Capítulo 3 - O lado oculto

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(Revisado)

Seu olhar se abriu outra vez, era Anne acordando após o mal súbito que a picada da agulha lhe trouxera. A visão era nítida e diferente de outro momento o lugar era extremamente confortável e com um luxo admirável, a ruiva apenas observou tudo aquilo, ela ainda sentia um resquício da lerdeza do sedativo que lhe acertou.

Ainda deitada numa cama de couro branco, somente revirou seus olhos azuis em todas direções, notando o ambiente. Era um lugar claríssimo, as paredes em tons esbranquiçados se destacavam ainda mais com a luminosidade das lâmpadas.

Mas o que é isso?

Tocou seus pés ao chão do lugar desconhecido, sentindo que os mesmo eram descalços e que suas roupas de outrora haviam sido substituídas.

Que roupa é essa?

Deslizou suas mãos ao tecido que lhe cobria a pele, sentindo a leveza que o mesmo trazia, era como se fosse feito de pluma, o conforto, o luxo, o lugar, toda aquele combinação já estava à lhe perturbar.

O silêncio de falas então fôra cortado quando em uma das paredes que formavam o cubículo na qual ela estava, se transformou em algo novo. Não era sólido como a parede de outrora, era transparente, um vidro.

— Quem está aí? — Anne gritou, dando passos largos na direção do vidro que se apresentou para ela. — Quem são vocês? — Indagou, batendo com seus punhos cerrados ao material transparente, no entanto apenas sua voz era audível e como um bumerangue voltava aos seus ouvidos.

A ruiva batia com todas suas forças no vidro a sua frente, enxergando além dele apenas uma penumbra, era tudo mais claro dentro de onde ela estava, e muito mais escuro ao lado de fora dali.

E assim, ainda gritando repetidas vezes, fôra surpreendida, uma luz a sua frente se acendeu, uma claridade semelhante ao de seu espaço. Ela então forçou sua visão olhando através da imensa parede de cristal.

— Adryan! — Dera um grito ao notar que o homem de pele morena estava preso assim como ela. — Adryan!! — Falou com sua voz ainda mais altissonante do que noutro instante, debatendo seus punhos ao vidro.

O mesmo sequer respondia, não olhava de volta e assim como estava antes dela o vê continuou, com seu corpo dando voltas ao quarto indo de um lugar para o outro sem sair do mesmo.

Você não pode me ver, não é?

Fez uma queixa em pensamentos, notando ele andar incessantemente em círculos, numa repetição de passos que à fez lembrar da mania de Camile.

Não pode”.

Repetiu para si ao vê-lo parar de caminhar, deixando seu corpo virado, encarando algo em sua direção, todavia sem ao menos manisfestar um gesto que lhe desse a certeza de que o dono dos olhos âmbar à via. E era isso que estava lhe consumindo, somente ela o enxergava.

Anne ainda ficara o admirando, vendo Adryan também com novas vestimentas, trajando em seu corpo uma manta branca, feita do mesmo tecido que a nova roupa dela.
A ruiva era perturbada em conflitos, não obtinha respostas e via o homem de curtos cabelos balançar sua cabeça em negação, não entendendo como havia ido parar ali, naquele quarto, ou melhor naquela cela!

Seu silêncio era exaustivo, Anne tinha desistido de gritar, e assim sentou-se ao chão gélido, se acolhendo entre as pernas, querendo criar seu refúgio.
Abaixou sua cabeça e fechou os olhos, talvez Adryan estivesse certo, onde ela fosse, os problemas a seguiam.

Pensou consigo mesma, até uma voz a puxar de volta a vida.

— Olá Anne.

— Quem está aí?

Alianças De Sangue 2 - TranscendênciaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora