Capítulo 12

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<Atualizado>

Ele segurou meu rosto com força e cuspiu as palavras em meu rosto.

-Agora eu vou para o salão enquanto você vai se lavar pra tirar esse sangue. -Dito isso, fui arremessada com força ao chão.

Me arrastei até o banheiro e tive que me apoiar na pia para conseguir ficar de pé. Todo o meu corpo estava absurdamente dolorido e ferido. Eu tinha certeza que haviam coisas quebradas e perfuradas dentro de mim, mas naquele momento, não havia nada que eu pudesse fazer, além de chorar.

Me olhei no espelho, e por um momento tive a mesma imagem de anos atrás: Uma garota frágil e ferida tento de corpo, quanto de alma.

Senti ódio de mim mesma por ter me permitido voltar àquela situação. Juntei o que me restava de forças, e dei um soco no espelho, o transformando em pedaços ao chão. Agarrei um dos cacos, e o deslizei por minha jugular, mas como o esperado, nem sinal de dor. Minhas teorias eram que eu já havia me ferido tanto, que sequer podia sentir dor novamente, mas após a surra de Pedro, nada mais fazia sentido.

Me sentei ao chão e permiti que as lágrimas caíssem à vontade. Meus pensamentos estavam todos voltados para as agressões de minutos atrás.

Quando meu choro cessou, ouvi um barulho na porta. Era o Kevin.

-Mas que merda aconteceu aqui?- O mesmo disse entrando desesperado.

-Não é nada.-Respondi tentando ficar de pé, porém tudo que consegui foi sentir mais dor.

-Como ele pôde fazer isso com você?! O pior é que não há nada que possa ser feito, ele é uma autoridade, certamente tem seus contatos para impedir que seja preso.

Enquanto Kevin tentava limpar meu sangue exposto com um pano úmido, Pedro entrou novamente.

-O que faz aqui? Quem cuida dela sou eu!-O mesmo disse puxando Kevin para fora do banheiro.

-Você não tinha o direito de fazer isso!

-Toca em mim de novo que eu termino de acabar com essa garota!

Pelo meu estado deplorável, não pude fazer nada além de assistir àquela cena ridícula.

Alguns minutos de discussão depois, Pedro decidiu que me levaria à um hospital, desde que ninguém contasse que ele havia me agredido. Depois de mais discussão, Kevin finalmente aceitou.

Fui levada ao hospital numa viatura e com algemas nos pulos. Àquele ponto, eu não me importava com absolutamente nada desde que aquela dor finalmente chegasse ao fim.

***

Ao chegarmos ao hospital, fui sedada com medicamento que me fizeram dormir por aproximadamente oito horas, me causando pesadelos e inquietações à todo instante.

Todos os pesadelos pareciam incrivelmente reais e, retratavam o meu estado no momento. Porém o pesadelo que mais despertou meu interesse, acontecia exatamente em "meu novo quarto":

Eu estava sentada sobre a reconfortante cadeira de balanço, que me trazia uma incrível sensação de paz. Ouvi duas batidas na porta, e em seguida, Pedro e Henrique entraram com algumas correntes.

Antes que eu pudesse fazer algo, Henrique me puxou pelos cabelos e com força, me atirou ao chão, dando a deixa para que Pedro, amarrasse as correntes em meus pulsos, e prendesse as mesmas ao teto.

Durante exatos 47 minutos (que para mim pareceram horas), eu fui espancada com todos os objetos possíveis, fui estuprada com inúmeras coisas, tive partes do corpo queimadas com a ajuda de um isqueiro, e por fim, tive a barriga mutilada, fazendo com que alguns órgãos, escorressem para fora de corpo.

A Filha do DiaboWhere stories live. Discover now