Capítulo 35

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<Atualizado>

Depois de me recompor, desci as escadas e encontrei Tamara assistindo um programa na televisão. 

 — Olá. — Sorri enquanto me aproximava. — Eu disse que tiraria vocês sãs e salvas desse lugar, e pretendo cumprir com isso, mas vou precisar da ajuda de vocês duas. 

 Ela me olhou curiosa e desligou a TV para focar sua atenção em mim. 

 — Acho que vocês conseguem sair ainda hoje, então vou precisar que vocês façam as malas e deixem tudo pronto. Mas não precisa se preocupar, posso garantir que nunca mais vou atrás de vocês. 

 Antes que ela indagasse eu prossegui:

— Ao fim da tarde você liga pra algum carregador buscar vocês aqui dentro, certo? Vou deixar um dinheiro com você, então mesmo que seja caro você vai conseguir pagar tranquilamente. Depois, é só seguir a vida com sua mãe, e sua filha.

- Desculpa mas, eu estou muito confusa... Como você espera que eu volte para lá com aquele brutamontes? E que dinheiro é esse? Eu não quero dinheiro sujo July...

— Você não precisa se preocupar com nada. Nada de ruim vai acontecer com vocês longe de tudo isso. Sua filha precisa urgentemente se livrar desse lugar, essa casa está acabando com ela! Tamara, juro pela minha alma, que vai ficar tudo bem com vocês. 

Creio que o grande erro de minha promessa, foi jurar por uma alma que nunca me pertenceu... 

Ela não soube o que responder, e tampouco me importava. Minha única prioridade era resolver aquele alvoroço o mais rápido possível, apesar do quão sangrento pudessem ser meus planos naquele momento, a motivação era uma das mais puras possíveis. 

 — Venha, vou te ajudar com a parte mais difícil e depois vou embora. 

 — Pra onde você vai July? — Perguntou Gaby descendo as escadas. 

 — Não se preocupe mocinha. Estarei onde for preciso. — Sorri segurando sua mão. — Vamos lá pra cima ajudar sua mamãe a arrumar as coisas? 

— Por que temos que arrumar? 

 — Porque vamos voltar pra perto da vovó meu anjo. — Tamara disse subindo as escadas também.

***

Passado algum tempo, a maioria dos pertences delas já estavam em malas, bolsas e mochilas, e Tamara já estava segura de não precisar levar mais nada. Sendo assim, saí para conseguir o dinheiro. 

 Fui para o banheiro e parei de frente ao espelho. Abalam adorava atenção, e naquele momento, ele teria a minha por completo. 

 Fechei os olhos e sussurrei seu nome na tentativa de que ele me notasse, felizmente, aconteceu. 

— É realmente uma surpresa que queira falar comigo... — Sua voz ecoou, mas não haviam nem vestígios de sua presença. 

 — Preciso da sua ajuda. 

 — É claro que precisa. — Ele gargalhou. — Mais cedo ou mais tarde, um bom filho sempre retorna aos braços do papai. Mas me diga, do que você precisa? 

— Você sabe extremamente. Você sempre sabe! 

 — Isso é verdade, mas ouvir de você é o que torna esse pedido satisfatório. 

— Quero que você arrume dinheiro para elas, e que me ajude a encontrar e matar o pai de Gabrielly. — Respondi após um longo suspiro.

— Dinheiro... Você realmente quer oferecer uma das pragas da humanidade às pessoas que deseja ajudar? — Seu tom não poderia ser mais irônico. 

— Você pode fazer isso ou não? 

— É claro, minha filha. Não há nada que eu não possa fazer, mas quero que você me recompense. 

— Como? 

— Tem duas visitinhas te esperando lá fora. Adoraria recebê-las aqui. 

— Do que você está falando?

— Eu não vou estragar essa surpresa, mas por favor, mande-os pra mim. Anseio por aquela alma há seculos.



Continua...





A Filha do DiaboWhere stories live. Discover now