Capítulo 25

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<Atualizado>

Fomos interrompidas pela televisão que se ligou sozinha. A pequena Gabrielly correu assustada para o andar de cima, enquanto eu e aquela mulher, voltamos nossos olhares para o pequeno aparelho. O ruido que aquela pequena caixa produzia era ensurdecedor, e a imagem transmitida era indistinguível.

Mas pouco a pouco a imagem foi ficando mais limpa, e de repente com um ruído alto e agudo, a imagem ficou nítida, e o som audível.

"-Boa noite senhoras e senhores. Estamos de volta ao ar, e como o prometido, estamos com a participação especial do Tenente Henrique, o responsável pleo caso de July Barbosa: a notícia do momento."

A imagem focou em Henrique que parecia muito confortável naquela cadeira, com milhares de pessoas voltadas à ele.

"-Primeiramente agradeço à este programa pela oportunidade de vir aqui avisá-los e alertá-los sobre essa terrível criminosa...

Há alguns anos atrás, fiquei conhecido por ser o encarregado de uma jovem doentia, e é com grande pesar, que eu admito ter falhado em meu dever."

Henrique abaixou a cabeça e apertou os olhos enquanto a plateia comovida com sua dor, mostrava respeito e grande trizteza.

"-Quando eu a conheci, ela era uma garota perturbada como consequência dos maus tratos de sua mãe igualmente perturbada. Com o auxílio de psicólogos e outros médicos especializados em traumas infantis, nós acreditamos que seria capaz reverter toda aquela maldade, e devolver a pureza e a felicidade para sua vida.

E por um tempo nós pensamos ter sucesso. Ela convivia bem em sociedade, e possuía uma inteligencia realmente admirável, mas como uma máscara que se quebra, depois de anos fingindo, ela revelou sua verdadeira face. Já ultrapassa cinquenta o número de assassinatos cometidos por aquela garota."

Henrique apontou para o telão atras de si, onde imagens minhas eram transmitidas. Algumas eram de minhas fixas policiais e médicas, outras fotos que haviam sido tiradas sem que eu soubesse, durante minhas atividades livres; e haviam também alguns vídeos de câmeras de segurança, em que eu aparecia ensanguentada e notavelmente atordoada.

"Recentemente nós tentamos intensificar a segurança dela, mas isso só aumentou suas crises e surtos, tornando-a cada vez mais agressiva e incontrolável.

Em um desse surtos, ela matou toda a nossa segurança e fugiu, deixando rastros de sangue e corpos espalhados por todos os lugares em que passou.

E é com medo do que lhes pode acontecer caros cidadãos, que eu, em nome de toda a minha equipe, pedimos que se mantenham afastados desse monstro. E por favor, liguem para nós caso tenham alguma informação sobre seu paradeio. É de suma importância que ela seja apreendida o quanto antes."

Com o mesmo ruido de antes, a televisão voltou a se desligar, afundando a sala em silêncio absurdo que logo foi quebrado pela garotinha parada na escada.

-Mamãe.-Com isso a atenção foi voltada para ela.-tem um homem lá fora.

-Que?!-Eu e a mulher exclamamos juntas.

-Ele deve estar aqui atrás de você! Você trouxe o perigo para esta casa!-Ela berrou indo ao encontro de sua filha e abraçando a mesma.

-Eu vou até lá e o tiro daqui. Prometo!

As duas não demonstraram nenhuma reação, então apenas me soltei das cordas como eu poderia ter feito antes, e me dirigi para o exterior da casa.

O céu estava mais escuro do que nunca, e a lua parecia não querer aparecer por ali. Tudo que era possível enxergar, eram as pequenas áreas iluminadas pela luz da casa.

Após chegar próxima à janela do quarto de Gabrielly, olhei em volta procurando qualquer vestígio humano, até me deparar com uma sombra abaixo de uma árvore muito próxima.

A sombra foi se aproximando e pouco a pouco se tronou uma silhueta masculina. A cada passo em minha direção eu ficava mais convicta de que era o Abalam por trás de toda aquela escuridão, e que após tanto tempo, eu finalmente veria seu rosto.

Foi quando ele parou a poucos centímetros e retirou o capuz, revelando ser o Derick.

A alegria em vê-lo me invadiu depressa, e logo eu já estava o abraçando.

-Ai!-Ele arquejou quando eu o apertei.-Ainda não estou cem por cento, mas eu precisava te encontrar.

-Derick! Como você conseguiu vir até aqui?-Indaguei sorrindo.

-Bem, isso é uma longa história que eu vou te contar depois, agora eu preciso muito de um bom analgésico.-Ele sorriu brincalhão.

Ironicamente ou não, Derick e eu nunca conseguimos retomar àquela conversa, e eu nunca soube o que ele tinha passado para me reencontrar.

-Eu ainda não acredito que você esta aqui.

-Você é a única pessoa viva que eu conheço. Fora que nós temos planos maldosos,-Ele soltou aquela gargalhada que eu tanto gostava.- e não poderia deixar toda a diversão com você.

Nos abraçamos por mais alguns instantes, até avistarmos Gabrielly nos observando pela janela junto de sua mãe.

-Não precisam se preocupar. Ele não é uma má pessoa, e já estamos de saída! Vem Derick.-Gritei para que elas me ouvissem lá de dentro.

-Mas, esse não é homem que eu vi.-Gabrielly disse intrigada.

-Que homem era esse Gabrielly?-Sua mãe indagou compartilhando do mesmo pânico que eu.

-Agora ele disse que mora debaixo da minha cama.

Dito isso, todas as luzes se apagaram.



Continua...







A Filha do DiaboWo Geschichten leben. Entdecke jetzt