Capítulo 5

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<Atualizado>

Deitei-me no chão com a cabeça latejando de dor. Parecia que a qualquer momento ela iria explodir, e que de dentro dela, fossem escapar todas as criaturinhas que me atormentavam.

"Durma July." —Elas sussurravam, mas eu não queria.

Não conseguia parar de observar o corpo de Blayde, e perguntar-me como eu poderia ter sobrevivido a tantos golpes, se um havia sido o suficiente para matá-lo.

Segurei a caixa e procurei pela carta. Por alguma razão eu já estava arrependida de tê-la respondido, mas para o meu grande pesar, deparei-me apenas com o vazio.

Não tenho noção do tempo que passei observando-a e me perguntando como aquilo havia desaparecido tão depressa, mas recordo-me de, curiosamente, ser atingida por um forte sono e ter um dos sonhos mais memoráveis da minha vida:

"Eu e Kate estávamos fazendo compras numa loja, — que até então eu só havia visto em livros — parecíamos felizes, com tamanho afeto que chegava a ser assustador.

Inconscientemente, eu me afastava dela para olhar uma prateleira com livros antigos, todos com capas gastas e símbolos misteriosos.

Mas assim que virava para procurar por minha mãe, via apenas a sua silhueta virando num corredor distante.

Quando eu estava prestes a ir a seu encontro, ouvi um baque, e ao virar-me encontrei um livro no chão.

As suas páginas estavam abertas em desenhos que, mesmo que eu nunca tivesse visto, pareciam familiares.

Nelas era possível ver o que parecia um ritual, com uma criatura que parecia surgir das chamas, rodeadas de pessoas que lhe saldavam e adoravam em meio ao pranto.

Nelas era possível ver o que parecia um ritual, com uma criatura que parecia surgir das chamas, rodeadas de pessoas que lhe saldavam e adoravam em meio ao pranto

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Lentamente as imagens começaram a ser mexer, e uma estranha cantiga começou a se propagar dentre das folhas. O nome "Abalam", começou a se expandir e todas as outras imagens, foram, pouco a pouco, consumidas por ele.

Senti uma pulsação descontrolada no meu peito. Fechei o livro a fim de calar todas aquelas vozes, a sua capa, porém, foi o que mais marcou a minha memória.

Soltei o livro e corri para procurar por Kate, que, estranhamente, estava numa parte do mercado que queimava em chamas

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Soltei o livro e corri para procurar por Kate, que, estranhamente, estava numa parte do mercado que queimava em chamas. Ela adentrava um táxi e acenava para mim através do vidro enquanto pronunciava: — Queime no inferno e liberte-me!

Outro táxi aparecia para me buscar, e ao sentar-me no seu interior, era possível enxergar o automóvel de Kate sair das chamas para desaparecer no céu, enquanto o meu, era engolido por uma cratera cada vez mais profunda.

Eu olhava desesperada para o motorista ao meu lado, mas tudo que via era uma silhueta enorme, coberta de uma fumaça preta que fedia tanto a ponto de lacrimejar meus olhos.

— Cheguei!"

Acordei ofegante com um grito desesperado da minha mãe.


Continua...

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