindo a palma de sua mão direita queimar devido ao forte tapa que havia deixado marcado no rosto daquela mulher.

— Você tem que se decidir. —Dera um sorriso arrogante, passando a mão em seu rosto tentando aliviar a dor. — Quer que eu cale a boca ou diga onde está Wanda? Não posso fazer os dois ao mesmo tempo.

— Sua desgraçada! Me diz onde está ela. — Com o coração coberto de ódio, ela pulsava como um cão raivoso, que tenta a todos os modos ferir sua presa.

— Ela vai nos contar onde está minha irmã. — Adryan falou, enquanto evitava que Elise outra vez fosse para cima de Tália.

— Está bem aqui, irmãozinho. — Falou com sarcasmo, apontando para si própria.

— Você não é minha irmã! — A sua voz saíra em tons metálicos, Adryan que tentava de todos os modos se manter controlado via a cada minuto que passava seu corpo ser dominado apenas pela raiva e o ódio. — Nunca mais diga isso para mim. Nunca mais!

— Não posso fazer isso. — O coração de Tália apenas transmitia sentimentos ultrajantes, nada de bom surgia de suas palavras. — Você não pode dizer que não sou sua irmã só porque não me conhece, não de verdade.

— E quem seria você de verdade? — Camile que andava em círculos perguntou. — Vamos, nos diga. Quem é você, Tália?

— Olha só, achei que você não estava curiosa para saber de nada. — Respondeu com a ironia já conhecida de suas palavras. — Mas vou responder sua pergunta, afinal, vocês têm o direito de saber quem sou eu.

Disse, deixando todos os três num estado de silêncio total, querendo de fato entender o que estava acontecendo naquele lugar, a altas horas da madrugada adentro.

— Vocês estão tensos, olhem só para isso, quase não piscam. — Falou, achando graça daquele momento, notando no olhar de cada um deles a apreensão pelo que iria vir a seguir.

— Apenas responda, Tália! — Adryan lhe cortou as palavras com um tom de voz áspero, tão acre que o mesmo pudera sentir o sabor amargo de suas palavras a lhe atingir como fel.

— Você se lembra do dia em que Wanda nasceu? — Indagou, encarando firmemente para dentro dos castanhos olhos de Adryan...

— ...Então você deve se lembrar que você não foi ao hospital, não é mesmo? — Continuou, após Adryan acenar levemente com a cabeça num gesto que dizia sim. — Antes mesmo de eu nascer, nossos pais já sabiam que seriam gêmeas, porém fizeram de tudo para encobrir as coisas, nenhum detalhe foi esquecido e até mesmo você foi impedido de ir ver o parto, por isso insistiram tanto para que ficasse em casa naquele dia.

— Isso não faz sentido, porque eles iriam querer que você não fosse parte de nossa família?

— Você realmente não conhece os pais que tem, Adryan. —  Disse, deslizando sua mão por seu cabelo, fazendo os fios negros bailar entre seus dedos. — Eles já sabiam sobre os indiferentes, sabiam que a cada novo casal de gêmeos que nascia um vinha com o código genético alterado, carregando assim o “I” em seu DNA. E então quando Wanda e eu nascemos, fizeram testes para saber qual de nós duas seria a sortuda.

Alianças De Sangue 2 - TranscendênciaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora