- Olha, Lauren, você tinha mudado, eu pensei que...

- Luís, desculpa, mas, eu nunca mudei, eu me anulei, é diferente.

- Mas que merda! Ela é uma menina! – Disse gritando.

Lauren começou a chorar, sentou-se na cama. Eu abracei-a, foda-se se ele tava ali. Ela tava chorando, e eu não queria que ela sofresse, eu sofria junto. Como se fossemos uma só pessoa.

- Não fica assim – Disse no seu ouvido – Ele está errado, eu não sou criança, sei muito bem o que faço. E eu preciso de você, lembra?

Lauren fitou os meus olhos, passou a mão no meu rosto.

- Vai pra casa, Camila – Disse com a voz doce – Eu preciso conversar com ele.

- Eu não vou te deixar com esse louco – Acho que ele ouviu.

- Louco eu? Sua pirralha. – Disse furioso – A Lauren quem é louca, desistir de uma vida tranquila e segura ao meu lado. Seu pai sabe disso, amorzinho? – Disse irônico – Seus pais sabem, menina? – Disse alterado – Vai perder seu emprego como da última vez.

- Cala a boca, seu idiota! – Disse satisfeita, sempre tive vontade de chamá-lo de idiota– Ela não vai perder nada, acha que Lauren está perdendo alguma coisa deixando de se casar com você? Se liga! Ela não te ama.

- Chega, vocês dois! – Disse – Camila, vai pra casa.

- Mas...

- Ei, vai pra casa, suas roupas estão na secadora, seu celular tá em cima da mesa da cozinha. Fica com ele, vou te ligar quando as coisas melhorarem.

- Pensei que tinha estragado, o celular...

- Está funcionando, incrível, mas, esta funcionando – Beijou o meu rosto – Vou resolver tudo, não fica com medo.

- Ele está te ameaçando – Disse baixinho.

- Vai ficar tudo bem, pode ir – Abraçou-me – Ele não vai fazer nada - Disse.

Cheguei em casa deveras preocupada. Passei pela sala, nem vi minha mãe, na verdade, nem sei se ela estava por ali, entrei batendo a porta, correndo pro quarto. Coloquei o telefone em cima da cama com cuidado. Sentei-me ao seu lado, fiquei olhando-o como se fosse um santo. Tenho uma tia que olha para os santinhos da igreja desta forma, como se eles fossem descer do altar e resolver os problemas dela. Meia hora naquele ritual de adoração, enfim, o dito cujo toca.

- Alô. – Disse.

- Sua cachorra! – Gritou do outro lado da linha – Fiquei o dia todo com isso engasgado na garganta. Como você teve coragem de me abandonar no dia do meu aniversário?

- Dinah, dá um tempo, tá? – Disse quase desfalecendo.

- Feio, muito feio o que você fez, não te perdôo sua traíra.

- Dinah, escuta! – Disse firme – Minha cabeça está fervendo, estou com um problemão. Então, menos, ok?

- Tá, mas o que houve? – Disse interessada.

- Passei a noite com a Lauren. Foi maravilhoso, mas... – Pensei por um instante. – O Luís chegou e pegou-nos na cama – Desabafei. Depois que disse isso, joguei-me na poltrona que tinha no meu quarto. Silêncio do outro lado da linha. - Você tá me ouvindo? Dinah?

- Estou – Disse – É que, nossa! Fiquei imaginando se eu pego o Alfredo na cama com um homem, eu acho que matava – Disse e logo ficou em silêncio.

- Ai meu Deus, pra que você foi me falar isso? – Respirei fundo – Eu não devia ter vindo embora – Me culpei.

- Fica calma, Camila! Mas, ele pegou como? Vocês estavam nuas mesmo? – Disse curiosa.

Suddenly is loveWhere stories live. Discover now