Capítulo 10 - A numeração

214 23 32
                                    

(Revisado)

Adryan parado ao lado da cama na qual Camile estava, podia sentir a respiração dela ser delicadamente expelida de seus pulmões, saindo calmamente de suas narinas.
As pálpebras fechadas escondiam seus olhos em tons atro, os mesmos que noutros momentos já lhes foram tão temidos e penetrantes, e que dessa vez se encontravam nulos.

Os fios negros de seus cabelos eram realçado devido ao tom claro de sua pele, fazendo com que ela ganhasse destaque naquela cama.

Camile ainda trajava em seu corpo as vestimentas de quando fôra encontrada naquele estado, um pano liso e brilhante servia bem o corpo, deixando que suas curvas fossem destacadas devido aos contornos que o mesmo fazia sob sua pele, um tecido verde tão brilhante que até mesmo reluzia em cada novo olhar que Adryan lhe fitava o corpo.

Seus batimentos cardíacos eram calmos e o dono dos olhares castanhos podia vê-los através de uma tela translúcida que acompanhava a maca. Ele ainda olhava fixo quando Anne atrás de si o tocou com a ponta dos dedos, deslizando a sua pequena mão em suas costas e indo sentido ao outro lado da cama, dividindo assim a visita com ele.

— Ela vai ficar bem. — A ruiva de cabelos cacheados nas pontas de sua madeixas começou a falar. — Vai ficar bem, não é?

— Ela é forte. — Respondeu, ainda com a voz inundada de emoções. — É uma das pessoas mais fortes que conheci, tenho certeza de que logo ela irá sair dessa.

— Precisamos saber o que houve. Olha o estado dela.

Falou com sua voz trêmula, seus olhos azuis bailavam no corpo deitado em sua frente, vendo através dos mesmos Camile com arranhões lhe ferindo a pele e com a sua feição tão desgastada.

— Iremos descobrir o que aconteceu, mas primeiro precisamos que ela acorde. — Adryan retrucou.

— O horário de visita já está quase acabando, desculpem.

A voz era de um médico que deixou seu corpo ser levemente encostado na porta do quarto...

... — Vou deixar vocês mais cinco minutos, depois precisamos que saiam. A paciente precisa descansar.

— Já estamos de saída, doutor. — Disse, puxando seu corpo para longe da cama na qual Camile se encontrava. — Você não vem? — Perguntou, vendo ele parado ao lado da cama, fitando a tela e os batimentos cardíacos.

— Eu já te encontro. — Respondeu, sentindo em seu peito algo que lhe prendia naquele quarto, uma sensação que o deixava inquieto dentro de sua confusa mente. — Irei aproveitar esses últimos minutos que o doutor nos deu.

— Tudo bem, nos vemos daqui a pouco.

Anne o respondeu, deixando seus passos lhe guiar para fora daquele quarto, fechando a porta atrás de si, indo com seu caminhar em um novo rumo, ainda vendo por um último segundo Adryan tão próximo da cama na qual Camile se encontrava.

E então ela foi.

— O que está acontecendo, o que está acontecendo comigo? — Falava sozinho, já que Camile em seu estado de coma nada podia lhe responder.

O dono dos olhos em cores âmbar, sentia algo novo lhe tocar o peito, uma estranha sensação que jamais tivera com outrem, suas mãos suavam frio e seu coração tinha batidas aceleradas, deixando o mesmo num ritmo incoerente com sua feição, já que Adryan forçava em seu rosto uma visão que não deixasse transparecer o que era sentido dentro do peito.

— O que houve com você, e porquê isso está mexendo tanto comigo? — Sua voz saíra sendo quase um simples sussurro, o mesmo já se encontrava numa pequena cadeira.

Alianças De Sangue 2 - TranscendênciaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora