Capítulo 21

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Em 2015 eu escrevi 5 histórias, depois de um baita intervalo sem escrever nada (mais de 4 anos) e essa foi a primeira que eu comecei e a última que eu finalizei (travei antes de escrever o epílogo). E nesse capítulo eu resolvi inovar, pelo menos para mim, o que tornou bem mais divertido escreve-lo. Eu trouxe personagens de três histórias feitas em 2015 para interagir com a Bia. A Julia e o mocinho dela de "Desde que você nasceu" (e eu não falo de propósito o nome dele para não estragar a surpresa de quem não leu), a Alice de "As maravilhas de Alice" (antes dela perder as maravilhas e ficar pobre), e a Cris de "Abrindo a Porta". Ah, e eu adorei fazer isso! Essa reunião maluca de personagens! 


*************

Acordei sonolenta no dia seguinte, bem cedo com uma movimentação no meu quarto. Era sábado de manhã, e não fazia parte dos meus planos acordar tão cedo assim no fim de semana.

Abri os olhos para espiar, já que a curiosidade venceu a preguiça.

– Tenho que trabalhar – o Rafa disse ao me ver olhando para ele, ainda deitada na cama. O sono era grande, e eu não conseguia me mexer. Então, ele deu um beijo suave na minha testa. – Volte a dormir, Bia, ainda é cedo.

Eu também tinha que trabalhar, só que em casa. E como a quantidade de exames que eu tinha só requereria umas duas horas de trabalho, podia me dar ao luxo de acordar depois das nove.

– Tá. – respondi, em meio a um bocejo. E eu sorri, um sorriso leve, era o máximo que eu conseguia fazer com o meu cérebro semiadormecido – Você dormiu aqui, comigo.

– É, eu dormi. Mas agora tenho que ir ao meu apartamento, para me vestir e ir para o escritório. Posso levar a tua chave reserva?

– Hum-rum. – eu disse, com dificuldades para manter meus olhos abertos. Só estava me esforçando nesse sentido pela visão agradável. E a visão agradável estava colocando uma camisa agora. Que pena.

Em geral, eu não funcionava bem com poucas horas de sono, como parecia ser o caso do Rafa. A gente tinha dormido tarde na noite anterior e todas as horas de sono perdidas tinham valido muito a pena.

Muito mesmo.

Amizade com benefícios? Se fosse sempre assim, como na noite anterior, podia funcionar. Só que eu queria muito mais do que isso. E acho que ele também queria.

Talvez ele ainda não estivesse pronto para admitir. Ou talvez sua proposta tenha sido apenas da boca para fora.

Talvez... Não sei.

– Depois vou almoçar na minha mãe, mas a gente se vê à noite. – ele disse, antes de sair do meu quarto.

É, amizade com benefícios não requeria explicações sobre o seu paradeiro. Talvez, ele quisesse o mesmo que eu.

Com sono, cansei de tentar entender e voltei a dormir. Sonhei com o Rafa. E foi um sonho muito, mas muito, bom. Envolvia o meu pseudoprimo antes dele colocar a camisa. E as calças também.

❀ ❀ ❀

O dia passou muito rápido. Trabalhei de manhã, almocei em casa, sozinha, treinando mais uns dois pratos que eu pretendia fazer para o Rafa em outro dia. À tarde, tive ensaio com a minha tia. E quando eu vi, a noite já tinha chegado. Resolvi me arrumar sem pressa, e descer ao bar perto da hora do meu show.

A Nati não viria trabalhar nesse sábado, ela estava de folga. Até foi bom eu não vê-la nessa noite, não quando as coisas eram tão recentes, e eu ainda não sabia o que pensar. Seria muito ruim ter que esconder o que aconteceu da minha melhor amiga, mas como eu poderia contar o que eu ainda não entendia?

Nunca pensei (completa)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora