Capítulo 3

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O Rafa parou de me beijar e baixou os olhos para me ver. Ele era uns 10cm mais alto do que eu de salto. E como eu fiz menção de falar alguma coisa, com uma expressão bem assustada, ele colocou o dedo sob os meus lábios e disse:

– Não pense. – num sussurro que eu achei supersexy. E então completou: – Quer continuar isso lá em cima?

Lá em cima. Eu esqueci de mencionar que existem apartamentos no mesmo prédio do bar, que ficam na parte superior? E que o Rafa atualmente está morando num desses apartamentos? Sim, acho que esqueci. Até porque não me parecia relevante até o momento. Mas agora acho que é, super-relevante.

Pela primeira vez em dois meses, eu me senti viva, vibrando. Sempre fui muito racional, nunca fui de fazer loucuras. Só tive dois homens na minha vida, e o Rafa sabia disso. Então aquele "não pense", que poderia não fazer nenhum sentido, fez todo o sentido. Não pensar, deixar rolar. Era tudo o que eu precisava.

E a gente saiu de fininho do bar, entramos no hall do prédio e pegamos o elevador. Quando as portas se fecharam, e a gente se viu livre de possíveis olhares curiosos, ele pegou minha mão, encaixou-a na dele, e a levou aos lábios depositando um beijo suave.

Ficou um silêncio de um tipo diferente do geralmente existente entre nós, mas não do tipo ruim. Apenas diferente. A gente não falou nada até entrarmos no apartamento dele. Apartamento que eu já conhecia, até tinha ajudado a pintar as paredes da sala. Eu, inclusive, tinha escolhido a cor, que era um bege clarinho.

– Espera aqui. – ele disse, me deixando na sala e indo em direção ao quarto. E eu fiquei ali, parada. Esperando e tentando não pensar.

Achei graça quando vi o que ele fazia. Ele estava arrumando o quarto para mim, correndo de um lado a outro. Ele nunca tinha feito nada parecido. Sempre que eu ia na casa dele, ele nem ligava que eu veria a bagunça. E, às vezes, estava muito, mas muito mesmo, bagunçado. A ponto de não ter nem lugar para sentar no sofá.

Então ele voltou, estendeu o braço, pegou a minha mão e me puxou para o quarto dele. Sem a menor hesitação. Acho que o não pense servia para ele também. E eu fui. Ele me beijou de novo, e eu realmente me esqueci de pensar. Era tão bom. Como podia ser bom assim, se eu o conhecia desde sempre? Se eu soubesse disso antes...

Logo sentamos na cama, e em seguida deitamos, ele sobre mim, ainda com todas as peças de roupas, inclusive com os sapatos. E a boca dele só desgrudou da minha para perguntar:

– Tem certeza, Bia?

Eu assenti com a cabeça.

– Não, Bia, tem certeza mesmo? – ele se sentou na cama, para dar um espaço entre nós já que eu ainda estava deitada – Não quero continuar se você não tiver certeza.

– Sim. – disse olhando para ele sem desviar o olhar.

Sabia que podia mudar tudo entre nós, mas não muito mais do que já tinha mudado. Pelo menos, era o que eu achava.

Então ele tirou os sapatos e a camisa e voltou para me beijar. Com o peito nu agora grudando no meu corpo ainda vestido. Sério! Ele estava muito gostoso, muito mesmo. Estava supersarado, com a barriga tanquinho. Como eu nunca tinha olhado para tudo aquilo? Ah, mas agora eu iria aproveitar. Já que não tinha mais volta, eu iria aproveitar mesmo.

E foi o que fizemos. Nós aproveitamos. Duas vezes ainda de madrugada. Uma vez ao acordamos. Sim, eu dormi lá. Ele me convidou, e eu aceitei. Só mandei antes uma mensagem para os meus pais dizendo que eu estava muito cansada e dormiria na casa do Rafa. Meus pais nunca, mas nunca mesmo, desconfiariam de nada.

Nunca pensei (completa)Where stories live. Discover now