Alianças De Sangue 2 - Transcendência

Capítulo 5 - Conflito de interesses

(Revisado)

Algo além da compreensão de Adryan estava acontecendo, ficara em um imenso pasmo ao ouvir aquela palavra, tão curta e reveladora.

“Filha?”

Indagou em seu pensamento, não acreditando que a mulher na frente dele era a mãe de Anne, essa mesmo que fôra dada como morta já fazia anos.

Estava mudo naquele instante e sua mente tão perturbada quanto o coração, as duas ali presentes nada falaram e apenas cruzaram seus olhares azuis como o céu e verde como uma bela floresta, enquanto o homem de olhos cor de mel ainda tentava criar coragem para dizer algo, querendo assim indagar o que de fato estava acontecendo.

— Como assim, filha? — Questionou, querendo sanar as dúvidas existentes em seu peito. — Não pode ser verdade, não é mesmo Anne?

— Prefere que eu conte, ou você mesmo faz isso, querida? — Disse a loira, dando um breve sorriso de canto de boca.

— Anne. — Disse, e se  aproximou de ambas. — O que está acontecendo aqui? — Perguntou confuso, nada entendia sobre aquela situação.

— Vamos filha, conte a ele.

— Adryan, por favor. — A voz dela saiu trêmula, revelando um desconforto com aquela situação. — Eu sinto muito por isso. — Seus cílios se tocaram e suas pálpebras foram fechadas, escondendo seus olhos azuis.

— Eu preciso saber, Anne. O que está acontecendo? — Falou, e antes que pudesse continuar, a loira lhe interrompeu, cortando àquela súplica que saía de seus lábios.

— Se você não quer contar, deixe que eu mesma conto. — Disse, tomando a frente das palavras, vendo que Anne, sua filha, não estava disposta a falar tudo que sabia. — Adryan, acontece que...

— Não! — Disse. — Se ele tem que saber, que seja por mim.

— Será que alguém pode me dizer o que está acontecendo aqui?

— Depois que nós dois fomos separados. — Ela então começou a falar. — Depois que eu consegui fugir do laboratório juntamente com Camile, eu precisei me esconder, e existia pouquíssimos lugares onde meu pai não me encontraria...

... — Então eu fugi para uma antiga casa onde minha mãe me levava quando era pequena, uma fazenda que já foi um dia da família dela num passado muito distante. E que meu pai jamais soube da existência desse lugar.

— Eu não estou interessado na antiga vida de sua mãe, Anne. — A interrompeu. — Quero saber o que está acontecendo aqui e agora.

— Para você entender tudo isso, é necessário ouvir a história inteira. — A loira disse, querendo fazer Adryan entender os motivos de Anne.

— Ok, então prossiga. — Respondeu em um tom de voz acre, já demonstrando seu descontentamento com aquela situação.

— Camile não me acompanhou. — Retornou a falar. — Ela não estava disposta a seguir comigo, ou talvez precisasse de um tempo sozinha, afinal, quase morreu e com certeza iria acabar num perigo ainda maior se estivesse junto a mim. Foi quando fugi para casa dela, Lívia, minha mãe.

Olhou para a loira, notando que a mesma dava alguns passos para se sentar, não querendo mais desgastar seu corpo ficando em pé.

— Quando cheguei lá, a casa estava abandonada, como já era esperado, haviam passado anos e mais anos desde que minha mãe tinha ido lá pela última vez, e ela era a única da sua família viva. Fiquei lá por alguns meses, em refúgio, até que encontrei algo. — Seu timbre saiu medroso, sua voz ficara falha, a ruiva não era capaz para prosseguir suas falas.