Sorrisos

175 18 0
                                    

Pov. Nico

Senti novamente a língua quente de Leo pedindo passagem por entre meus lábios, desta vez cedi, nossas línguas bailam de uma romântica valsa para um feroz tango. Coloco a mão em sua nuca puchando seus cachos enquanto sinto a pele quente da mão do semideus causar um choque térmico em nós dois ao acariciar meu rosto. Piper força um pouco de tosse.
Me afasto de Leo envergonhado e encaro a garota que olhava feliz para a cara emburrada do amigo. Ela revira os olhos.
-- Vocês podem continuar no quarto meninos, eu não sei os dois mas eu não fico aqui por nem mais um minuto. -- disse ela lançando uma cara para mim do tipo "cuide bem do meu amigo d' Angelo ou tenha certeza que sua vida amorosa vai ser um inferno!" Em segundos seu rosto suavizou em um sorriso e se abaixou em um canto para pegar o cálice.
-- Claro me sigam -- Valdez quase caiu com o sua canela quebrada como se só agora lembrasse de sentir dor mas eu o segurei e ajudei a seguir até a janela enquanto eu ouço uma conversa entre ele e a morena.

" -- Caramba o meu corpo está todo dolorido, o que eu fiz quando apaguei?
--Você não faz idéia-- diz ela rindo um pouco."
Abri a janela de madeira e olhei para baixo, em baixo do parapeito uma parede coberta por trepadeiras, desci lentamente ajudando Leo e Piper e finalmente pisei no alto do muro do quintal. Não aconteceu nada. Segurei um galho com uma mão e com a outra ajudei os demais a descerem para finalmente fora daquele lugar.

Pov. Leo

Ando com Piper e Nico ao meu lado e um sorriso bobo pelas ruas da Itália, muitas vezes desvio o olhar para o garoto que me ajuda a andar e vejo um sorriso contido no canto de seus lábio.

Sempre gostei de observar as pessoas na rua pensando que cada uma tem uma vida e até mesmo uma definição de "vida" diferente da minha, mas hoje notei algo peculiar, sempre um ou outro me olharam torto na rua porém parece que estar me apoiando em um garoto me faz ser o centro das atenções (talvez a névoa não mostre que minha canela está quebra mas mesmo assim. ..). Sorri para uma senhora que empurrou seu netinho (que a olhava sem entender) para o lado contrário ao nosso na calçada e entrelaçei meus dedos aos do filho de Hades e beijei e canto de sua boca enquanto ela passa por nós nos olhando como se fizéssemos algo despudoroso. Quando os dois passaram comecei a rir e depois gargalhar sendo acompanhado pela filha do amor e um riso envergonhado de Nico.

Andamos mais alguns minutos conversando sobre qualquer coisa vendo o céu aderir uma tonalidade rosa avermelhado, ainda estou segurando a mão do italiano quando subimos no navio a tempo de ver o céu vermelho de fim de tarde se transformar no negro da noite. Nico sorri com a visão encostando a cabeça no meu ombro e se soltando de mim em gestos leves (para talvez não parecer grosseiro? -ri mentalmente- Nico d' Angelo se esforçando para não parecer rude comigo! Se fosse um dia atrás eu teria rido da pessoa.).

Entramos no refeitório, todos estavam conversando nervosamente e pelos deuses o que aconteceu com o Frank?
-- Que desânimo é esse minha gente? Se for por causa de mim o seu Leozinho está aqui em carne e charme! -- eles agora olhavam para nós sorrindo e revirando os olhos.
Jason e Hazel se levantam e abraçam os semideuses ao meu lado perguntando se estão bem, o por que da demora e este tipo de coisa. Me afastei de Nico e me apoiando na mesa, sento em meu lugar.
Depois de um interrogatório nos sentamos em nossos respectivos lugares, pela primeira vez reparei o quão longe eu estou do d' Angelo, não serei um idiota mesquinho metido a cantor sertanejo para dizer que amo ou mesmo estou apaixonado pelo rapaz, mas sem a menor dúvida posso afirmar que ele sinto algo forte que possivelmente com um pouco mais de convivência deve se tornar algo a mais.

Pov. Nico
O jantar foi tranquilo, Hazel e Frank felizmente conseguiram a primeira parte do antídoto com mais facilidade que nós e o filho de Marte e aida conseguiu uma bênção do pai. Quando chegou nossa vez de contar deixei para os semideuses que me acompanharam contassem, Leo não fez tantas piadas ele parece um tanto distante mas fez questão de complementar (e exagerar em tudo) a nossa aventura, notei que ele deixou de lado a minha história com David e a nossa, pensei em agradecer mas sorri mentalmente sentido seu olhar em mim
"ele sabe".

Hazel deve ter estranhado meu bom humor pois ficou de olho em mim e me sussurrou se tinha algo que eu queria contar para ela, neguei, não estou confortavel para contar isso para a minha irmã (e estou até meio receoso com sua reação, afinal ela também vivel no mesmo tempo que eu). Piper deve ter notado isso.
-- Haz podemos conversar sobre uma coisa em particular? -- ela me olhou como se me pedisse permissão, um tanto encabulado assenti.
-- Claro Piper, já acabei de comer mesmo -- minha irmã falou desconfiada -- boa noite meninos.

Todos nos despedimos até que na mesa só sobrou eu e Leo, que sorriu malicioso para mim me fazendo corar um pouco.
Piper voltou para a porta com Haz.

--A propósito Nico você levaria o Leo para o quarto e cada da fratura? -- confirmei desconfiado, me levantei até o garoto e o ajudei a caminhar até a porta enquanto as meninas iam saindo mas a filha de Afrodite me sussurrou -- Tome conta do meu amigo d' Angelo ele é como um irmão para mim!

Sorri para ela e assenti.

Sorriso PassadoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora