A Filha do Diabo

Capítulo 9

<Atualizado>

Me levantei e olhei no interior da caixa, lá havia uma caixa de cor preta, bem menor e revestida em camurça. Peguei a mesma com uma das mão e segui até as escadas, logo chegando no grande salão. Para a minha surpresa, não havia nenhum dos guardas ou vigias noturnos na porta principal, era como se de alguma maneira, o mundo estivesse me ajudando naquilo.

***

Eu andava depressa pelas ruas desertas e escuras. Mesmo nunca passado por ali antes, eu sabia exatamente onde estava, e quanto mais eu teria que andar para chegar em meu destino.

Logo estava em frente a um belo prédio com apartamentos terrivelmente caros. Passei pela porta principal e segui pelo salão vazio, até mesmo a recepção se encontrava vazia.

Dando de ombros entrei no elevador e apertei o botão que levava à cobertura. Quando a porta se abriu me deparei com um elegante corredor, repleto de quadros e fotografias de grandes nomes da arte.

No fim do corredor havia a porta de numero 272. Com um simples girar de maçaneta ela se abriu, mostrando um quarto luxuoso, e em seu centro, deitado sobre os tapetes de pelo animal, estava o homem que eu procurava, o maçom, Jonathan.

Entrei no quarto e parei de frente para o homem que parecia estar alcoolizado, mas consciente.

-Ju-July? O que esta fazendo aqui?- O mesmo perguntou se sentando lentamente.-Aliás, como você entrou aqui? Havia gente por toda parte.

Apenas sorri para o mesmo enquanto com as mãos, levei a caixa preta para detrás de minhas costas, impedindo que ele a veja.

-Enfim, não precisa dizer nada.-Ele disse ficando de pé e indo ate uma das gavetas de sua mesa.-Assim você me poupa o trabalho de entrar naquele muquifo de novo.

Se virando para mim, ele levantou uma arma e a mirou em minha cabeça.

-Sabe quanto dinheiro uma alma podre como a sua me renderia?

Continuei sorrindo e fiz um gesto com a mão desocupada, para que continuasse.

-Últimas palavras?-Permaneci calada.-Não? Ótimo!-Em um pequeno e agiu movimento com os dedos, ele puxou o gatilho.

A bala entrou em meu olho esquerdo, destruindo completamente meu globo ocular. Não demorou muito para que começasse a escorrer grandes quantidades de meu sangue, porém eu permaneci no mesmo lugar sem ao menos, desmanchar meu sorriso.

-Mas que porra é essa?-Ele entrou em desespero.

Eu podia sentir sua pulsação acelerada. Podia ouvir cada batida de seu coração. Podia sentir o medo terrível como um choque, em todo seu corpo. Podia sentir o delicioso gosto de seus pecados, implorando para serem devorados por mim.

Me aproximei lentamente enquanto abria a caixinha. De seu interior tirei um belo bisturi, e continuei em sua direção. A cada passo que eu dava, ele recuava um pouco mais, parecia até um movimento involuntário.

-Afaste-se de mim demônio!-Ele gritou e pude sentir ainda mais medo em sua voz.

Soltei uma gargalhada alta e tive que colocar uma das mãos na boca para me conter.

-Qual o problema Jonathan? A mamãe não foi boa o suficiente pra você? Não foi suficiente ter escondidos as merdas que você fazia com a filha do vizinho? Nem o fato de ter arrumado um lugar pra você e aquela criança? Eu te ajudei em tudo! Limpei toda sua bagunça já que você não levantava a bunda do sofá pra isso! Escondi até o maldito corpo do seu tio! Cavei cada sentimento naquele quintal pra esconder sua sujeira, enquanto você comia a criança do vizinho! Merda Jon! Ela só tinha sete anos! Mas não se preocupe querido, o diabo reservou um lugar pra você aqui também! Ele espera ansiosamente por você!

Quando aquelas palavras pararam de sair de mim, eu já estava perto o suficiente de Jonathan para sentir sua respiração pesada contra meu rosto.

Lágrimas escorriam descontroladas de se rosto. Seus olhos estavam arregalados, e sua boca entreaberta parecia querer gritar, mas tudo que era possível de se ouvir, era um gemido baixinho.

-Po-por fav-favor July! Não me m...

Introduzi o bisturi em uma parte exposta de seu pescoço, fazendo o mesmo engasgar no próprio sangue.

Lentamente ele foi caindo no chão, morrendo pouco a pouco. Minutos depois ele era apenas um corpo sem vida, caído sobre meus pés.

Continua...